Além das brasileiras Rosa Passos e Vanessa Moreno com seus trabalhos individuais e a portuguesa Maria João que se apresenta com André Mehamri, a presença de Silvia Perez Cruz, Catalunha; Thandi Ntuli, África do Sul; Noura Mint Seymali, Mauritânia; Oumou Sangaré, Mali; Sona Jobarteh, Inglaterra e Angel Bat Dawid, Estados Unidos; formam um grande mosaico de ritmos e formas. A excepcional curadoria passa por várias mãos, garantindo o colorido do festival.
Em todos os anos que acompanho o sesc Jazz, que inclusive já passou aqui por Santos trazendo Marc Perrenoud e John Zorn, acho que é a primeira vez que a presença feminina se faz tão marcante.
Não que nos outros anos cantoras e instrumentistas maravilhosas não tenham passado por lá, muito ao contrário, o Sesc Jazz já registrou as presenças de Ester Rada, Marlene Shaw e Bixiga 70, Roy Hargrove e Roberta Gambarini, Daymé Arocena (Cuba), Melissa Aldana (Chile) e Crash Trio, Renee Rosnes (Canadá), Lina Nyberg (Suécia). Eu consegui os concorridos ingressos para os shows de Tânia Maria e Armando Marçal e Buika.
Programação de shows:
18/10 19/10 - Makaya Mccraven - Sesc Pompeia
19/10 20/10 - Vanessa Moreno - Sesc 14 Bis
20/10 - Thandi Ntuli - Sesc Pompeia
20/10 21/10 - Orchestre Poly-Rythmo De Cotonou - Sesc Pompeia
21/10 22/10 - Spokfrevo Orquestra - Sesc Pompeia
21/10 22/10 - Alfredo Rodriguez - Sesc 14 Bis
26/10 - Irmandade Ensemble - Sesc Pompeia
26/10 - Angel Bat Dawid - Sesc Pompeia
26/10 27/10 - Sona Jobarteh - Sesc 14 Bis
27/10 - Maria João E André Mehmari - Sesc Pompeia
27/10 - Chico Batera - Sesc Pompeia
28/10 29/10 - Sílvia Pérez Cruz - Sesc Pompeia
28/10 29/10 - Egberto Gismonti - Sesc 14 Bis
28/10 29/10 - Black Monument Ensemble - Sesc Pompeia
02/11 - Rubén Rada - Sesc Pompeia
02/11 - Noura Mint Seymali - Sesc Pompeia
02/11 03/11 - Amilton Godoy - Sesc 14 Bis
03/11 - Stewart Sukuma - Sesc Pompeia
03/11 - Do Romance Ao Galope Nordestino – A Música De Antônio Madureira - Sesc Pompeia
04/11 05/11 - Rosa Passos - Sesc 14 Bis
04/11 05/11 - Oumou Sangaré - Sesc Pompeia
04/11 05/11 - Cesar Camargo Mariano - Sesc Pompeia
Ações formativas:
19/10 - Usando a História Para Criar Um Tema De Álbum – Com Thandi Ntuli - Centro De Música do Sesc Vila Mariana
20/10 - O Piano e A Música De Alfredo Rodriguez – Com Alfredo Rodriguez - Centro de Música do Sesc Consolação
24/10 - Audição Comentada: Flora é M.P.M. de Flora Purim - Centro de Música do Sesc Consolação
25/10 - Atividade Educativa – Com Angel Bat Dawid - Sesc 14 Bis
26/10 - Audição Comentada: Tam… Tam… Tam…! De José Prates - Cpf Sesc
31/10 - Audição Comentada: Rio 65 Trio de Dom Salvador, Sérgio Barrozo e Edison Machado - Centro de Música do Sesc Vila Mariana
01/11 - Candombe, Tradição e Uma Viagem Através do Tempo – Com Rubén Rada - Centro de Música do Sesc Vila Mariana
01/11 - Encruzilhada Subsaariana: Desvendando a Música Mourisca e a Cultura Moura Griot – Com Noura Mint Seymali - Sesc 14 Bis
02/11 - Vivências Musicais de Moçambique e Suas Infâncias – Com Stewart Sukuma - Sesc 14 Bis
05/11 - Aula-Show Canção do Amor Demais – Com Amilton Godoy - Centro de Música do Sesc Consolação
Vanessa Moreno (Foto: Eugênio Martins Jr)
Artistas:
