sábado, 24 de novembro de 2012

Grandes nomes do blues brasileiro pagam tributo a Celso Blues Boy com The Big Jam


O encontro com a Jam for a Dime, Big Chico, Fábio Brum, Giba Byblos, Guappo Sauerbeck, Igor Prado e Mauro Hector acontece na quinta-feira, dia 06 de dezembro, às 21h30, no Sesc Santos.
Todos os artistas doarão os cachês para o tratamento de saúde do cantor Ricardo Werther


Será um grande encontro do blues nacional. Uma Big Jam com os figurões que há anos carregam a bandeira do blues na terra do samba. A banda santista Jam for a Dime recebe os blueseiros Big Chico, Fábio Brum, Giba Byblos, Guappo Sauerbeck, Igor Prado e Mauro Hector em show tributo inédito ao cara começou a coisa toda, o mestre Celso Blues Boy.
Cada artista tocará uma de suas composições e acompanhará a Jam for a Dime em um tema de Celso Blues Boy. No final do show, todos sobem ao palco para uma grande jam.
Celso Blues Boy – Nasceu Celso Ricardo Furtado de Carvalho no Rio de Janeiro, em janeiro de 1956. Na década de 1970, com apenas 17 anos, começou a tocar profissionalmente com Raul Seixas, além de acompanhar Sá & Guarabira e Luiz Melodia. foi o Sá quem lhe deu o apelido de Celso Blues Boy, devido a sua loucura pelo B. B. King.
O músico é o autor de temas clássicos do blues/rock nacional, como Aumenta Que Isso Aí é Rock and Roll, Blues Motel, Fumando na Escuridão, Marginal, O Último Tango para Roy Buchanan, Nuvens Negras Choram, Que pecado Eu Fiz, Brilho da Noite e a mais recente, Por um Monte de Cerveja. Faleceu recentemente após perder a luta para um câncer na garganta.
Ricardo Werther - Cantor carioca é um dos maiores do gênero no país. Era integrante do extinto Big Allanbik, uma das bandas de blues mais importantes do Brasil. Além de Ricardo Werther, Big Gilson, Ugo Perrota (Blues Groovers) e Beto Werther (baterista, irmão de Ricardo) saíram de lá e estão na ativa até hoje. Após dez anos afastado da cena blueseira, gravou o excelente The Turning Point. Há dois anos luta contra uma doença grave que o impede de trabalhar.
Jam for a Dime - composta por Johnny Sapia (guitarras, e vocais), Filippe Dias (guitarras, violões e vocais), Gaylor Borges (contrabaixo e vocais) e Jefferson Rodrigues (bateria e percussão, é a banda oficial do Clube do Blues de Santos. A banda se dedica a composições de blues em português, revelando uma forma própria de escrever letras, semeando-as em um som orgânico, que flerta também com o funk, o soul e o rock, seguindo os passos do saudoso Celso Blues Boy.
Big Chico – Gaitista da segunda geração do blues nacional e um batalhador no cenário nacional e internacional. Gravou o CD Blues Dream nos Estados Unidos e acaba de lançar um DVD gravado na Argentina. Recentemente viajou pelo Brasil com a Lurrie Bell, uma lenda da guitarra.
Fábio Brum - Tem 22 anos de carreira. Participou do disco de 40 anos da maior banda de rock do país, a Made in Brasil. Tocou com Demétrius (O Ritmo da Chuva), Carlos Gonzaga (Diana) e Marcelo Nova. Atualmente, junto com o dramaturgo Mario Bortolotto, é integrante da banda Saco de Ratos. Bebe com Chico Sá e Marcelo Rubens Paiva.
Giba Byblos – É o guitarrista paulistano que usa a imagem tanto quanto o som em suas apresentações. Discípulo de Freddie King, Giba atua no circuito blueseiro divulgando o primeiro CD, My Duty, com seu show Talkin’ bout Chicago.
Guappo Sauerbeck – Cantor e gaitista exímio da banda de blues paulistana Caviars Blues Band, um verdadeiro dream team de músicos, Ney Haddad (baixo) Alaor Neves (bateria) e Mauro Hector (guitarra).
Igor Prado – Outro artista da segunda geração do blues nacional. É o guitarrista brasileiro de blues que mais investe no intercâmbio Brasil/Estados Unidos. Já acompanhou Lynwood Slim, James Wheeler, Junior Watson, Sax Gordon, Flávio Guimarães, Donny Nichilo e outros.
Mauro Hector – Guitarrista santista considerado um dos mais talentosos do país. Além de sua carreira solo que conta com três CDs gravados, Hector atua na Caviars Blues Band. Além disso é professor de guitarra dos mais requisitados e que coloca no mercado centenas de jovens blueseiros.

