sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Mannish Blog faz dez anos e comemora com lançamento de cerveja e shows de blues

A cerveja é em homenagem a banda Blues Etílicos. O estilo foi escolhido pelos integrantes da banda carioca veterana no blues. A intenção é apresentar uma cerveja leve, lupulada e saborosa


Mannish Blog - Há dez anos, quando fui mandado embora de um jornal, tive a ideia de fazer esse blog para publicar as matérias e entrevistas exclusivas que produzia estando no mundo da música.
Nasceu o Mannish Blog, um trocadilho com a música Mannish Boy do grande Muddy Waters. O blog deu origem à minha empresa, a Mannish Boy Produções Artísticas, dedicada a produzir shows de blues e jazz de maneira independente.
O conteúdo do blog também gerou dois livros, Blues The Backseat Music volumes 1 e 2. E espero em breve que gere mais dois. Uma coisa alimenta a outra.
Como disse, trata-se de um trabalho independente. E apesar de todas as dificuldades, aqui a música é tratada com respeito. 
Após todos esses anos, o Mannish Blog é reconhecido no mundo da música. Hoje recebo dezenas de releases de produtores, músicos e assessorias de imprensa para divulgar e cobrir um monte de coisas, shows, exposições, lançamentos, mas não tenho tempo e nem grana pra fazer tudo. Quem me dera. Por outro lado, é mó legal escrever aqui e produzir todas essas paradas.  
Session IPA Blues Etílicos - A ideia surgiu quando encontrei o pessoal da Blues Etílicos em um festival onde estava lançando o segundo volume do Blues The Backseat Music, em dezembro de 2018.
No meio da conversa Cláudio Bedran e Flávio Guimarães, respectivamente baixista e gaitista da banda, que já haviam bebido outras cervejas da CAIS, fizeram o convite. Aceitei na hora.
Em outro encontro, após um show em São Paulo, decidimos pela session IPA por ser um estilo que agrada a todos por ser uma cerveja leve, aromática e saborosa.
O primeiro lote foi de 600 litros e metade da produção foi vendida só na área da Baixada Santista, onde a Cervejaria CAIS, criada por mim e que hoje tem como sócio o Felipe Myrrha,  está presente em todas as cidades.
Vários artistas farão tributo à banda veterana do blues no Brasil em bares espalhados por todas as cidades da Baixada Santista.
Além da Session IPA Blues Etílicos, em 2019 a CAIS lançou a Weiss canal 2, a Witbier Canal 3 e a IPA Canal 4. E em 2018 estreou nos taps com a APA Canal 1 e a Witbier com pimenta dedo de moça Dudu do Gonzaga.
A programação do lançamento da Blues Etílicos inclui os guitarristas Pedro Bara, Fábio Brum, Giba Byblos, Filippe Dias, o gaitista Baby Labarba e a cantora Carla Mariani. 
Nesse momento ainda estamos tentando fechar um lançamento no Rio de Janeiro.

Apresentações:
05/09 – Playlist Blues The Backseat Music - Cerveja e Porcaria - Santos
06/09 - Pedro Bara – Quintal da Véia - Santos
12/08 – Fábio Brum e Baby Labarba – Tekoá - Santos
13/09 – Giba Byblos – Baldog - Itanhaém
14/09 – Filippe Dias – Mucha Breja – Santos
20/09 – Carla Mariani – Evrebrew – Santos
21/09 – Giba Byblos Trio – Praia Grande
26/09 – Flávio Guimarães e Otávio Rocha (Blues Etílicos) Rio de Janeiro (a confirmar)

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Em 2019 Bourbon Street Fest volta ao Ibirapuera

Após as dificuldades nos últimos anos, o festival volta ao parque do Ibirapuera abrindo espaço para que mais pessoas possam curtir a grande música de New Orleans. Os shows acontecem nos dias 29, 30 e 31/08 na casa. E 01/09 no parque, ao ar livre e com entrada gratuita

