O show terá a participação da Ivan Márcio Blues Band. Considerado um dos maiores gaitistas de blues do Brasil, Ivan fará uma oficina de gaita abordando a gaita blues às 15 horas, com inscrição gratuita e sorteio duas gaitas e aulas na Harmonica Master. A produção é do Mannish Blog
Laundromat 335 - Novo lançamento do selo Delira Blues, é um autêntico CD de blues, recheado de clássicos consagrados por grandes mestres como B.B. King, Freddy King, Albert King, Little Walter, Otis Rush, além de composições próprias.
É o 3º trabalho solo do guitarrista canhoto Maurício Sahady, cuja característica marcante é a sua técnica de tocar sem palheta – “finger style”. Na estrada desde 1989, quando integrava uma das bandas pioneiras do blues nacional, a Atlântico Blues, Sahady vem participando de grandes eventos do gênero, nacionais e internacionais. O CD conta também com a participação especial do gaitista Flávio Guimarães.
Ivan Márcio - gaitista e ex-integrante da Prado Blues Band, uma das bandas de blues mais atuantes no Brasil e nos Estados Unidos, Ivan Márcio desenvolveu técnica e feeling únicos que o tornaram um dos maiores representantes do gênero no país.
Sucesso de público e crítica, veio direto de Chicago para participar da décima edição do Encontro Internacional da Harmônica realizado no Sesc Pompéia em março de 2011.
Lá Ivan se apresentou ao lado de grandes nomes brasileiros e estrangeiros, entre eles, Joe Filisko, Rick Estrin, Andy Just, Flávio Guimarães e Big Chico.
Recentemente lançou dois grandes CDs gravados na terra do blues: Chicago Sessions Vol.1 com uma banda local que inclui Merle Perkins na bateria, Michael Coleman na guitarra e Michael Morrison no baixo; e Vol. 2 com a participação de Jon McDonald na guitarra e vocal.
O Chicago Blues Festival desse ano irá homenagear a principal gravadora de blues da cidade, a Alligator Records, que completa 40 anos.
A celebração será no dia 12 de junho, quando o guitarrista Lonnie Brooks subirá ao palco com sua banda oficial, mas receberá como convidados artistas do cast da gravadora, entre eles: o guitarrista Michael Burks, o gaitista Rick Estrin, a pianista Ann Rabson e o guitarrista Eddy Clearwater.
A apresentação será o show do encerramento no palco principal do Chicago Blues Festival e promete varar a noite. A abertura será da cantora Shemekia Copeland, cria da casa e filha de uma das lendas do blues, o guitarrista Johnny Copeland.
11h30 – 12h15 Painel de discussão sobre Robert Johnson c/ Steven Johnson (descendente de Robert Johnson)
12h30 – 13h Celebração do aniversário de Howlin’ Wolf c/ painel de discussão com Richard Shurman, Bettye Kelly, Barbra Marks & Hubert Sumlin (guitarrista de Wolf)
Corey Harris nasceu no final da década de 60, quando os veteranos do blues tradicional, Mississippi John Hurt, Son House, Bukka White, Mississippi Fred McDowell, Lightnin' Hopkins, Mance Lpscomb e outros consagravam-se de uma vez por todas perante platéias brancas do norte dos Estados Unidos. Todos eles beirando ou ultrapasando os 70 anos.
Apesar de ter crescido na era do videoclip, Harris é um dos maiores preservacionistas das tradições musicais de seu país e não só das raízes mais profundas da música sulista chamada blues. Tocou nas ruas de New Orleans e estudou história, inglês e francês até forjar um estilo musical que o distingue dos artistas atuais.
Profundo conhecedor do êxodo involuntário de africanos para as Américas, Harris envereda pelos ritmos do antigo continente com desenvoltura e propriedade, como pode ser visto e ouvido no vídeo abaixo em Special Rider Blues. Uma mistura essencial para entender a linha genealógica dessa fascinante música que é o blues.
Parte dessa viagem às suas raízes musicais e culturais pode ser vista no documentário Feels Like Going Home, da série Blues, de Martin Scorsese, onde Harris busca a conexão entre o gênero norte-americano e os ritmos africanos no Mali.
Com Between Midnight and Day, Fishin' Ain't Bitin', Greens From Garden, Zion Crossroads, Mississippi To Mali, Vu Du Menz e outros, Corey Harris é reposnsável por alguns dos melhores discos da história recente do blues - leia-se décadas de 90 e 2000.
Eugênio Martins Júnior - Quando foi a primeira vez que você ouviu o blues?
Corey Harris – Eu nasci no blues. Todos os negros nasceram, quer eles saibam ou não.
EM - No Brasil somos entusiastas por nossas raízes culturais e temos muitos ritmos musicais, assim como nos Estados Unidos. Pra você, qual é a importância do blues para a cultura norte americana?