Rosa Passos - Revisita canções de Tom Jobim popularizadas por João Gilberto nos anos de 1950 e 1960, marcos da bossa nova. No repertório, destacam-se músicas como “Eu sei que vou te amar”, “Samba de uma nota só”, “Você Vai Ver”, “Águas de Março”, “Dindi” e outras. A artista reinterpreta essas canções, jogando com acentos rítmicos e criando novas divisões. Desde criança, Rosa Passos mostrou aptidão musical, começando no piano aos três anos. Aos 11, após ouvir “Orfeu do Carnaval”, decidiu se dedicar ao canto, sendo profundamente influenciada por João Gilberto. Em 1968, apareceu no programa “Poder Jovem” da TV Tupi, e, em 1972, conquistou o primeiro lugar no Festival Universitário da Globo com “Mutilados”. Reside em Brasília desde 1978 e tem álbuns renomados como “Recriação”, “Amorosa” e “Curare”. Na virada do milênio, realizou turnês internacionais e prosseguiu com sua produção discográfica, tendo “Entre Amigos” como um dos destaques. Rosa Passos (voz e violão), Fabio Torres (piano), Paulo Paulelli (baixo), Celso de Almeida (bateria) e Lucas Andrade (sopros).
Vanessa Moreno com participação de Fabiana Cozza - A artista apresenta um espetáculo em homenagem à música baiana. O repertório traz canções de compositores e intérpretes que influenciam sua carreira como Roberto Mendes, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Josyara, Rosa Passos, Dorival Caymmi, Roque Ferreira, entre outros. A apresentação ainda conta com a participação da cantora paulista Fabiana Cozza. Apesar de ter nascido em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a relação de Vanessa com a Bahia vai além da admiração, já que também possui raízes baianas por meio de seu pai. Antes desse projeto especial, a artista já havia colaborado com artistas baianos, como Gilberto Gil e Rosa Passos. Outros destaques do seu currículo são os trabalhos “Em Movimento” (2016), “Chão de Flutuar” (2019), “Sentido” (2022) e o duo com o pianista Salomão Soares em “Yatratá” (2022). Também foi vencedora de duas edições do Prêmio Profissionais da Música. Banda: Vanessa Moreno (voz), Fi Maróstica (baixo), Rudson Daniel (percussão), Conrado Goys (guitarra), Vitor Cabral (bateria), Joana Queiroz (clarinete e clarone) e Leandro Cabral (piano).
Thandi Ntuli - É influenciada pela tradição musical de sua família: herdou o nome de sua tia, uma cantora clássica; seu tio, Selby Ntuli, integrou a banda Harari; e Levi Godlib Ntuli, seu avô, incentivou a musicalidade em casa morando em Sophiatown nos anos 1940. Essa tradição familiar moldou a carreira de Thandi, que já tem 13 anos, durante os quais ela solidificou o papel da geração sul-africana contemporânea na música. Thandi se apresenta no Sesc Jazz com uma banda de sete integrantes, demonstrando a singularidade da escola jazzística sul-africana. Ao longo de sua trajetória, Thandi considera a música como uma expressão de comunidade e cuidado, construindo uma identificação com jovens sul-africanos, especialmente mulheres. Ela se tornou uma referência para quem busca na arte um elo interpessoal e comunitário. Através de seu trabalho, Thandi afirma sua identidade e pertencimento. Banda: Thandi Ntuli (piano/voz), Keenan Ahrends (guitarra), Sphelelo Mazibuko (bateria), Nompumelelo Nhlapo (percussão), Shane Cooper (baixo), Mthunzi Mvubu (saxofone alto e flauta), Sthembiso Bhengu (trompete).
