Carla Mariani
Dois bons EPs com músicas autorais acabam de ser lançados por jovens influenciados pelo bom e velho blues.
Antes que venham os chatos, não são trabalhos calcados no blues tradicional. Portanto, ressaltando, com “influências de blues”. Sacou?
Também são trabalhos que foram desenvolvidos na pandemia e, no caso Carla Mariani, inspirada por ela. No final de julho a cantora e compositora lançou em todas as plataformas de streaming o EP com quatro canções inéditas que abordam quatro sensações e ações que fizeram parte de sua vida e de pessoas no mundo inteiro, durante a pandemia de Covid-19.
Trata-se do Locked Inside, com canções nos estilos jazz, blues e country, produzido e mixado pela própria cantora em seu home studio. A masterização ficou por conta de Jorge Binário, que trouxe uma sonoridade bem vintage e analógica, um ar de disco de vinil e um som bem saturado, muito presente nas gravações dos anos 30 e 40.
O nome do EP foi uma decisão do público. Carla compartilhou em suas redes sociais um pedido de ajuda com uma recompensa: quem votasse nas opções que ela criou, ou desse novas sugestões, ganharia um songbook digital com suas letras, traduções e letras de músicas inéditas, além das do álbum. “Acho legal quando o público participa de decisões assim. Faz com que eles se sintam (e são!) parte da criação do projeto”.
Por falar em projeto, a artista mergulhou de cabeça em Locked Inside e não teve medo de arriscar, nem de quebrar padrões. Conhecida na região da Baixada Santista por seus blues, a cantora não se prendeu ao estilo e deixou a imaginação e outras influências aflorarem nesse novo trabalho.
Locked Inside começou a ser idealizado em junho de 2020, após a cantora assistir a um seriado chamado “The Eddy” e se sentir inspirada em também fazer canções voltadas para o jazz. Seu último single, Gloomy Days, lançado no final de 2020, já mostrava esse lado até então pouco explorado. A grande novidade para o público é seu lado country, última faixa do EP.
Carla descreve as quatro sensações como um ponto quase em comum entre ela e o resto do mundo, pois acredita que boa parte da população mundial sentiu as mesmas coisas: amor, solidariedade, loucura e respeito. “O amor veio naquela sensação de proteger as pessoas amadas, de cuidar e preservar a si e aos outros. Já a solidariedade veio do ímpeto de ajudar quem não conseguiu segurar a onda, de quem precisava de um colo, mesmo o colo sendo virtual. A loucura é bem simples: quem é normal ficou louco. Quem não ficou louco, não é normal hahaha. A parte do respeito fala sobre a falta dele, principalmente em relação ao uso da máscara e às pessoas que decidiram virar a cara para o vírus e fingir que nada estava acontecendo, prejudicando, assim, milhões de pessoas”.
Carla contou com a ajuda de vários amigos músicos na caminhada até esse lançamento. Desde os que fizeram participações em diversas faixas, como Heittor Jabbur (que gravou a bateria das quatros músicas), Tanauan (que gravou o baixo em duas faixas e a guitarra em uma), Marcel Chilli (que gravou guitarra em duas músicas) e Letícia Alcovér (que gravou o backing vocal de duas canções, além de ajudar em outras atividades, como planejamento do lançamento e produção executiva), passando por Nathan Gon (que a ajudou com a estratégia de lançamento), Tiago Cardeal (que fez as fotos de divulgação) e Jota Amaral (que fez a produção, direção e filmagens dos clipes).
Orchestra of Dawn
A Orchestra of Dawn nasceu quando Bara encontrou Petcov na noite de São Paulo, aquela cidade cheia de blueseiros em busca de gigs. Em seguida Pedro Mota assumiu as baquetas e estava formada a Orchestra.
Com influências do blues e psicodelia e cheia de referências à sonoridade setentista e boogie woogie e rock n' roll da década de 50, o power trio lançou Blues Lidded Woman no dia internacional do rock, 13 de julho. O single faz parte do EP Carnival, seu trabalho de estreia, lançamento do selo Orra Meu Records.
Ao final de Outubro de 2020 a banda iniciou a gravação do EP Carnival que levou três dias. Pedro Bara assumiu a produção musical ladeado por Gustavo Barcellos na engenharia de áudio. E foi justamente a gravação desse EP levou o grupo a assinar com o selo do estúdio, o Orra Meu!
No primeiro semestre de 2021, com a masterização finalizada, iniciam-se as gravações do videoclipe para o single Blue Lidded Woman, uma das faixas do EP. O clipe apresenta uma mistura entre os aspectos estéticos da era de ouro de Hollywood e a psicodelia da década de 60.
Atualmente o foco da banda está no lançamento do EP no dia 13 de Agosto, além da finalização de novas composições.
Além de Blue Lidded Woman, Carnival traz as pauladas
Pedro Bara - Ainda na infância, se interessou pelo blues, através de bandas como Rolling Stones, Led Zeppelin, que o levaram a conhecer e se aprofundar na música de artistas como Albert King, Howlin Wolf, Muddy Waters, entre outros bluesmen norte-americanos. Além, é claro, de nomes do blues britânico, Cream, Fleetwood Mac e Jimi Hendrix Experience. Passam ainda por seu leque de influências R&B, jazz, soul e flertes com a música oriental. Ao completar 16 anos, iniciou a gravação de seu primeiro álbum, Heading To The Moon. Produzido por Alexandre Fontanetti, o CD lançado em 2018 com distribuição independente, foi recebido pela crítica especializada com diversas avaliações positivas.
A Orchestra of Dawn é uma banda formada em agosto de 2020 por Pedro Bara (guitarra), Bruno Petcov (baixo) e Pedro Mota (bateria).