CH – O blues é a base de toda a música negra e popular da América do Norte. As raízes estão na África... nós somos os descendentes.
EM – No Brasil, alguns ritmos são acústicos, feitos com instrumentos de percussão e a evolução da música negra deu-se nesse sentido. No meu ponto de vista, nos Estados Unidos, passou pela eletrificação dos instrumentos e equipamentos. E também com a mistura de vários ritmos como o rap e elementos eletrônicos como nos álbuns mais recentes de R.L. Burnside. Você concorda?
CH –Não concordo. Os negros tocam música antes da eletricidade. O blues veio com nossos ancestrais africanos passando pela escravidão. Eles tocavam instrumentos acústicos como o violino, banjo e instrumentos de percussão como a washboard, ossos e bacias. Nessa época as músicas eram chamadas de “Spirituals” (música sagrada) e field rollers (música de trabalho nos campos).
EM – Uma série de artistas está voltando a fazer música acústica, como você mesmo, Phil Wiggins e John Cephas e outros. Como você vê a cena blues nos Estados Unidos atualmente? Há lugar para a música secular como o blues de raiz?
CH –A cena atual de blues é muito diferente. Há muitas pessoas brancas cujas raízes culturais não vêm do blues, mas elas gostam da música e tocam. O blues sempre foi uma cultura compartilhada entre os negros, mas têm sido comercializada e o dinheiro está mudando tudo e agora podemos encontra-la em todos os lugares, inclusive onde não há pessoas negras. Pense o que seria da música brasileira se fosse tocada por não brasileiros, mas que fosse tratada como se fosse a mesma música feita por brasileiros legítimos. Há muito mais na música do que simples notas. Há a cultura de um povo.
EM – Você gravou Mississippi To Mali e viajou para lá no filme Feels Like Going Home de Martin Scorsese, mostrando as conexões entre o blues e a música africana. A mesma coisa com o Zion Crossroads. No sentido de explorar novas experiências, como esse conhecimento influenciou sua música?
CH –O conhecimento da história da música negra ao redor do mundo e a história da minha família inspira minha música.
EM – Mas para gravar esses discos você teve de se adaptar seu modo de tocar e cantar às tradições locais? Como foi esse processo?
CH – Eu não faço adaptações. Simplesmente toco o que sinto e faço o melhor para soar original.
EM – Você poderia comparar sua jornada ao sul dos Estados Unidos com a viagem à África?
CH –Uma das maiores diferenças que eu percebi entre o sul e a África é que os africanos conhecem muito mais sobre nós do que os afro-americanos conhecem sobre a África. Muitos negros nos Estados Unidos ainda estão acordando para suas verdadeiras raízes.
EM – Qual a importância de sua pesquisa para as novas gerações?
CH – É importante especialmente para as crianças saberem que tiveram uma história cultural nobre e rica muito antes dos Estados Unidos. Aprendemos por muito tempo a cultura branca e que não temos história e nada para nos orgulharmos... mas agora a verdade está vindo à tona.
EM – Você tocu algumas vezes com o Phil Wiggins e ele me disse que está pra sair um trabalho. Quando será isso?
CH –O trabalho com Phil Wiggins será guitarra e harmônica, tudo acústico. Será uma mistura de antigas e novas canções. Atualmente vendemos nos shows, mas quero disponibilizar online em breve.
EM – Você gravou com Henry Butler um álbum maravilhoso chamado Vu Du Menz. Como e quando você teve a idéia e como foram as sessões?
CH - Henry Butler e eu tivemos a idéia em 1999. As sessões foram muito divertidas... gravamos na Louisiana, perto de Lafayette. Henry é um verdadeiro gênio e é sempre muito bom fazer música com ele.
EM – Fale-me sobre o aprendizado de tocar nas ruas. Era seu único trabalho naquela época?
CH – Comecei tocando nas ruas em New Orleans durante todo o dia em 1993. A música sempre foi meu único emprego e eu sou muito grato por isso ser assim até hoje.
Corey Harris Interview
EM – How the first time you met the blues?
CH – I was born in the blues. All Black people are, whether they know it or not.
EM – We're very enthusiastic with roots culture in Brasil and we have so many musical rhythms like USA. For you, how important is the blues to american culture?
CH - Blues is the foundation of all Black and popular music in North America. The roots are in Afrika...we are the branches.
EM – In Brasil some of that rhythms are acoustic, made by percussion instruments, and the evolution of black music was made in that direction. In my point of view, in the USA, the evolution of music was through electric instruments and equipments. And made a mix with others rhythms like rap, and electronics elements like last albuns of R.L. Burnside. Do you agree?
CH - I don't agree... black people played music before electricity. Blues music came from our Afrikan ancestors experience in slavery. The acoustic instruments they played were fiddles, banjos, percussion instruments like washboard, bones and jugs. Back then, the music was called spirituals (sacred music) and field hollers (work music from the plantation fields).