Sílvia Pérez Cruz - Cantora e compositora espanhola da Catalunha, Perez cresceu imersa em canções ibéricas e latino-americanas. Em 2020, lançou o álbum “Farsa (género imposible)”, refletindo sobre a dualidade entre o que se mostra e a realidade. Para o show, Sílvia preparou um repertório exclusivo que abrange toda a sua trajetória, incluindo músicas como “Vete de Mi”, “Cucurrucucu Paloma” e “La Luna”. Até os 23 anos, dedicou-se a estudos em diversas áreas musicais, com foco no canto em jazz e flamenco. Participou de projetos e colaborou com nomes como Jorge Drexler, Hamilton de Holanda, Toquinho, Liniker, entre outros ao longo da carreira. Nos últimos anos, ampliou seu reconhecimento via turnês internacionais, estendendo sua influência fora da Espanha. Além da música, Sílvia também tem presença no cinema, contribuindo com trilhas sonoras e, até mesmo, atuando, destacando-se no filme “Blancanieves”, que ganhou 10 Goyas em 2013, entre eles o de melhor canção original. Banda: Silvia Perez Cruz (voz, guitarra, teclado, sax), Agapit Libori Albero Tapias (contrabaixo), Marta Roma Tort (violoncelo) e Carlos Alberto Montfort Lazcano (violino e teclado).
Angel Bat Dawid (solo) - É compositora, clarinetista, cantora, educadora e DJ. Ela, que emergiu recentemente na cena de jazz de Chicago, traz no currículo colaborações com artistas como Ben Lamar Gay, Jaimie Branch, Matthew Lux e Damon Locks. Seu álbum de 2019, ‘The Oracle’, é resultado de um processo individual e com poucos recursos, visto que foi inteiramente registrado em seu celular e ela mesma gravou todos os instrumentos e vozes. Outro destaque da obra de Angel é a “Requiem for Jazz”, uma suíte de 12 movimentos composta e arranjada por ela, inspirada no filme “The Cry of Jazz”, de 1959 do diretor Edward O. Bland. Há ainda a “Peace: A Suite for Skylanding”, peça apresentada ao vivo sob encomenda do Instituto de Arte de Chicago para uma instalação de Yoko Ono. Além dos projetos solos, a artista faz parte do Black Monument Ensemble, que também se apresenta no Sesc Jazz 2023.
Oumou Sangaré - Foto: Stephane Barbier
Oumou Sangaré - É uma cantora, compositora e ativista de Mali, conhecida pela defesa dos direitos das mulheres na África. Sua trajetória se baseia no wassalou music, expressão das tradições rurais do sudoeste maliano que ela apresenta em seu show. Desde seu primeiro álbum “Moussolou” em 1990, Oumou já conquistou uma indicação ao Grammy em 2009 com “Seya” e em 2011 venceu na categoria “Melhor Colaboração Pop com Vocais” com Herbie Hancock. A artista começou na música ainda criança incentivada pela mãe e sua jornada levou-a a Abidjan em 1989, onde se encontrou com o produtor Ibrahima Sylla. Da parceria saiu o seu álbum de estreia. O trabalho levou a artista a um nível internacional e abriu-lhe portas para propagar suas mensagens por uma sociedade mais justa mundo afora. Entre as bandeiras defendidas por Oumou estão o combate aos casamentos forçados de meninas, a poligamia e as desigualdades. Ela ainda mantém uma fundação que distribui alimentos e donativos no Mali. Oumou Sangaré (voz), Abou Diarra (kamele ngoni), Kandy Guira (voz), Elise Blanchard (baixo), Julien Pestre (guitarra), Emma Lamadji (voz), Alexandre Millet (teclado) e Mick Dibo (bateria).
Sona Jobarteh - É a primeira mestra de kora feminina em uma linhagem de mais de 100 gerações de homens que mantêm as tradições dos griots da África Ocidental. Desde seu primeiro lançamento, “Fasiya” (2011), ela se apresentou em mais de 50 países. A artista realiza show com músicas de seu mais recente álbum, “Badinyaa Kumoo”, bem como canções do trabalho de estreia. A apresentação também conta com a participação de seu filho de 16 anos, o mestre griot e balafonista Sidiki Jobarteh-Codjoe. Um destaque de Jobarteh foi a sua estreia em trilhas sonoras no filme “Motherland”, que abriu caminho para outros trabalhos no cinema, como em “Beast”. Além da música, ela fundou a Academia Gâmbia em 2015 para oferecer uma educação centrada na África para jovens estudantes. O trabalho chamou a atenção da ONU e a levou a discursar sobre educação, desenvolvimento urbano e empreendedorismo feminino no Fórum Econômico Mundial, UNICEF, entre outros palcos diplomáticos. Banda: Sona Jobarteh (kora, guitarra e voz), Andrew Mclean (baixo e voz), Eric Appapouley (guitarra e voz), Sidiki Jobarteh-Codjoe (balafon e voz), Mouhamadou Sarr (percussão) e Yuval Wezler (bateria e voz).
