terça-feira, 25 de maio de 2021

Simi Brothers, produzindo, tocando e seguindo a canção - Vale do paraíba parte 2

 

Simi Brother e Phil Wiggins 

Texto e fotos: Eugênio Martins Júnior

Vale do Paraíba – parte 2

Foi num desses festivais, o de Jacareí, assinado pelo Marcelo Naves e pelos irmãos Simi que lancei meu segundo livro, o Blues The Backseat Music – As Origens no Brasil.  
Peguei estrada no domingo, dia 09 de dezembro de 2018. Os deuzes do blues acordaram de bom humor naquele dia e o sol queimava forte. 
Um dia antes, no sábado, no lançamento oficial em Santos, rolou um bate papo sobre blues e o show do Vasco Faé com o profissionalismo habitual do Sesc Santos. 
No domingo peguei o Douglas na casa dele em São Vicente às 10h30 já pronto e com a mochila nas costas... mas tive de dizer pra ele que íamos sair às 9h30. Quem conhece o malandro sabe que ele não respeita muito o horário. rsss
Delícia de viagem, as estradas vazias desde o começo. Chegamos cedo em Jacareí, por volta de meio dia e meia. 
O acertado com o Marcelo era um bate papo ali mesmo onde os shows iriam acontecer, aproveitando o público que já estaria lá. As IPAs que tomei até às 15h foram suficientes pra destravar a língua e entre uma piada sem graça e outra o bate papo rolou legal. 
A participação do público é fundamental nessas horas. Sempre tem aquele cara que esquece que está ali pra ouvir e quando pega o microfone não solta mais ou aquele que quando você ofende o presidente neo-fascista te olha com cara feia, mas no geral sempre é legal. E se o cara falar muito tu já manda na lata que ele está sendo chato.
O combinado era falar uma hora, mas com o atraso nos shows a conversa durou mais de duas. Bom é que tinha cerveja e que vendi uma pá de livros, os dois volumes.
No primeiro show o Márcio Abdo subiu ao palco pra mostrar o trabalho batizado por ele de MPB, música pra pular brasileira, com vários blues dançantes cantados em português. 
Depois da gig  eu e o Márcio ficamos por ali tomando umas brejas e conversando sobre sua participação na Mostra Blues que produzi naquele mesmo ano aqui em Santos. No meio da conversa, já com o Filippe Dias Trio fazendo um som,  encontramos o Otavio Rocha, guitarrista do Blues Etílicos.
Rocha é um dos grandes guitarristas de blues do país, um gênio da slide e um cara super gente fina. Eu e o Abdo ficamos conversando com ele, pagamos bebida e eu só não dei um livro porque estava sem. Depois de meia hora um sózia do Otavio apareceu e nos cumprimentou de passagem.
Eu e o Abdo nos olhamos e só aí percebemos por que o “nosso” Otavio não falava muito. A banda Blues Etílicos havia acabado de chegar de van e, claro,  o Otavio verdadeiro também. O Otavio impostor que bebeu várias brejas às nossas custas, não estava entendendo porra nenhuma do que a gente falava sem parar. Pô, a gente já estava trocando as pessoas e ainda estava no segundo show do dia.