EM - But, today, many artists was back in the acoustic roots like yourself, Phil Wiggins e John Cephas, Keb Mo and others. How do you see the blues scene. In the USA. Is there a place to the secular music like roots blues today?
CH - The blues scene in USA is much different today. There are many people (white) whose cultural roots do not come from blues, but who like the music and play it. It used to be that blues was a culture among Black people, but it has been commercialized and the money has changed everything so that now it can be found everywhere, even in places where there are no Black people. Think of what Brazilian music would be like if non-Brazilians played the music and were treated as if they were making the same music as the native Brazilians...there is more to music than just the notes. It is the culture of a people.
EM – Did you recorded Mississippi to Mali and travelled to Mali in the Martin Scorsese’s, Feel Like Going Home, showed the connections between blues e African music. As the same of Zion Crossroads. At the sense of explore a new experiences, how the knowledge influenced your music?
CH - The knowledge of Black history around the world and my family history inspires my music.
EM – To record that albuns did you had adapt your way of play and sing to the local traditions. How was the process?
CH –TI don't do any adaptations..I just play what I feel and do my best to be original.
EM – Could you to compare your journey to the deep south in the USA and to Africa?
CH -One of the big differences that I have noticed between the deep south and Afrika is basically that Afrikans know more about us than most Black Americans know about Afrika. Many Black people in America are still awakening to their true roots.
EM – What important are this research for the new generations?
CH - It is important especially for the children to know that they have a noble and rich Afrikan cultural history that is far older than the USA. For so long we have been taught be the white culture that we have no history and nothing to be proud of...now the truth is coming out!
EM – You play in duo with Phil Wiggins a few times and he told me that you are recorded an album will publish soon. How it will be this job?
CH - The record with Phil Wiggins is a guitar and harmonica, all acoustic. It is a mix of old blues songs and some originals. We sell it only at gigs right now, but in future I will make it available online.
EM – Did you recorded with Henry Butler a wonderful album called Vu-Du Menz. How and when did you have this idea and how was that sessions?
CH - Henry Butler and I had the idea way back in 1999. The sessions were a lot of fun...we recorded in Louisiana, near Lafayette. Henry is a true musical genius and it is always great to make music with him.
EM – Tell me about the learning to play in the streets. That was your only job in that time?
CH - I began playing in the streets of New Orleans full time in 1993. Music was my only full-time job, and I am thankful that it still is.
Apesar de ter começado no horário, às 20 horas em ponto, o show de Edgar Winter no sábado, dentro da Virada Cultural 2011, no Palco da Praça Júlio Prestes, teve problemas. Após ser anunciado com a empolgação que merece pelo apresentador do local, Winter entrou sem som nos P.A.s. O problema persisitiu por quase uma música inteira até os técnicos o solucionarem. A cena foi patética. Enquanto os músicos davam tudo de si no palco, a platéia não ouvia nada. Só depois de muita reclamação o negócio andou.
Winter ainda está em forma, mais do que o irmão Johnny, dois anos mais velho, mas muito mais debilitado pelo uso da quantidade absurda de drogas que consumiu através dos anos. Com uma banda de jovens músicos, Winter agradou a platéia com os clássicos de sempre: Frankestein, White Trash e Tobacco Road, esta dedicada ao irmão Johnny. O exagero nos duelos entre voz e guitarra que tomou boa parte do show encheu um pouco o saco, mas sua voz está intacta apesar da idade. Winter ainda põe os agudos nos lugares certos.
A Irmandade do Blues entrou em seguida convidando o tecladista Adriano Grineberg e o guitarrista norte-americano Larry McCray. A banda começou o show com uma versão bluesy de Rock And Roll do Led Zeppelin que ganhou a audiência, espertos os caras. Depois atacaram Boom Boom de John Le Hooker. Foi quando o Vasco Faé desceu do palco e foi parar no meio da galera tocando sua gaita com um microfone sem fio. Foi bem legal, os brasileiros estão aprendendo direitinho com os gringos.
A primeira vez que vi isso acontecer foi com o Albert Collins no festival de Ribeirão Preto em 1989. Naquela época os instrumentos sem fio eram raridade e Collins possuia um cabo de uns cinquenta metros para realizar a proeza. Depois vi inúmeras vezes com o Buddy Guy e outros caras da pesada.
Achei que o Larry McCray não estava em um dia inspirado, talvez porque o tempo do show fosse limitado para não atrasar os horários do festival, seus solos foram bem contidos. Já vi shows deles muito mais selvagens do que o da Virada, mas mesmo assim rolou Soulshine e e Run For Your Life. Não rolou Blues Is My Business que eu estava esperando, mas valeu mesmo assim.