Noura Mint Seymali - Nasceu em uma família moura ligada à tradição de griots da Mauritânia e traz na sua música o legado desses cantores, poetas e músicos de louvor da África Ocidental. Como representante da cena musical mauritana, Noura apresenta trabalho que posiciona os sons influenciados pelo Saara, Magrebe e África Ocidental no mapa da música pop global. Mais um passo em seu projeto de levar essa tradição musical para o mundo, mantendo a oralidade e o conhecimento dos griots.
Instruída desde cedo por sua avó e seu pai em habilidades vocais e instrumentais, Noura dominou a harpa ardine, tradicionalmente reservada às mulheres, e buscou depois imergir em uma cultura musical diversa. O resultado desse processo de construção artística, que explora novos caminhos na música mourisca, foi reconhecido em 2014 no All Africa Music Awards. A premiação da União Africana concedeu a Noura o prêmio de “Melhor Artista Feminina do Norte da África”. Noura Mint Seymali (ardine), Jeich Ould Chihighaly (tidinit (Ngoni), Ousmane Touré (baixo) e Matthew Tinari (bateria).
Irmandade Ensemble - É uma colaboração entre músicas da cena jazzística da França e do Brasil e faz sua estreia no cenário musical no Sesc Jazz. Além do festival, a formação desse quarteto foi apoiada pelo Institut Français, Festival Jazz à Vienne e pelo Consulado da França em São Paulo. O grupo é composto por duas artistas francesas e duas brasileiras que se encontraram na capital paulista em 2023 e representam a nova geração de artistas desse gênero musical. Juntas, trazem uma abordagem do jazz que combina tradições musicais brasileiras e influências individuais de cada integrante. O “Irmandade Ensemble” representa uma fusão entre a França e o Brasil e pretende criar uma experiência musical que cruza culturas. Banda: Ananda Brandão (bateria), Ana Karina Sebastião (baixo), Raphaële Atlan (piano) e Sintia Piccin (saxofone e flautas).
A cantora portuguesa Maria João e o pianista e compositor André Mehmari - Apresentam, nesse encontro, canções inéditas escritas pelo brasileiro especialmente para o duo. O repertório também conta com canções da parceria entre Guinga e Aldir Blanc, já apresentadas pela dupla em outros shows e se tornaram referências para o projeto que agora chega ao Sesc Jazz. Maria João, formada pela Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal, possui uma carreira internacional e colaborações com artistas brasileiros, incluindo Egberto Gismonti, Gilberto Gil e Lenine. André Mehmari, nascido em Niterói-RJ, iniciou sua jornada musical em Ribeirão Preto (SP) e depois estudou na ECA-USP, em São Paulo. Sua carreira destaca-se por composições e arranjos para grupos orquestrais e de câmara, além de parcerias com nomes como Antonio Meneses e Mônica Salmaso. Banda: Maria João (voz) e André Mehmari (piano e eletrônica).