Eugênio Martins Júnior – Imagino que irmãos que vão juntos para a música tiveram uma infância musical prolífica. Poderiam contar como foi? 
Nicolas Simi – Nosso pai, Gilberto, é um cara muito musical, escuta de tudo um pouco, sempre com bom gosto. Um dos seus artistas preferidos era o Tim Maia. Nossa casa sempre teve muita música, tenho ótimas lembranças do meu pai tocando violão no sofá domingo pela manhã e depois colocando no aparelho de som Djavan, Nana Caymmi, Billie Holiday, Al Green. Essa influência foi fator determinante para nossa formação musical. 
O Danilo naturalmente se interessou primeiro por instrumentos musicais, até por conta da idade, uma  diferença de doze anos. Enquanto ele estava na adolescência e já começando a tocar eu ainda estava na escolinha (risos). Nesse tempo curtíamos Led, Sabbath, Deep Purple, eram as paradas que o Danilo estava ouvindo até então, ele tinha desessete anos. Tenho uma foto clássica, de chupeta e segurando a capa do Led Zeppelin IV.
Em 2000 o Danilo e alguns amigos formaram a “Blues a Velha”, primeira banda de blues que vi ao vivo. Meu pai acompanhava tudo e apoiava do jeito que dava. Grana não tinha, mas sobrava disposição, levava a banda no seu Volkswagen TL quatro portas 1974, vendia ingressos, aumentava o volume da guitarra no meio do show (risos). Chegaram a abrir um show do Nuno Mindelis aqui em São José dos Campos. Tudo isso foi atraindo a minha atenção e a do Lucas, nosso outro irmão. Começamos a aprender guitarra com o Danilo, aprendemos as introduções de Born Under A Bad Sign versão do Albert King e I Wonder Why do Otis Rush. Me desenvolvi mais rápido que o Lucas, que na época já tinha interesse por eletrônica. Logo ele largou a guitarra e eu nunca mais parei de tocar. Hoje o Bizu - apelido do Lucas - toca gaita e é o responsável pela manutenção dos nossos amplificadores e pedais. (risos)

EM – E quando começaram a tocar juntos?
NS – Com frequência, assumindo um papel protagonista no palco, a partir de 2017. Sempre tocamos juntos em casa. Logo que surgiu o meu interesse pelo instrumento começamos a fazer um som com duas guitarras, um fazendo base enquanto o outro improvisava e vice-versa. Eventualmente eu era chamado para dar uma “canja” em algum show do Danilo com o Marcelo Naves. Isso passou a acontecer com mais frequência por volta de 2007, quando o Danilo já trabalhava com o gaitista Robson Fernandes. Em 2011 começamos a fazer alguns shows em trio com o Robson. Durante uns três anos fizemos muitos shows nesse formato, um baita aprendizado. Credito a minha inserção no cenário do blues a essas três pessoas, Danilo, Marcelo e Robson. A partir de 2015 o Danilo passou a integrar outros projetos musicais e o lance da produtora dele com o Naves já estava andando. Eu trabalhava em uma escola estadual e paralelamente seguia na carreira musical, vinha há uns dois anos substituindo o Danilo nos shows da banda do Robson até que, naturalmente, assumi o posto de guitarrista. Nessa época comecei a trabalhar com os gringos por intermédio do Igor Prado. Fizemos várias turnês e quando o Igor viajava eu chamava o Danilo para fazer os shows comigo, o que levou ao projeto The Simi Brothers. 

EM – E como o blues apareceu? A cena blueseira aí do Vale é bem ativa. Até que ponto isso influenciou a caminhada de vocês?
Danilo Simi – O blues surgiu na minha vida no século passado (risos). Mais precisamente no ano de 1998, quando era um iniciante no estudo das cordas. Fui apresentado a Robert Johnson, Lignhtin’ Hopkins, Blind Boy Fuller e outros grandes nomes do blues por um primo muito próximo que sempre foi um amante da música e detentor de uma coleção invejável de discos, vídeos e livros. Até esse momento, não conhecia nenhum outro músico na minha região que tocasse blues ou sequer sabia da existência de uma possível cena no Vale do Paraíba. Somente no começo dos anos 2000 é que passei a conhecer músicos como o Lancaster, de São José dos Campos, e os primos Flávio e Marcelo Naves. Esse último passou a ser meu parceiro e sócio. Até 2010 a cena blues no Vale tinha apenas esses músicos que já faziam parte do cenário do blues nacional, tocando em festivais e eventos especializados. Tanto em carreira solo ou acompanhando outros artistas nacionais e internacionais. 
Porém, isso era muito pouco para caracterizar um cenário forte do blues no Vale do Paraíba, já que esses músicos pouco atuavam aqui na região, dado a escassez de eventos, bares e festivais que contemplassem o gênero. Me arrisco a dizer, sem medo de errar, que isso começou a mudar em 2011, ao retornarmos de uma turnê de quase um mês pelo México. Eu e meu sócio Marcelo Naves começamos  a nos aventurar na produção de eventos e criamos a Naves & Simi Produções. Foi a partir daí que demos início a uma série de parcerias, principalmente com o poder público, por meio dos órgãos de cultura de vários municípios da região, o que levou ao surgimento de projetos como o Clube do Blues de Jacareí, que já vai completar 10 anos de existência. Junto com esses projetos, se iniciou a construção de uma cena blues de verdade, com um público cada vez maior, interessado e mais instruído, o surgimento de novos músicos e novas bandas, um espaço maior na mídia local, etc. Acho que o Nicolas é um bom fruto dessa nova geração de músicos. Outro exemplo é o Lucas Espildora (T-Boninho), ótimo guitarrista que surgiu no Clube quando ainda tinha apenas onze anos de idade. Hoje a Naves & Simi Produções atua em toda região, com destaque para Jacareí, já trouxemos mais de 30 artistas internacionais ao longo desses anos.