Pontos fracos da noite:
1 -Na lotação do show da Rita Lee, bateram a minha carteira. Mas o filho da puta se deu muito mal. O dinheiro estava espalhado pelos bolsos da bermuda, não havia cartão de crédito nem de banco e a carteira era mais antiga do que a fundação do Banco do Brasil. Portanto, seu verme, o tempo que você levou pra subtrair minha carteira te impediu de roubar outra pessoa que poderia ter tudo isso.
2 - Guardas municipais insistiram em passar com uma viatura no meio da multidão do show do Misfits, demonstrando total despreparo. Simplesmente não havia como passar ali naquela hora. Em determinado momento, a turba passou a xingá-los e um deles sacou um revólver no meio da multidão. É muita incompetência.
O cara é responsável por um feito e tanto: em dois anos gravou dois discos em Chicago com os caras de lá. É o Primeiro blueseiro brasileiro a ter esse privilégio.
Claro, não foi nada por acaso. As produções de Chicago Sessions Vol. 1 e Vol. 2 custaram perseverança, o que não falta em Ivan Marcio, e grana própria, problema de qualquer músico que se propõe a tocar blues no país do samba.
Nessas horas, ter bons contatos faz a diferença. No primeiro trabalho Ivan contou com a parceria do baterista Merle Perkins que esteve no Brasil em 2006, tocando com o Eddy Clearwater no Rio das Ostras Jazz e Blues.
A amizade se consolidou e o projeto de produzir um disco na gringa também. Na Meca do blues, foram quase trinta dias tocando em bares e no mais famoso festival de blues do mundo, o Chicago Blues Festival.
Da segunda vez, muito mais esperto, não só gastou menos, como ganhou dinheiro em gigs na Wind City. O segundo disco veio em parceria com Jon McDonald, guitarrista que acompanha Magic Slim há alguns anos. De quebra, conseguiu com que Jon produzisse e cantasse no CD acústico.
Os “Chicago Sessions” têm pegadas diferentes. O primeiro, com banda de músicos malacos de lá – Michael Coleman e Michael Morrison – é todo com clássicas escolhidos a dedo: Need My Baby (Big Walter Horton), Help Me (Sonny Boy Willianson), Blues With A Feeling (Little Walter), Messin’ With The Kid (Junior Welles), além de G.A.B.I.’s Shuffle, de sua autoria.
O dois também vem recheado de clássicas, mas a escolha foi em dupla, com Jon McDonald que canta nas faixas Key To The Highway, For Women In My Life, Come Back Baby, Little Red Rooster e Walking By Myself.
Sobre o começo da carreira, sobre o blues no Brasil, sobre gravar em Chicago, sobre discos de blues: Ivan Márcio falou exclusiva ao Mannish Blog no domingo em que se apresentou na décima edição do Encontro Internacional da Harmônica, no Sesc Pompéia. Acho que foi no dia 20 de março!
Eugênio Martins Júnior – O teu primeiro disco, o Chicago Blues Sessions Vol. 1, foi gravado em Chicago e com uma banda de gringos, como surgiu essa oportunidade?
Ivan Márcio –Desde quando comecei a estudar gaita foi ouvindo o Chicago Blues. Havia uma série de discos, da Atlantic Blues, com os guitarristas, os vocalistas, que é uma coleção muito bacana. Existe o blues de New Orleans, o blues da Califórnia, mas o que mais me agrava era o Chicago Blues, isso aos 14, 15 anos. A minha primeira banda foi de Chicago Blues, caras como Muddy Waters, Otis Rush e John Lee Hooker sempre estiveram presentes no repertório. Então, a relação de custo benefício entre gravar em São Paulo ou gravar fora, pra mim, ficou muito melhor. Porque não fazer lá fora? Tudo isso surgiu da amizade com o Merle (Perkins), que tocou com Buddy Guy, Junior Wells, Eddy Clearwater, Junior Parker, um cara vivido dentro da escola do blues, ele me disse: “Porque você não vem gravar aqui? Eu te apresento alguns músicos e nós gravamos”. A gente começou com esse projeto, de 2006 até o começo de 2008 foi toda a preparação para a gravação.
EM – E como foi a preparação?
IM –Ele me ajudou no repertório, contratou os músicos e o estúdio. Na primeira quinzena de junho de 2008 fui pra Chicago, toquei com eles em alguns bares para pegar o ritmo de jogo e entramos no estúdio da Delmark Records. Como a Delmark é um selo não pude usar o nome, mesmo tendo o comprovante de pagamento do Bob Koester que é o fundador. Ficou em nome da Riverside Studios. Mas foi um sonho, no final acabei gravando com o Merle Perkins, na guitarra é Michael Coleman, que toca com o James Cotton desde os anos 80, e o Michael Morrison que é baixista e que foi integrante da banda de Willie Dixon, no final da carreira deste. O Dixon não tocava mais contrabaixo, só cantava. É um time de primeira na cena de Chicago e são pessoas mais vividas. Foi uma baita de uma realização de um brasileiro. Creio que tenha sido o primeiro gaitista brasileiro a ter ido a Chicago gravar um disco dedicado a esse estilo.