Chico Batera com participação especial: Áurea Martins e Chico Brown - Ao celebrar 80 anos, o músico Chico Batera destaca momentos da carreira em show no Sesc Jazz. Ele traz no repertório canções que marcaram sua trajetória, incluindo homenagens a Wilson das Neves com “O Samba é Meu Dom” e “Grande Hotel”, interpretadas pela cantora Áurea Martins. Além disso, o cantor e compositor Chico Brown também participa em “Massarandupió”, parceria dele com Chico Buarque, e “Dunas”, de Rosa Passos e Fernando de Oliveira. A apresentação ainda traz composições de Tom Jobim e Moacir Santos, bem como peças autorais, entre elas a valsa “Dalila”, uma homenagem à mãe de Chico. A jornada do artista na música começou em 1960 em clubes do Rio de Janeiro, como o Night and Day e o Beco das Garrafas. Depois, embarcou para os EUA com o grupo “Brasil 65”, do qual também fizeram parte Jorge Ben, Sergio Mendes e outros. Eles se apresentaram pelo país, aproximando-o de artistas como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Cat Stevens e The Doors, com os quais chegou a trabalhar. Banda: Chico Batera (bateria0, Aurea Martins (voz), Chico Brown (voz), Itamar Assiere (piano), Zé Luiz Maia (baixo), Jorge Continentino (sax), Felipe Tauil (percussão) e Luiz Cláudio Ramos (violão).
Egberto Gismonti (solo) - Após três anos longe dos palcos, Egberto Gismonti volta a se apresentar com um projeto de piano solo que ele traz ao Sesc Jazz 2023. Neste show, Egberto apresentará uma prévia de seu CD duplo ou triplo que será lançado em breve. No repertório, composições de 20 anos antes e 40 anos depois da Semana de Arte Moderna de 1922 como “Pelo Telefone”, de Donga, “Maracangalha”, de Caymmi, “Sinal Fechado”, de Paulinho da Viola, “Bate Outra Vez”, de Cartola, entre outras. Nascido em 1947 em Carmo, Rio de Janeiro, ele é um compositor e multi-instrumentista que iniciou sua jornada musical aos 5 anos, na música popular, folclórica e até em vivências com comunidades indígenas do Xingu. Sua carreira, marcada por mais de 60 álbuns e colaborações com artistas como Naná Vasconcelos e Hermeto Pascoal, o levou a explorar o violão de oito cordas no universo do choro. Durante o período em que esteve longe dos palcos, o artista focou em composições para cinema, teatro, balé e orquestras.
Amilton Godoy com participação especial: Proveta e Chico César - Celebra 82 anos com um projeto que reúne obras de compositores marcantes de sua trajetória. Em sua apresentação, ele destaca faixas dos álbuns “80 anos”, “Tributo ao Zimbo Trio” e “Autoral”. Durante sua carreira, Amilton integrou o Zimbo Trio por quase 50 anos, colaborou com o maestro Camargo Guarnieri e Tom Jobim, além de ter excursionado por mais de 40 países. Nascido em Bauru, São Paulo, ele conquistou prêmios em diversos concursos de piano e teve destaque com músicas como “Ponteio 49”, além de colaborações com artistas renomados como Elis Regina e Elizeth Cardoso. Em São Paulo, fundou uma escola que já formou mais de 30 mil alunos. Recebeu várias distinções, incluindo um Grammy Awards de Melhor Álbum de Jazz Latino. Suas homenagens recentes incluem um aceno do Berklee College of Music e premiações em Bauru, reafirmando sua influência no cenário musical. Banda: Amilton Godoy (piano), Edu Ribeiro (bateria) e Sidiel Vieira (baixo).
Cesar Camargo Mariano - Se apresenta com o projeto especial que marca seus 80 anos de idade e 65 anos de carreira. Em uma formação inédita, o artista traz um repertório com diversos gêneros. O show conta com arranjos originais que exploram as variedades dos timbres de instrumentos eletrônicos e acústicos da formação. O currículo de Cesar é marcado por diversas indicações e premiações, com destaque para o Prêmio Especial “Lifetime Achievement Latin Grammy Award” recebido em 2006 pelo conjunto da obra. Um reconhecimento pelo trabalho que, como pianista, arranjador, produtor e compositor, fez ele ganhar notoriedade nas colaborações com importantes nomes da música brasileira, como Wilson Simonal, Elis Regina e Tom Jobim. Hoje Cesar vive nos Estados Unidos e colabora com artistas internacionais de diferentes estilos, como a música clássica de Yo-Yo Ma e o jazz de Blossom Dearie, além de compor trilhas sonoras para cinema e televisão. Cesar Camargo Mariano (piano), Andre Vasconcellos (baixo), Teo Lima (bateria), Conrado Goys Malavasi (guitarra e violão), Josue´Batista dos Santos (saxofone e Flauta) e Daniel Salles D’Alcantara Pereira (trompete).
