quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Livro conta como Rolling Stones sobreviveram ao inferno


 Muitas drogas, muito sexo e pouco rock’n’roll. É disso que trata o livro Uma temporada No Inferno com os Rolling Stones, do jornalista Robert Greenfield, lançado no Brasil pela editora Jorge Zahar.
O livro cobre o período em que a banda esteve envolvida na gravação de Exile on Main St., seu primeiro álbum duplo e um dos grandes discos dos Rolling Stones e do rock.
Para contar a saga que foi gravar um disco duplo em um lugar pouco propício para tal, em uma mansão na Villa Nelcote, na Riviera Francesa, o escritor – que ficou duas semanas sob o mesmo teto de Keith Richards e sua entourage, um bando de viciados e aproveitadores – entrevistou personagens principais e coadjuvantes dessa história.
Entre eles estão Anita Pallenberg (ex-namorada de Brian Jones, guitarrista dos Stones encontrado morto na piscina de sua casa, mas que na época era mulher de Keith Richards); a cantora Mariane Faithfull, (ex-namorada de Mick Jagger), Marshall Chess (filho do dono da lendária gravadora de blues, Chess Records, e que na época era empresário dos Stones) e muito mais.
No começo dos anos 70 Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Bill Wyman eram os músicos financeiramente mais bem sucedidos do mundo, mas devido a acordos mal sucedidos com empresários ficaram devendo os tubos em impostos para o real tesouro inglês. Por isso a fuga para a tal Villa Nelcote, perto de Marselha, o principal ponto de venda de heroína em toda a França.
Foi lá que Keith Richards, Anita e agregados encontraram um campo fértil para todas as suas loucuras. Entre elas, o consumo de uma variedade de substâncias lícitas e ilícitas, troca de casais, brigas entre si e destruição de caríssimos carros esportivos.
O novato Mick Taylor era o único que não tinha nenhuma culpa nessa história. Havia acabado de chegar aos Rolling Stones, portanto a sua conta bancaria ainda não era tão gorda.
Aclamado pela crítica como talentoso guitarrista, com o público era diferente, o novo integrante era considerado um sujeito tímido e apagado. Mas mesmo sem o glamour de Mick e Keith, Taylor foi o responsável pela guinada blues que o Rolling Stones imprimiu em sua música no final dos anos 60. Sua guitarra pode ser ouvida em dois dos melhores discos dos Stones, Let It Bleed e Sticky Fingers, anteriores a Exile On Main St.
Greenfield mostra em Uma Temporada No Inferno com os Rolling Stones como o ego de Richards, a inclinação de Jagger pelos negócios da banda e submissão de Watts e Wyman fizeram com que, cada vez mais, o talento Taylor fosse subestimado.
O livro trata Keith Richards como herói – ou anti-herói – ao contar algumas das peripécias deste. Claro que não dá pra confiar em tudo o que está escrito lá, mas Greenfield tem crédito, pois são deles a biografia de Jerry Garcia, fundador do Grateful Dead; de Timothy Leary, o papa do LSD e de Bill Graham, um dos maiores promotores de show dos Estados Unidos.

O livro
Nome: Uma Temporada No Inferno com os Rolling Stones
Autor: Robert Greenfield
Tradução: Diego Alfaro
Editora: Jorge Zahar 

O disco
Nome: Exile on Main St.
Lançamento: maio de 1972
Músicas: “Rocks Off” “Rip this Joint” “Shake Your Hips” “Casino Boogie” “Tumbling Dice” “Sweet Virginia” “Torn and Frayed” “Sweet Black Angel” “Loving Cup” “Happy” “Turd on the Run” “Ventilator Blues” “I Just Want to See His Face” “Let it Loose” “All Down the Line” “Stop Breaking Down” “Shine a Light” “Soul Survivor”

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