EM – Como começou a amizade com o Merle Perkins?
IM –Foi no festival de Rio das Ostras. Toquei com a Prado Blues Band e ele com o Eddy Clearwater. A gente acabou fazendo amizade no hotel. Ele tinha um show aberto em São Paulo e no final das contas eu acabei ciceroneando, fomos passear no Parque Ibirapuera, Liberdade, Centro de São Paulo, um passeio de paulistano. Ele disse que São Paulo é Chicago além, porque ficou impressionado com o tamanho. Ficou impressionado com as classes sociais. Ele também ficou surpreso de o blues ser uma música popular nos Estados Unidos em aqui ser uma música para a elite. Isso, a um certo ponto o incomodou. Ele queria fazer um show mais dançante. Lá nos Estados Unidos as pessoas dançam, o blues é música de bar, para ser dançada. Aqui não, as pessoas apreciam tomando uísque caríssimo, aquelas coisas, e ele ficou impressionado de como um país como o nosso possui essa barreira elitista. O blues deveria ser uma música popular, mas infelizmente não é.
EM – Como foram as sessões? Um branquelo chegando em Chicago sem conhecer os caras...
IM –O Coleman conhecia por vídeo. Os dois discos foram gravados ao vivo em uma sessão. Gastamos seis horas no estúdio e escolhemos dez “takes” das melhores músicas, tenho inclusive músicas inéditas, guardadas. Mas são músicas que ficarem incompletas, às vezes os solos de guitarra ou de gaita não ficaram legais. O mais bacana é que todos participaram intensamente do projeto. Não foi algo que só eu mandava na produção, todos me ajudaram a escolher o repertório, como ia ser o andamento dessas músicas e também o processo de gravação.
EM – Então foi mais fácil você ir gravar em Chicago do que gravar aqui? Saiu tudo do teu bolso?
IM –Uma parte foi do meu bolso, a gravação todo o período que passei em Chicago. A passagem aérea foi paga por uma fábrica de instrumentos que me patrocina. Coincidiu de ter uma feira de música em junho em Nashville e eu ia participar, a Namm Summer, uma das maiores do segmento de instrumentos musicais. Então, como eu estava nos Estados Unidos, acabei saindo de Chicago e indo para Nashville. Foi um bom suporte, mas lógico, se formos calcular quanto eu gastei em pagamento de músicos, estúdio. Tocar com pessoas conhecidas na cena do blues elétrico, não tem preço.
EM – Se fosse aqui teria gravado com músicos brasileiros?
IM –Lógico que aqui eu teria gravado com músicos amigos. Não ia ter uma surpresa como essa.
EM – Quanto tempo você ficou em Chicago para viabilizar esse projeto?
IM –Dentro do que estava planejando a idéia era me ambientar ao local. Nunca havia viajado para o exterior, era a minha primeira vez. Achava que era o mais importante. Acabei ficando 15 dias para gravar. Fiquei conhecendo as pessoas, tocando pelos bares e fizemos a gravação em um dia. Na verdade foram 15 dias curtindo e um dia de trabalho. Fiquei um mês lá.
EM – Fez o circuito de clubes?
IM – Toquei com o pessoal no Buddy Guy Legends, no Kingston Mines, no B.L.U.E.S., no Rosa's, no Lilly's. Consegui participar do palco Juke Joint no Chicago Blues Festival. É bem bacana, no Grand Park. E ali você vê um festival gigantesco, são sete palcos, das 10 da manhã às 9 da noite.
EM – Desculpa estar insistindo nessa questão, mas é que me chamou muito a atenção esse lance de você falar que custa mais barato gravar um CD lá em Chicago do que aqui em São Paulo? Quanto exatamente você gastou no final das contas?
IM –É tudo uma questão de orçamento. O que você quer fazer. Eu, por exemplo, fui sem nenhum luxo. Dormia em albergue, comia fast food todos os dias, gastava em refeição por dia cinco dólares, comia muito mal. Não pagava entrada nos bares porque ia sempre acompanhado pelos músicos. Gastei entre estúdio, músicos, hospedagem e impressão do CD, uns seis mil dólares. Comecei com cem discos impressos e até hoje faço isso, vendo cem e mando imprimir mais cem. Devo ter vendido uns setecentos discos em show.
EM – E esse segundo disco, o Chicago Blues Sessioss Vol. 2, quando começou essa outra odisséia?