Realização: Sesc Santos
Produção: Mannish Boy Produções Artísticas

Serviço:

Show: Big Jam
Artistas: Jam for a Dime, Big Chico, Fábio Brum, Giba Byblos, Guappo Sauerbeck, Igor Prado e Mauro Hector
Data: quinta-feira, 06 de dezembro
Local: Sesc Santos
Endereço: Rua Conselheiro Ribas, 139 – Aparecida
Horário: 21h30
Ingressos: R$ 2,00, R$ 4,00 e R$ 8,00
Classificação: Livre

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

De Pagu a Patrícia – o último ato

Livro revela a produção cultural e jornalística de Patrícia Galvão nos seus últimos anos de vida



Texto: Márcia Costa

Nos anos 50 ela já não mais queria ser chamada de Pagu. Depois de trocar a militância política pela militância cultural e pelo jornalismo, Patrícia Galvão chega a Santos (SP) em 1954 para incendiar a cena, atuando como jornalista em A Tribuna, produzindo peças de teatro e eventos literários e difundindo a vanguarda. Esta história écontada no livroDe Pagu a Patrícia – o último ato (Dobra Editorial/Fundo de Cultura de Santos), da jornalista e pesquisadora Márcia Costa, cujo objetivo é revelar a intelectual por trás do mito.
O lançamento será realizado nos dias 05 de dezembro na Casa das Rosas, em São Paulo, e no dia 08 de dezembro na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, com debates e apresentações artísticas que vão lembrar a produção jornalística e cultural de Patrícia Galvão, cinquenta anos após sua morte, em 12 de dezembro de 1962, em Santos.
Não se trata de uma biografia, mas de uma contribuição para a História Cultural dos anos 50 e início dos 60. A pesquisa iniciou-se durante o curso de mestrado (2006-2008) em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo, onde Márcia Costa estudou a coluna Literatura, produzida por Patrícia em A Tribuna, e se estendeu com o estudo da relação de Patrícia com o teatro, registrada na coluna Palcos e Atores,eno levantamento dos fatos históricos que compuseram a cena cultural em Santos e no Brasil daquele período. O projeto do livro foi selecionado pelo Fundo Municipal de Cultura de Santos, que financia a publicação. A obra tem prefácio do compositor Gilberto Mendes, amigo de Patrícia, capa produzida pelo artista plástico Fabrício Lopez (xilogravura) e orelha assinada pelo escritor Flávio Viegas Amoreira.