Sona Jobarteh (Foto: Site oficial)
SpokFrevo - Após oito anos sem se apresentar em São Paulo, a SpokFrevo Orquestra está de volta. O grupo com 17 músicos, sendo 4 saxofonistas, 4 trompetistas, 4 trombonistas, 1 guitarrista, 1 contrabaixista, 2 percussionistas e 1 baterista, comandado pelo Maestro Spok, apresenta no seu show músicas dos álbuns “Passo de Anjo” (2004), “Ninha de Vespa” (2013) e “Frevo Sanfonado” (2015), além de temas consagrados do frevo de rua pernambucano. A ideia da apresentação é oferecer ao público uma experiência que perpasse bata cultura musical do estado de origem do grupo. Com mais de 20 anos de história na música pernambucana e reconhecimento internacional por sua fusão de frevo e jazz, a SpokFrevo Orquestra explora uma linguagem que consegue ser local e global ao mesmo tempo. Durante a sua trajetória, o conjunto do Maestro Spok tem levado o frevo, tradicionalmente associado ao Carnaval e outros festejos de rua, para espaços como teatros, casas de concerto e festivais de jazz e World Music ao redor do mundo.
A SpokFrevo é: Maestro Spok (saxofone), Gilberto Pontes (saxofone), Kebinha (saxofone), Rafael Santos (saxofone), Enock Chagas (trompete), Niraldo Riann, Erico Veríssimo, Augusto França (trompetes), Marcone Túlio, Elci Ramos, Thomas Barro, Adonis Garcia (trombone), Renato Bandeira (guitarra), Hélio Silva (contrabaixo), Dedé Simpatia (percussão), Beto Hortis (sanfona) e Douglas Brito (bateria/percussão).
Makaya McCraven - O baterista, produtor e colagista sonoro Makaya McCraven, que se movimenta entre gêneros como jazz e eletrônica, é a atração de abertura do Sesc Jazz 2023. Seu álbum de estreia “In the Moment”, lançado em janeiro de 2015 pela International Anthem Recording, introduziu o conceito de “música de beat orgânico”, conforme descrito pelo próprio artista. Posteriormente, ele trouxe ao público “Universal Beings” (2018) e “We’re New Again” (2020), uma reinterpretação do álbum de Gil Scott-Heron. Em 2021, apresentou “Deciphering the Message”, recriando 13 peças da Blue Note Records.
Seu álbum mais recente, “In These Times”, lançado em 2022, é composto por 11 músicas que foram criadas ao longo de sete anos, formando uma suíte. Estas faixas combinam o “beat orgânico” com arranjos orquestrais. O álbum também é marcado por diversas colaborações, destacando-se nomes como Jeff Parker, Junius Paul, Brandee Younger, Joel Ross e Marquis Hill. Banda: Makaya McCraven (bateria), Marquis Hill (trompete), Matt Gold (guitarra) e Junius Paul (baixo).
Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou - É reconhecida como uma das bandas mais importantes do Benin. Fundado no final dos anos 1960 pelo saxofonista Mélomé Clément (1945-2012), o grupo apresenta sua mistura de soul, jazz, afrobeat e highlife com as bases rítmicas do vodun – religião tradicional do país. A Orchestre gravou mais de 500 canções até o início dos anos 1980, mas se separou em 1982 após as mortes do guitarrista Papillon e do baterista Yehouessi Léopold. Com o lançamento de coletâneas no início dos anos 2000, como “Reminiscin’ in Tempo” e “The Kings of Benin Urban Groove 1972-80”, a obra da Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou foi redescoberta. Isso trouxe a banda de volta à ativa, com turnês e novas gravações como os álbuns “Cotonou Club” (2011) e “Madjafalao” (2016). A formação atual conta com três integrantes originais: o percussionista e saxofonista Pierre Loko e os vocalistas Vincent Ahehehinnou e Cosme Anago.