IM –A idéia era mesmo gravar um volume dois em Chicago. Acabei ficando doente em agosto de 2008. Fui diagnosticado com a doença de Chron, uma doença meio chata no intestino. Fiquei parado de agosto de 2008 até o começo de 2009. Ou seja, fiquei sem trabalhar, inclusive tive a força de muitos amigos que me ajudaram. Gastava em medicamento 1.500 reais por mês. Hoje está tudo estabilizado, mas fiquei um bom tempo sem trabalhar. Com isso tive tempo de planejar algumas coisas. Uma pessoa que me ajudou bastante foi o Giba Byblos, que tem um blog bem legal também, ele tem uma grande amizade com o Jon McDonald e sugeriu a gravação. Ele me passou o contato e o Jon e eu começamos a conversar por e-mail e do mesmo jeito que com o Merle, fizemos todo um planejamento. Só que dessa vez o Jon caiu de cabeça na produção. Ele falou que ia me produzir, então já foi um presentão ele assinando como produtor. A minha idéia era gravar um disco acústico e com clássicos do blues, no mesmo segmento do primeiro. Ele topou e me deu outro presente, cantar no disco. Além de ser um grande guitarrista e produtor é um ótimo cantor. Dentro das músicas que eu tinha como opção, ele ajudou a escolher algumas. Cheguei a Chicago em junho de 2010, nesse caso comprei a passagem. O custo foi menor do que o primeiro disco por ser um músico apenas, o estúdio também foi mais barato. O engenheiro de som e o irmão trabalham na parte de áudio do programa da Oprah Winfrey, então têm um gabarito legal. Acabamos fazendo um esquema diferente porque o estúdio deles é no porão da casa, mas lá a acústica não era muito legal. O Jon pediu para gravar em cima, na casa. Os caras aceitaram e subiram com todo o equipamento e fizemos a sessão na sala. Temos fotos onde aparece a cozinha com gente fazendo café e tal. Foi um clima muito caseiro e a gente acabou fazendo com mais calma. Eu também estava mais maduro, na relação com os músicos de lá, com o pessoal. Alguns termos de gravação completamente diferentes. Aproveitei muito mais a sessão. E fiz a mesma coisa, fiquei quinze dias revendo alguns amigos, tocando. Cheguei a Chicago às oito da manhã e o Merle já estava no carro me esperando para a gente viajar quatro horas e meia, até Kansasville.
Em vez de gastar dinheiro, acabei ganhando um pouco. Com esses shows consegui almoçar e jantar decentemente. Então é como eu falo, é possível gravar um disco fora, mas a gente não pode ter o mesmo luxo que temos no Brasil. Eu rodava quarenta minutos de trem pra chegar a um bairro mais pobre, onde pagava dez dólares e comia à vontade.
EM – Você chegou a ir na Maxwell Street?
IM –Sim, pra mim foi um sonho. Essa camisa eu paguei dois dólares na Maxwell Street (risos). Atualmente a Maxwell é um quarteirão. Virou uma rua histórica e a feira é em outra rua, dominada pelos mexicanos, porto-riquenhos, eles têm uma feira que vende coisas usadas, não mais o que era antes. Tanto que a banda toca em frente uma placa dizendo: “Vamos salvar a Maxwel Street”, os turistas vão lá e colocam uma gorjeta pra ajudar a fundação deles. É legal, mas a gente vê que não é a mesma experiência como é no filme Os Irmãos Caras de Pau (The Blues Brothers), já não é mais aquilo. Hoje ela é voltada para o público latino.
EM – Você foi na Chess Records?
IM –Hoje é um prédio comercial, mas a porta é a mesma. O Merle mandou eu abrir a porta e eu não tinha me ligado. Aí eu entrei e tal, aí ele me mandou sair e depois me falou que a gente havia acabado de entrar e sair da Chess.
EM – Quando foi a primeira vez que você ouviu um Blues?
IM –Foi Elmore James, acabei comprando o disco por engano, pois queria comprar o disco do Menudo (risos). Brincadeira, eu era rockabilly, tinha meus treze anos, usava aquele topetão, jaqueta de couro...
EM – Curtia Kães Vadius?
IM –É então, eles são do ABC, minha região. Ia muito a um sebo para fazer troca por discos de rockabilly. Aí vi um negão na capa com um violão. Comecei a ouvir os riffs, principalmente de Dust My Broom, fiquei impressionado. No final das contas um amigo apareceu na roda dos rockers com uma gaita. Mas era uma gaita toda sem vergonha. Eu peguei a gaita e comecei a fazer um som. Foi totalmente intuitivo, ouvia a música de Elmore James e imitava o que ele fazia na slide. Com quinze anos ganhei o meu primeiro cachê em uma banda de rock. Foi assim que comecei. Só ouvia vinil porque na época CD era coisa de playboy. A gente ia a um supermercado famoso que vendia CDs e só tinha música clássica. Os primeiros discos que remasterizaram eram de música erudita. Em seguida a Movieplay do Brasil lançou vários discos de blues.
EM – Eu tenho vários dessa série. Eram coletâneas com gravações muito boas da Chess, Howlin' Wolf, Buddy Guy, Junior Wells...