EM – Quando sentiram a necessidade de trazer artistas internacionais para Jacareí ?
Danilo – O Festival de Blues de Jacareí surgiu em 2015 e esse ano faremos a 6ª edição que, provavelmente, será no formato online devido à pandemia. Na verdade, o Festival surgiu com o sucesso do Clube do Blues de Jacareí, que foi a porta de entrada para tudo o que veio depois. Comecei a ter contato com os gringos em 2011, quando fui convidado para acompanhar o Eddie C. Campbell. Em 2012 recebi o convite de outro produtor, o Thiago Cerveira, para acompanhar o monstro da gaita, Steve Guyger, em uma de suas vindas ao Brasil. Em 2013 trabalhei com cantor Sugaray Rayford em uma turnê produzida pelo Igor Prado. A essa altura a Naves & Simi já estava na ativa, daí foi inevitável começar a trazer os gringos por nossa conta. 

EM - Isso não atrapalha um pouco o lado artístico?
NS – Tentamos não deixar isso influenciar no lado artístico e nem no convívio com os outros músicos e artistas, mas às vezes é inevitável. Por outro lado, a parte de produção nos ajuda a tocar com mais frequência o que é muito importante, já que treino é treino e jogo é jogo. Acho que beneficia mais do que prejudica. O lance das turnês com gringos traz o convívio com artistas muito mais experientes e que são referencias no tipo de som que fazemos. Além disso, nos obriga a sair da zona de conforto, conhecer novos sons, adaptá-los ao formato da nossa banda. 

EM – Poderiam falar sobre alguns artistas nacionais e internacionais que já trabalharam e qual foi a maior realização?
NS – Trabalhamos com uma boa galera do cenário nacional, Robson Fernandes, Flávio Guimarães, Greg Wilson, Adriano Grineberg, Blues Beatles, Igor Prado, Netto Rockfeller, Lancaster, para citar alguns. É sempre muito divertido encontrar essa galera. Por intermédio de outros produtores trabalhamos com artistas internacionais incríveis, Eddie C. Campbell, Steve Guyger, Sugaray Rayford, Tail Dragger, Willie Walker, Wallace Coleman, a lista é longa. Em parceria com o Naves, o Danilo produziu uma turnê com o Mud Morganfield, um dos filhos do Muddy Waters. Acho que essa foi uma tour importante para ele, por ser a primeira que estava produzindo, além de tocar. E por se tratar de um artista que nos leva para mais próximo daqueles grandes precursores que tanto admiramos. Nesse sentido quase todos os nomes com quem trabalhamos possuem um background de respeito dentro da história do gênero. Tail Dragger era muito próximo de Howling Wolf. Willie Walker gravou na Goldwax, que contava com nomes como James Carr, George Jackson e O.V. Wright. Wallace Coleman trabalhou por muito tempo com o lendário Robert Jr. Lockwood. Com o The Simi Brothers tivemos a sorte de nos associar com grandes nomes também, nossa turnê de estreia em 2018 foi com o cantor e gaitista Darrell Nulisch. Ele teve uma carreira bem ativa entre as décadas de 70 e 90. Nascido no Texas em 1952, conviveu com uma galera da pesada, Jimmy e Stevie Vaughan, Derek O’Brien, Lou Ann, Kim Wilson. Esse cara viu muita coisa, era amigo de Otis Rush e em minha opinião, o melhor entre brancos e negros, interpretando as canções do Otis. No final de 70 formou ao lado do guitarrista Anson Funderburgh a banda The Rockets, depois gravou ótimos álbuns com o guitarrista de Boston, Ronnie Earl, e por último trabalhou por quinze anos como vocalista da banda do lendário James Cotton depois que o mesmo perdeu a voz. Poder tocar ao lado de um cara desses e ouvir aquela voz que tantas vezes ouvi nos discos é impagável.