No jornal A Tribuna Patrícia imprimiu as marcas do seu último ato, onde estão registradas a produção artística da época sob uma visão moderna e cosmopolita.A análise dos artigos de Patrícia e as entrevistas com testemunhas de época permitirama Márcianarrar a força de Patrícia na luta apaixonada pelo teatro, marcada pelaparticipação na vitoriosa campanha pela construção do Teatro Municipal, na criação da União de Teatro Amador de Santos, no apoio à realização de importantes festivais, no incentivo aos jovens talentos como Plínio Marcos, na formação de grupos amadores e na divulgação e na produção de peças de vanguarda, como Fando e Lis (Fernando Arrabal) eA Filha de Rappaccini (Octavio Paz).“Acoluna Literatura também mostra uma Patrícia antenada com as vanguardas da época, e serve de guia para se entender a literatura moderna nacional e internacional, onde ela já destacavaautores poucos conhecidos como Clarice Lispector e Fernando Pessoa, e onde traduziu nomes como Blaise Cendrars, Henry Heine ePaul Valéry”, diz a autora.
Pelo mundo da cultura – Para escrever suas colunas sobre literatura e teatro, Patrícia mantinha contato estreito com grandes artistas e intelectuais do período. No prefácio da obra o compositor Gilberto Mendes lembrao interesse dela pelaMúsica Nova, produzida por ele e Willy Corrêade Oliveira (autor da partitura da peçaA Filha de Rappaccnini). Por meio de visitas, correspondências, entrevistas, encontros, resenhas ou envio de livros, Márcia traçou um panorama de contatos de Patrícia Galvão que passava por Sábato Magaldi, Alfredo Mesquita, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Casais Monteiro, Cacilda Becker, Sérgio Milliet, Flávio de Carvalho, Lygia Fagundes Telles, Fernando Arrabal, Jean Paul Sartre, Eugène Ionesco, entre muitos outros citados pela jornalistaem a Tribuna.
O vasto material publicado por Patrícia no jornal (que então era editado por Geraldo Ferraz, parceiro amoroso e intelectual) e a sua própria prática no campo cultural se traduzem em verdadeiras aulas. “Ela discutiu o país por meio das vanguardas culturais e artísticas”, explica a autora.“Aprende-se muito com Patrícia Galvão, mulher generosa, forte e polivalente, intelectual por vezes ofuscada pelo mito”.
No blog http://depaguapatricia.blogspot.com.br/ o leitor tem acesso a textos jornalísticos de Patrícia Galvão e fotografias do contexto cultural da época. A partir do dia 05 de dezembro o livro poderá ser adquirido no site da Dobra Editorial http://www.portaleditora.com.br/ pelo valor de R$ 35,00.
Sobre a autora: Márcia Costaé jornalista e pesquisadora, graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), com atuação em veículos de comunicação, produção cultural e docência. Há dez anos dedica-se à pesquisa sobre imprensa, história e cultura e atualmente prepara doutorado sobre as relações entre comunicaçãoe arte.