IM –Exatamente, Howlin' Wolf, Muddy Waters, Little Walter, Sonny Boy, KoKo Taylor, Super Super Blues Band. E logo na sequência a banca de jornal começou a lançar uma série chamada Mestres do Blues. Mas não era da Chess era da... não lembro.
EM – Eram da Charly Records.
IM –Isso mesmo. Então foi aí que tudo começou. Nunca mais parei. O primeiro CD que peguei na mão foi de um negão todo “capengado” na capa, todo zoado, chapeuzinho coco,era o Sonny Boy. Aí eu ouvi e: “Cara. A minha gaita não faz esse som!” A foto do LP era grande e eu vi que estava escrito Marine Band. Eu levei o disco na loja de instrumentos e mostrei pro cara. Tive a sorte de ser no mesmo tom que o cara mais usava.
EM – E que tom era?
IM –Era Dó. Tudo conspirou. No final das contas acabei aprendendo a tocar ouvindo Sonny Boy. Little Walter foi incrível porque eu não fazia idéia de como ele conseguia tocar com aquele som distorcido. Nunca me falaram que era um amplificador valvulado e um microfone antigo. Pra mim aquilo era muito maluco. No início sempre toquei com gaita limpa. Meu pai me ajudou, ele comprou um amplificador chamado Check Mate 20, dos irmãos Vitale, era um transistor, eu gostava dele. E tinha um microfone que eu achei, era um Le Son, que eu achatei a cabeça pra encaixar a gaita, porque achava que era isso que fazia. Foi isso que usei por anos. Só fui ter um microfone “bullet”, pra gaita, e um amplificador que não era valvulado, um Fender, pequeno, que tinha um botão de overdrive que eu achava que era aquilo que rachava, aos 20 anos. Dos treze aos 20 usei gaita limpa e isso eu digo aos meus alunos, usar como foco. Usar amplificador e microfone, mas usar gaita limpa.
EM – E em Chicago como foi, você levou o equipamento?
IM-Só levei o microfone. A maioria dos bares tem amplificador, mas a maioria deles não são bons, os caras usam qualquer coisa. A gente aqui é que tem muita tara pela Fender, amplificadores “vintage”. Na real os bares têm Peaveys, transistores. A exceção é o Buddy Guy Legends que tem o Victoria Amp, que o patrocina. Pouquíssimos bares tem equipamentos bons, eles são deficientes também com os “P.A.s”.
EM – Vamos falar a real, lá nos Estados Unidos o blues é tocado em boteco.
IM –É, tanto que eles fazem o som mais baixo possível no palco. Eles usam os P.A.s para espalhar o som. Eles tocam no palco para se ouvir e as caixas para fazer o “spread”, que é espalhar a massa sonora. Esse é o segredo para usar bem esse equipamento. Geralmente os guitarristas e baixistas levam os seus equipamentos, mas é raro. Os mais velhos não levam, não.
EM – Vamos voltar um pouco, como começou a Igor Prado Band?
IM –Eu já estava numa fase em que a minha banda estava com problema de relacionamento. O Igor e o Yuri estavam começando e a gente se encontrava muito. Eles são de São Caetano e eu sou de Santo André. Aí surgiu a idéia de montar uma banda, mas a gente estava numa fase que já tinha ouvido muito John Lee Hooker, Muddy Waters e a gente tinha acabado de conhecer o Little Charlie e The Nightcats...
EM – Que hoje é a banda do Rick Estrin.
IM –Sim, hoje é Rick Estrin e The Nightcats. Nós fomos buscar outras fontes, Duke Ellington, Louis Jordan. Isso somou muita coisa, a gente acabou tendo uma bagagem diferente. Por exemplo, a gaita e a guitarra elas soavam como metais. Nós não tínhamos piano então a gente fazia essa simulação do piano na gaita, às vezes na guitarra. Começamos a ouvir T Bone Walker. Caímos em uma onda totalmente diferente do som pesado do Chicago Blues. O nome veio porque o Igor e o Yuri são irmãos e já existia a Charles Ford Band, do Robben Ford, Patrick Ford, Mark Ford. Ivan é nome russo, Igor, Ivan, aí ficou. Passaram vários baixistas, inclusive um que faleceu o Pete Wooley, que tocou com o Paulo Meyer, morreu afogado. (N.R. Pete Wooley morreu em Angra dos Reis em 2006). Um exímio baixista de jazz, tocava blues rock também. Logo após o Pete entrou o Marcos Klis. Indicado por outro amigo, aí casou porque o Marcos é aquele cara mais velho, mais calmo. Gente finíssima. E até hoje ele fala que é grato a nós por ter aprendido tocar blues, groove essas coisas.
EM – E hoje ele toca com o Ari Borger.