EM – Recentemente vocês conseguiram um grande feito, trouxeram ao Brasil uma das lendas do blues atual, o cantor e gaitista Phil Wiggins. Como isso se deu?
NS – Esse é mais um caso de um artista que admiramos muito e que estava em nossos planos há algum tempo. Em algumas ocasiões acompanhamos um gaitista da nova geração, o Aki Kumar. Além de um exímio gaitista, é uma pessoa ímpar, gosto muito de trabalhar e conviver com ele. Durante uma turnê em 2018 expressei minha vontade de trabalhar com o Phil Wiggins e ele prontamente se dispôs a me ajudar. Logo que voltou aos Estados Unidos ele fez o meio de campo com o Phil, me passando o email e telefone. Entrei em contato e armei uma turnê para outubro de 2019, que infelizmente acabou tendo poucos shows. Claro que isso não diminuiu nossa empolgação em trabalhar com um artista desse quilate. Fizemos ótimas apresentações e nos identificamos muito com o set list, afinal, fomos criados à base de country blues. O ponto alto dessa tour foi a gravação de um single que se chama See Me Rag, uma composição original do Danilo, na qual arranjei um segundo violão e com o Phil na gaita. Entramos de vez no mercado da música e serviços de streaming com esse som. Para quem quiser conferir está disponível em todas as plataformas digitais. Em 2020 planejávamos fazer muitas coisas com essa parceria, mas acabamos bloqueados pela Covid. Paciência.

EM – Acham que esse é o caminho, o próprio artista construir um conceito, produzir o show, vender, etc.?
NS – Total. Sinceramente, nem conheço outra forma de trabalhar. O Darrell por exemplo, é um total desiludido com o cenário atual, chega a ser engraçado (risos). O tanto de trabalho que gera uma turnê dessas é uma loucura. Tem o contato com o artista, a elaboração do material de venda, a disseminação desse material, o contato com produtores, a elaboração do repertório e produção musical, aéreas, vans, hotéis, logística no geral, é muito trampo! Tocar mesmo é a cereja do bolo. Mesmo em um projeto que não envolva artista internacional dá trabalho. Ser músico é um trabalho constante de criar ideias, estudar seu instrumento, colocar em pratica suas ideias, organizar suas finanças, reinvestir parte do que ganha com os shows e vendas de merchandise. Enfim, você tem que se entender como uma empresa. No nosso caso, como a grana é sempre apertada e vivemos única e exclusivamente disso, precisamos estar em cima e cuidando de cada detalhe, já que não existe margem para erro. Outra coisa importante quando se trabalha dessa maneira é ter parceiros. Nós cooperamos com outros produtores e artistas e isso amplia muito nossa atuação. Nosso pai sempre foi autônomo e odiava trabalhar para os outros, vendeu de alho a sacolinha plástica passando por Avon e pizza semi-pronta (risos). De fato, “se virar” é algo que puxamos dele.

EM - São dois guitarristas, como trabalham as composições e arranjos?
NS – Viemos de uma escola de blues tradicional, aquela onda de acompanhar gaitistas. Isso foi nossa porta de entrada para muitos projetos como sideman, formou nosso estilo no instrumento e permeia tudo que fazemos. Mesmo em projetos nada tradicionais como o que desenvolvemos ao lado do trombonista de Chicago, Big James. Temos sempre a preocupação de tocar em regiões distintas do braço da guitarra para soar diferente e complementarmos um ao outro, nada mais chato do que duas guitarras tocando a mesma coisa. Na pré-produção das turnês ou mesmo de shows esporádicos com convidados nacionais, costumamos fazer de dois a três ensaios somente nós dois, antes dos ensaios com a banda toda. Isso é muito importante, pois além de arranjarmos as guitarras, já chegamos ao ensaio geral tendo uma boa noção do que queremos dos outros instrumentos para cada som. Isso agiliza muito o processo e faz as coisas “groovarem” mais. Outro ponto é que, sempre um de nós fica com o que chamamos de “hard work”, uma harmonia mais constante para sustentar a música, enquanto o outro vai para um lado mais melódico, se valendo de frases e timbres diferentes para criar outras texturas no som. Isso tem funcionado bem e vem criando uma cara para o nosso som. Na parte de composição o Danilo está anos-luz a frente, o single com o Phil é composição dele e os temas instrumentais que tocamos nos shows também. 