Bonerama (foto Braden Piper)

Em quinze anos, o festival que tem em seu DNA a música de New Orleans, misturando no mesmo caldeirão o jazz tradicional e o funk, as brass bands e a música gospel das Igrejas, a soul music e o rhythm blues, o zydeco e a cultura da Louisiana, já trouxe a São Paulo dezenas de artistas da cidade berço do jazz.
Nesta edição, três atrações internacionais preenchem o line up, sendo uma delas estreante no festival: a cantora Bobbi Rae, que vem acompanhada da Just Groove, banda do guitarrista brasileiro Igor Prado. Com apenas 25 anos, a cantora, compositora, violonista e poeta é uma novidade no mundo do rhythm & blues norte-americano.
O segundo destaque é a brass band Bonerama, retornando após as apresentações explosivas na festa dos 10 anos do mesmo festival. A banda formada por três trombones, bateria, baixo e guitarra traz o show Bonerama Plays Zeppelin, uma coleção de músicas de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. É funk-soul-rock para ninguém ficar parado.
E a terceira atração internacional é Dwayne Dopsie, o furacão do acordeão retorna com sua banda The Zydeco Hellraisers. Seu estilo totalmente particular e passional traz letras, vocais, composições e texturas sonoras impregnadas de soul, blues e funk. Dwayne e seu acordeão misturam-se ao som da guitarra, baixo, bateria e ao tradicional frotoir – avental de metal, semelhante ao washboard (tábua de lavar roupa), usado como percussão – e juntos incendeiam o palco com o Zydeco de New Orleans.
Nas apresentações gratuitas ao ar livre e nos shows noturnos do Bourbon Street quem dá as boas vindas é a Orleans Street Jazz Band, uma autêntica Street Band que circula entre a plateia e aquece o público antes das atrações principais. Na casa, nos shows noturnos, além das atrações internacionais, Dj Crizz abre a noite de quinta-feira com uma seleção especial feita para o festival, sexta é a vez de Sérgio Della Monica & Nola Jazz e no sábado, Yuri Prado & Mardigras Brass-Zookas, trazem os metais ao melhor tempero e sabor de New Orleans, antes da atração principal da noite.
Criado e produzido por uma das melhores casas de jazz do mundo – o Bourbon Street Music Club, de São Paulo, que completou 25 anos em 2018 – o Festival conta com o apoio da Prefeitura de São Paulo e Secretaria de Cultura através do PRO-MAC - Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais.

Se liga na programação:

No Bourbon Street Music Club, na rua dos Chanés, 127 - Moema SP  

29/08 Quinta-feira
20h30 – Dj Crizz
21h30 – Orleans Street Jazz Band
22h30 – Bobbi Rae & Just Groove feat Igor Prado

30/08 Sexta-feira
21h30 – Orleans Street Jazz Band
22h30 – Sérgio Della Mônica & Nola Jazz
23h30 – Bonerama (Bonerama plays Zeppelin)

31/08 Sábado
21h30 – Orleans Street Jazz Band
22h30 – Yuri Prado & Mardigras Brass-Zookas
00h00 – Dwayne Dopsie & The Zydeco Hellraisers

Yuri Prado & Mardigras Brass-Zookas

 Parque do Ibirapuera - Show grátis

01/09 Domingo
12h30 – Dj Crizz
13h00 – Orleans Street Jazz Band
13h30 – Bobbi Rae & Just Groove feat Igor Prado
14h30 – Orleans Street Jazz Band
15h00 – Bonerama (Bonerama plays Zeppelin)

16h30 – Dwayne Dopsie & The Zydeco Hellraisers

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Banda seminal do punk/eletrônico brasileiro, a santista Harry, ganha documentário