Programação do lançamento

Dia 05 de dezembro, às 19h - Casa das Rosas, em São Paulo
Apresentação do evento: Flávio Viegas Amoreira.
Releitura de um texto jornalístico de Patrícia sobre o teatro com a atriz Marisa
Matos.
Debate com Márcia Costa, Geraldo Galvão, Terezinha de Almeida e Sérgio
Mamberti (nome a confirmar).
(Endereço: Av. Paulista, 37, Bela Vista).

08 de dezembro, às 16h - Pinacoteca Benedito Calixto, em Santos
Apresentação do evento: Flávio Viegas Amoreira.
Alice Mesquita (canto).
Performance O Jardim de Patrícia, do Núcleo de Pesquisa do Movimento –
Imaginário Coletivo de Arte (com Célia Faustino, Márcio Barreto, Marília
Fernandes, Maria Tornatore e Alessandro Atanes).
Debate com Márcia Costa, Geraldo Galvão, Lúcia Teixeira Furlani e Sérgio
Mamberti (nome a confirmar).
Tarso Ramos (piano).
(Endereço: Av. Bartolomeu de Gusmão, 15).

Veja também: http://mannishblog.blogspot.com.br/2009/12/o-resgate-de-pagu.html

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mannish Blog manda uma exclusiva com Lurrie Bell, o filho do blues


Texto: Eugênio Martins Júnior
Fotos: Leandro Amaral

Lurrie Bell nasceu dentro do blues. É filho legítimo de Chicago e de Carey Bell, um dos principais gaitistas de blues da segunda metade do século passado. Atualmente, Lurrie é um dos principais guitarristas do gênero e um dos mais cultuados.
Mas nem sempre foi assim. Nas décadas 80 e começo de 90, apesar de gravar e trabalhar com regularidade, passou os anos lidando com as drogas a ponto de ter de pedir ajuda e ter de se afastar da cena por um período.
É autor dos antológicos álbuns solos Mercurial Son, Blues Had a Baby e Young Man’s Blues: Best of JSP Sessions 1989/90. Em parceria com seu pai, que sempre lhe deu a maior força, gravou Son of a Gun, Dinasty, Second Nature. Uma discografia de peso.
Além de seu pai, tocou com figuras chaves do gênero: Eddy Clearwater, Billy Branch, Koko Taylor, Big Walter Horton, Eddie C. Campbell, Mississppi Heat, Eddie Taylor (Big Town Playboy) e outros.
Em setembro de 2012 Lurrie veio ao Brasil pra divulgar The God Ain’t Got no Music, CD recém lançado e ótimo trabalho acústico e com músicas gospel.
O responsável pela turnê nacional foi o gaitista Big Chico, com quem Lurrie realizou meia dúzia de shows pelo Brasil. O show de abertura foi aqui em Santos, no Studio Rock Café, onde realizei a entrevista exclusiva para o Mannish Blog e produzi a gig.
Na entrevista, Lurrie fala sobre o amor por Deus e a música gospel, sobre algumas passagens ao lado de seu pai, uma verdadeira lenda do blues. Valeu Chico.



Eugênio Martins Júnior – Qual foi a principal lição que você aprendeu com Carey Bell, seu pai?

Lurrie Bell – Ouvir a minha alma. Olhar dentro de mim e sentir o blues fluindo na guitarra ou na harmônica ou qualquer instrumento que toque. Ele me disse: “Observe, ouça e aprenda”.

EM – E o cuidado com as letras. Você se considera um bluesman tradicional, um contador de história?
LB – Sim senhor. Cresci ouvindo os grandes do blues. Junior Wells, Lighting Hopkins, Eddie Taylor, Roy Johnson e Carey Bell, meu pai. Ouvi todos eles quando tinha cinco ou seis anos e eles me ensinaram como me apresentar tocando o blues. Eles viviam em minha casa. Sentava com meu pai que eu amava e criava a música mais bonita que há.

EM – Like father, like son?
LB – Sim, tentei seguir seus passos porque sempre acreditei no que ele estava fazendo com relação à música.


EM – Todos nós temos a curiosidade de saber como é conviver com todas essas lendas do blues. Quer dizer, pelo menos os fãs de blues. Conte como era essa convivência.
LB – Bem, eles estavam sempre por ali. Sempre prontos pra tocar blues. Eles gostavam do meu pai e ele tinha a sua banda. Onde eu morava, no West Side Chicago, Fifth Avenue, meu pai ensaiava no porão daquela casa e eu sentava lá e costumava ouvir a banda. Havia uma guitarra largada no chão bem à minha frente. E eu pegava aquela guitarra e costumava acompanhar a banda. Depois disso, nunca mais larguei ela no chão. Comecei a desenvolver meu próprio estilo de tocar blues.

EM – E qual desses músicos mais o influenciou?
LB – Eddie Taylor. Que por sua vez costumava tocar com Jimmy Reed. Tocou na maioria de seus discos. Esse cara tem um som maravilhoso.



EM – Você tocou com ele naquele tempo?
LB – Sim, trabalhamos juntos.