EM – Tenho notado que o Danilo tem se posicionado politicamente contra o governo federal. Gostaria que falasse sobre os motivos dessa discordância?
DS – Nunca fui de expressar minha opinião política para fora do meu convívio familiar e também não gosto muito dessa coisa de misturar música com política no sentido partidário, apesar de respeitar quem assim o faz. Entendo que a música ao longo de sua história, sempre exerceu um papel importante na sociedade, influenciando e participando ativamente de momentos políticos importantes, mas confesso que quando estou compondo, ensaiando ou fazendo shows, essa preocupação não passa pela minha cabeça. Porém, o atual momento político do Brasil é de uma mediocridade tamanha que beira a insanidade. Diante disso, como cidadão, me sinto na obrigação de assumir publicamente o meu descontentamento com toda essa aberração que estamos vivendo e faço isso não por que esse governo é assumidamente contra a arte como profissão e como forma de expressão, isso sem dúvida afeta diretamente o meu trabalho, mas acho que seria muito mesquinho da minha parte me levantar contra esse governo somente por esse motivo. O que me incomoda mesmo é a vergonha mundial que o Brasil se tornou, a vergonha que sinto de falar que sou brasileiro e o futuro de toda uma nação ameaçado. Acho que tudo isso é motivo suficiente para encorajar qualquer cidadão que, assim como eu, desolado com o atual momento do Brasil, a se posicionar.

EM – Como têm se virado nessa pandemia? E O que esperam do futuro? 
NS – Tá complicado. Basicamente estamos vivendo das nossas economias dos últimos dois anos, algo que aprendemos a duras perdas ao longo desse caminho. Todo mundo deveria receber um pouco de educação financeira na escola, se a pessoa é autônoma e músico ainda por cima, é obrigação. Com ou sem pandemia, todo começo de ano é complicado, poucos shows, pouca coisa acontecendo, tudo muito devagar e a galera no ritmo de férias e festas, ninguém quer ouvir blues (risos). A coisa só começa a andar em abril, isso já é praxe. No início, quando chegava essa época, o Danilo ficava liso. Eu, como até há dois anos atrás ainda tinha um emprego “normal”, segurava as pontas. Conseguimos aprovação em alguns editais para shows no formato de “Live” e produção de conteúdo audiovisual. Confesso que fiquei injuriado com tudo isso, já que estávamos trabalhando num ritmo muito bom e os planos para 2020 pareciam ótimos. Agora é segurar a onda, seguir buscando novas formas de trabalhar dentro dessa nova realidade e esperar que os eventos presenciais voltem a acontecer num futuro não tão distante, para a nossa sorte e a do público também.

EM – Vocês ainda não gravaram um disco. Quando sai?
NS – Lançamos alguns singles recentemente e temos mais dois planejados para sair nos próximos meses. Estamos tocando vários projetos ao mesmo tempo com o Phil, o Big e o Darrell. Temos planos de gravar com todos. Além das composições originais, que podem se encaixar nesses projetos, ou mesmo um projeto só dedicado a elas. Como tudo que produzimos é financiado com parte do que levantamos com os trampos, as coisas caminham um pouco lentas. O lado bom é que a experiência e amadurecimento que estamos adquirindo na produção desses singles e demais conteúdos, vão contar muito na hora da produção do álbum, que sinto estar cada vez mais próximo.

Um comentário:

  1. Danilo e Nicolas...pessoas do bem e bons músicos...muito boa a matéria...parabéns novamente Eugênio

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