Texto: Eugênio Martins Jr
Fotos: Divulgação

Em março de 2017, últimos dias de vida de Johnny Hansen, cultuado e controverso vocalista da banda santista Harry, nos encontramos algumas vezes para juntar a documentação necessária para produzir o documentário que até então só existia na nossa cabeça, O Caos no Céu Cinza – nome dado pelo Hansen. 
Alguns dias depois de entregarmos o projeto na Secretária de Cultura, dentro do Facult, edital de financiamento local, Hansen sofreu um ataque cardíaco fatal que lhe tirou a vida.
Meses se passaram até o dia que recebi o telefonema do Dino Menezes, o co-produtor do filme me dando os parabéns por ter conseguido o financiamento. 
Confesso que já havia esquecido desse lance e fiquei alguns minutos olhando pra TV e pensando: “E agora, que porra que eu vou fazer?”.  
Marquei com a banda que estava juntando os pedaços após quase um ano sem tocar juntos e contei toda a história. A galera curtiu a ideia e toparam fazer. Meti as caras. 
Dois anos depois o documentário está aí. Recheado de entrevistas com os músicos originais e os atuais, contando a história da banda, falando sobre os discos iniciais que arranharam a pureza do pop rock nacional dos anos 80 e falando sobre o Hansen. 
Sou novato nesse negócio de fazer filme e assumo todas as falhas. Mas, assim como elas vão aparecer, meu coração também vai estar lá na tela. Agradeço à banda, aos entrevistados, ao Digo Maransaldi, parceiro incansável, e ao Dino Menezes pela paciência em me aturar e, por último, agradeço à minha paciência por ter de aturar o Dino.    
Harry foi uma banda santista criada na época em que o maior porto do país também era o maior exportador de vírus HIV do Brasil. Muito por causa das drogas consumidas pela galera.
Cubatão era uma das cidades mais poluídas do mundo, onde o nascimento de crianças com anencefalia, principalmente na Vila Parisi, vinha aumentando e onde aconteceu uma das maiores tragédias do país naquela época, o incêndio da Vila Socó, vitimando centenas de moradores. 
O crescimento das favelas era proporcional com o aumento dos assassinatos em São Vicente. Sem contar o descarte criminoso pela empresa Rhódia de pentaclorofenol, o pó da china, composto químico altamente tóxico, nos bairros da Área Continental de SV.    
Em meio essas tragédias nasceu o Harry e muitos de seus temas refletem essa barra pesadíssima que era a Baixada Santista. 
As paredes de guitarras, e depois de aparelhos eletrônicos que ao longo do tempo também serviu para separar os integrantes por divergências musicais, ficarão marcados na história torta do rock nacional eternamente como seu lado B.
Com o recurso que recebi, e ainda pondo algum do próprio bolso, consegui contar um pouco dessa história. Antes de qualquer coisa, sou fã da banda e acho que devia esse tributo ao Johnny Hansen que, como o amigo Werner Brucha diz no filme, não recebeu em vida o valor que merecia como músico.
Esperar o que no país  do monopólio das cinco emissoras de TV e dos cinco jornais?
Hoje, Cesar Di Giacomo (bateria e vocal) Johnson (teclados e vocal), Lee Luthier (baixo e vocal) e Marcelo Marreco (guitarra), continuam sem o Hansen e se preparam para lançar um novo CD, ainda com músicas compostas, cantadas e tocadas por ele. O CD se chama Dark Passenger e foi produzido pelo selo Fiber Records. 

Por exigência do edital do Facult e pedido da banda, os locais escolhidos foram o Museu da Imagem e do Som de Santos, duas sessões, e o Cine Arte Posto 4, uma sessão. São lugares com pouca capacidade de público, mas caso seja necessário faremos em mais datas. As exibições serão em 16 e 23 de agosto no MISS e 30 de agosto no Cine Arte. A entrada é gratuita.

Documentário Caos no Céu Cinza 2019 - arte; Digo Design

Show Caos no Céu Cinza - Sesc Santos 2018 - arte Digo Design