EM – Além dessa escola do blues, você tocou nas igrejas do sul. Como essa experiência influenciou sua música?
LB – Meus avós freqüentavam uma igreja em Lisman, no Alabama, cerca de 30 milhas de Meridian, no Mississippi. Eles me obrigavam ir a à igreja. Eu era jovem e eles me ensinavam a fazer o que era certo. Então eu ficava lá ouvindo o coro e o quarteto e tinha aulas sobre a bíblia e encontros onde cantávamos as canções e revivals. Aí comecei ir a igrejas diferentes do sul com o meu avô. Comecei a tocar guitarra para aquela gente. Virei um membro ativo. Sou muito religioso, acredito em Deus. Foi a primeira música que eu realmente amei e ela me influenciou. Aí meu pai me quis de volta. Porque eu nasci em Chicago, mas vivi no sul um bom tempo porque queriam que eu ficasse longe de problemas. Fora das ruas de Chicago. Mas sempre amei o Senhor. Os spirituals estão sempre no meu coração.

EM – Eles te mandaram para o sul porque você era uma criança problemática? (risos)
LB – Sim. Bem, crescendo no West Side de Chicago você arruma confusão mesmo não querendo. Você sabe, há muitos mal-entendidos. Pessoas fazendo coisas erradas nas ruas. Essa foi a principal razão pra eu ter sido mandado pro sul. E foi lá que eu aprendi muito sobre o gospel, country and western. Naquela época a música que vinha do sul era incrível, cara.

EM – Ouvir todas aquelas músicas religiosas o colocaram mais perto de Deus.
LB – Sim. Tenho 53 anos e deus me abençoou todos esses anos com meu talento. Com minha harmônica, minha guitarra, minha voz e meu jeito de cantar. Tenho viajado pelo mundo e continuo vivo porque Deus está comigo todos esses anos. E eu agradeço. Eu tenho um disco de música gospel chamado The Devil Ain’t Got No Music. Você tem de ouvi-lo.



EM – Sempre que alguém que eu entrevisto toca com alguém que é uma lenda do blues eu pergunto como era a pessoa e você tocou com Koko Taylor. Como ela era?
LB – Era uma das maiores vozes femininas do blues que eu ouvi na vida. Ela era incrível, cara. Ela tinha um estilo que eu nunca havia visto. Ela podia cantar o blues a noite inteira. Estive na Koko Taylor Blues Band por seis anos e viajamos pelo mundo todo. Nunca vou esquecer o que ela fez. Ela me colocou em sua banda e me mostrou tudo sobre como ser profissional. Conheci pessoas incríveis.

EM – Você gravou grandes discos com seu pai. Um dos que eu mais gosto é o Second Legend, um disco acústico. Como foi a escolha do repertório?
LB – Sobre aquele CD em particular, estávamos na Finlândia e o promotor da turnê nos pediu pra gravar um CD. As coisas estavam indo bem, a turnê foi um sucesso, as pessoas gostaram muito de nós. Eu e meu pai estávamos satisfeitos em relação ao nosso trabalho. Esse clima gerou Second Nature. Meu pai tem seu jeito de interpretar as canções e eu aprendi a tocar de ouvido. Ouvindo meu pai tocar e seguindo-o. Ele costumava sentar e ouvir muitos discos de blues quando morávamos em Chicago, artistas como Albert King, Little Milton, Lowell Fulson, Fenton Robinson. Era muito fácil tocarmos juntos qualquer música. A coisa fluía entre nós.

EM – Abrir o próprio selo é a melhor forma de controlar o seu trabalho?
LB – Sim. Se você tem seu próprio selo se sente melhor com relação ao seu trabalho. Se você é dono do selo, todos os direitos voltam pra você. Outras pessoas não terão o controle financeiro nem direitos sobre sua obra.

EM – Os grandes nomes do blues estão ficando velhos ou morrendo. Como estará o blues daqui a 20 anos?
LB – Bem, espero estar vivo em 20 anos. Mas vou morrer tocando blues que pra mim é especial. Sinto o blues a cada minuto da minha vida, a cada segundo. Ele fala sobre a vida, sobre a história, sobre o hoje e sobre o amanhã. Daqui a 20 anos? Estarei velho, mas planejo tocar o blues até lá. É meu trabalho, eu divirto as pessoas com minha música. Deus me colocou aqui pra isso. Espero que a geração que estiver lá diga: “Lurrie Bell é legal”.