Banda: Vincent Dossa Ahehehinnou (vocal principal, percussões), Désiré Dodji Ajanohun (guitarra principal, voz), Cosme Anago (voz principal), Vital Adédjobi Assaba (trompete), Jean Bosco A. Bentho (baixo), Célestin Honfo (congas, voz), Augustin Pierre Agosse F. Loko (percussões, voz), Degbo Moise Hubert Loko – (teclados, voz), Gontrand Guedou (trombone) e Roland Melome (bateria).
Alfredo Rodríguez - O artista bebe da fonte de pianistas consagrados como Keith Jarrett, Thelonious Monk e Art Tatum. Formado em Havana, sua música é marcada pela improvisação em um estilo que mescla referências de Bach e Stravinsky com as raízes cubanas e de jazz. Em 2006, no Festival de Jazz de Montreux, chamou a atenção de Quincy Jones e, desde então, circula por palcos como Jazz in Marciac e Umbria Jazz. Em 2015, a faixa “Guantanamera”, do álbum The Invasion Parade, lhe rendeu uma indicação ao Grammy. O trabalho teve coprodução de Quincy e contou com contribuições de nomes como Esperanza Spalding e Pedrito Martínez. Além deste projeto, compõem sua discografia os álbuns Sounds of Space, The Little Dream e Duologue. Destaca-se ainda sua colaboração com Tan Dun, Siedah Garrett e Quincy Jones na música tema da Exposição Mundial de Xangai de 2010, tornando-se o primeiro não-chinês a participar dessa composição. Banda: Alfredo Rodríguez (piano), Yarel Hernandez (baixo) e Michael Olivera (bateria).
Black Monument Ensemble - Surgiu da ideia de Damon Locks focada em colagens sonoras. Com o tempo, outros músicos, cantores e dançarinos entraram para o grupo, o que colaborou para trazer diversas facetas artísticas de Chicago. O projeto já conta com dois álbuns lançados, ‘Where the Future Unfolds’ e ‘Now’, e um single: ‘Stay Beautiful’. Apresentam-se no Brasil pela primeira vez com músicas dos seus quatro anos de trajetória. Damon Locks, originário de Chicago, equilibra vários papéis, como artista visual, educador e músico. Seu envolvimento com a música começou nos anos 1980 com a banda Trenchmouth. Desde então, colaborou com The Eternals, Exploding Star Orchestra e muitos outros. Além de se dedicar à música, mergulhou em projetos multidisciplinares, incluindo animações com gravações de Sun Ra e parcerias com dançarinos. Locks também esteve em residências artísticas em Nova Orleans, desenvolveu projetos educativos em presídios e contribuiu para a arte de álbuns no selo International Anthem. Damon Locks (direção, samples, eletrônicos, voz), Dana Hall (bateria), Arif Smith (percussão), Monique Golding, Tremaine Parker, Erica Rene Phillip Armstrong (voz).
Rubén Rada - Compositor e percussionista, é reconhecido como o criador do candombe beat, popularizado na América Latina nos anos 1960. Em sua apresentação, ele repassa mais de meio século de carreira e celebra seu 80º aniversário. Sua discografia conta com quase 50 álbuns, tendo sido agraciado com o “Grau Honorário de Mestre em Música Latina” pela Berklee School of Music (EUA) e com o prêmio de “Excelência Musical” do Grammy Latino em 2011. Desde sua estreia na música aos 10 anos, Rada fez parte de bandas como “El Kinto” e “Totem”. Na década de 1970, embarcou em sua carreira solo, tendo circulado por Estados Unidos, Argentina e México. Durante esse período, conquistou disco de platina no Uruguai com os álbuns “Montevideo” e “Montevideo II”. Sua carreira é marcada por colaborações, tendo compartilhado o palco com artistas brasileiros como Milton Nascimento, Airto Moreira, Ivan Lins, Alcione, Daniela Mercury e Flora Purim. Banda: Rubén Rada (voz e percussão), Matías Rada Jodara (guitarra), Gustavo Rodolfo Montemurro Iraztorza (teclados), José Ignacio Mateu Graside (baixo), Nelson Daniel Cedréz Vidal (batería), Lucila Rada Vivanco (coros), Fernando Núñez Ocampo (tambor piano), Héctor Noé Núñez Martínez (tambor repique), Fernando Núñez Martínez (tambor chico).
Stewart Sukuma - É um dos principais artistas moçambicanos na atualidade e apresenta uma mistura da música tradicional do seu país com a contemporânea. Ao longo da sua carreira, partilhou palco com artistas como Lee Ritenour e Gilberto Gil, além de ter se apresentado em espaços como o Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Stewart se dedica também a outras áreas: apresenta programas na televisão moçambicana e, em 2022, lançou um livro de poesia intitulado “O Alfaiate e a Arte de Costurar o Amor”. Como ativista, foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da UNICEF em Moçambique e participou ativamente de iniciativas ambientais, como o “Planet Resolution”. Seu compromisso educacional se reflete nos esforços que faz para que outros artistas moçambicanos possam estudar na Berklee College of Music, assim como ele. Sua atuação como artista e ativista já lhe rendeu prêmios em Moçambique, Portugal e também no Brasil. Banda: Stewart Sukuma (voz, guitarra e djembe), Helder Gonzaga (guitarra e baixo), Ana Girao (corista & cantora), Sandra Magaia (corista), Felicidade Magaia (corista), Fernando Morte, Lourindo Cuna (percussão), Antonio Milisse (guitarra), Sivio Mondlane (teclados) e Stelio Mondlane (bateria).
Egberto Gismonti (Foto: Ziga Koritnik)
Serviço:
Online - A partir de 11 de outubro, quarta-feira, às 17h, no aplicativo Credencial Sesc SP e no site centralrelacionamento.sescsp.org.br
Presencial - A partir de 13 de outubro, sexta-feira, às 17h, nas bilheterias das unidades do Sesc no estado de São Paulo
Valores por ingresso: R$ 60 a inteira; R$ 30 a meia; R$ 18 para credencial plena.
Limite de até 4 ingressos por pessoa
Ações Formativas - Ações formativas para ampliação de referências, conhecimentos e pensamentos sobre a diversidade do jazz contemporâneo acontecem também nos Centros de Música do Sesc Consolação e do Sesc Vila Mariana, e no Centro de Pesquisa e Formação.
As inscrições abrem no dia 11/10, às 17h, também pelo aplicativo Credencial Sesc SP e no site centralrelacionamento.sescsp.org.br.
R$20 a inteira; R$10 a meia e Credencial Sesc SP.
A classificação indicativa é 12 anos.
Unidades Sesc:
Sesc 14 Bis
R. Dr. Plínio Barreto, 285
(11) 3254-5600
Sesc Pompeia
R. Clélia, 93
(11) 3871-7700
Centro de Música do Sesc Consolação
R. Dr. Vila Nova, 245
(11) 3234-3000
Centro de Música do Sesc Vila Mariana
R. Pelotas, 141
(11) 5080-3000
Centro de Pesquisa e Formação (CPF)
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista
(11) 3254-5600
Sobre o Sesc Jazz - O jazz é uma tecnologia de contraposição à cultura colonial, uma das expressões negras de vanguarda resultante do improviso, da partilha e da conexão. É neste jogo musical complexo e coletivo, que as raízes culturais, conhecimentos ancestrais e filosofias aparecem e são apresentadas por cada artista.
Nesta edição, o modelo eurocêntrico de mapa-mundi é questionado. Nas representações de mapa que ilustram as artes, o deslocamento do centro assume um lugar simbólico de contestação das relações de poder. A curadoria do Sesc Jazz 2023 buscou observar os caminhos que a cultura afrodiaspórica tomou ao chegar nas Américas, seu desenvolvimento em outras partes do planeta e sua autonomia estética distante de modelos colonizadores.
O desenho programático do festival passeia por países como Brasil, Benim, Uruguai, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Congo, Mauritânia e Cuba.
Assim como outras tecnologias de origem africana, o jazz tem se misturado a linguagens, gêneros musicais, tradições culturais e tem se inserido em novos circuitos e plataformas. O conjunto de artistas que compõe o Sesc Jazz de 2023 evidencia a dimensão dialógica, interdisciplinar e multicultural do gênero na contemporaneidade.