IM – Sim e eu fico contente de ver todos trabalhando. A Prado não existe mais. Hoje existe a Igor Prado Band, participo com eles, toco às vezes, quando eles me convidam. Cada um tem o seu trabalho. Hoje estou focado no meu, tenho um público. Consolidado. Fui buscar o meu caminho que sempre foi o Chicago Blues.
EM – Cada um foi buscar seu caminho. Eles para um lado e você para o outro.
IM –Sim, pouquíssimas músicas da Prado eu cantava. Cantava mais as músicas carregadas de blues tradicional. Não foi nenhuma desavença, foi a necessidade de cada um. O Igor queria seguir a onda do Junior Guitar Watson, Little Charlie Band, do que o lance de banda e isso é legal. A gente não pode limar a criatividade de ninguém pra manter uma banda. A gente chegou a tocar em casamento com a Prado. Fizemos algumas coisas. É lógico, se pintar um convite pra tocar com a Prado Blues Band a gente vai fazer, será ótimo rever o pessoal.
EM – Como você vê o blues no Brasil hoje? Na minha opinião vai bem, tem um monte de gente tocando e aparecendo.
IM –Acho que hoje é uma grande responsabilidade pra gente, vamos dizer, a segunda geração do blues brasileiro, a qual eu me incluo, mesmo tendo quase vinte anos de carreira, que é manter o que eles já fizeram. É ter o respeito desses caras. Coisa que não vejo muito, esse respeito dos jovens. Por exemplo, Carlitos Patroni da Atlântico Blues, Maurício Sahady do Rio de Janeiro, Álvaro Assmar, o próprio André Christovam, o Zé da Gaita, o Flávio Guimarães, Blues Etílicos, Nuno Mindelis, apesar de o Nuno não ser do início, do boom. Eles abriram o caminho pra gente e a nossa obrigação é manter. Eu falo para os meus amigos: “Bad Days, good days”.
EM - E esse evento que a gente está participando? No Brasil é tão difícil as coisas chegarem à décima edição, bicho. Fale um pouco sobre ele.
IM –É a paixão dos realizadores. Pra você ver como é. Pode perceber que se não fosse o Sesc, que é um lugar que oferece uma estrutura de qualidade, que faz com que a gente se sinta artistas de verdade e no Brasil não é assim. Se o festival de gaita está aí há dez anos e eu faço parte dessa história, posso dizer pra você que o festival está aí movido por uma coisa, a paixão pela gaita, pelo blues e pelo apoio que o Sesc nos dá.
EM – Qual o equipamento que você usa hoje? Sempre gosto de perguntar isso porque, como você já disse, tem gente que tem verdadeiros fetiches pelos equipamentos e eu sou um deles.
IM –Pra cantar e tocar gaita limpa uso um microfone SM58 da Shure, de preferência sem fio. Tenho um amplificador Phelpa 1964, é nacional, feito no Jabaquara, é bem legal. Agora Microfones uso um pouco de cada coisa, Super Lugs, Astatic, SM58 ligado no “ampli”. Sou um curioso, às vezes uso pedal com oitavador, às vezes uso um pedal de delay. Não sou muito ligado ao tradicionalismo apenas . Gosto de somar. Tudo que é feito pra nos dar um som bacana gosto de usar, mas o meu set é esse, um microfone Astatic e um SM58.
EM – Você acabou de lançar dois CDs em Chicago, mas e o próximo? Vai ser gravado lá também?
IM – Não sei. Hoje só tenho de agradecer. Não imaginei que desde quinta-feira a domingo, numa rotina fora do comum, que é rever os amigos, vendo tanto entusiasta de gaita, a galera vindo de tudo quanto é lugar do país, vindo tirar foto, me abraçar, comprar meu disco autografado. Me tratando como um artista mesmo. É um sonho, acho isso muito legal. Bom, tenho alguns projetos paralelos para retomar, mas ainda estou estudando e ainda não dá pra falar. Tenho uma turnê com o Mud Morganfield em maio. Vou ser o gaitista dele na turnê. Vai ser a Igor Prado Band, Donny Nichilo no piano e eu na gaita. Só vamos fazer tradicional anos 50. Vou tentar gravar alguma coisa esse ano, pra registrar. E em maio, se tudo der certo, vou tentar lançar uma vídeo aula com o apoio da Harmonica Master, do Morenno. E o grande barato é que é uma vídeo aula totalmente diferente do que há no mercado. É dedicada ao público intermediário e avançado. Além de tocar as músicas do primeiro CD, o Chicago Blues Sessions Vol. 1, ainda possui o playback da banda. Então, o aluno pode interagir com a televisão. Ela poderá servir também para um guitarrista, um pianista. Você pode tocar com a banda.
Neste sábado, dia 9 de abril, às 21 horas, o Teatro Guarany recebe os músicos Edinho Godoy, Milton Daud e Luca Bulgarini que apresentam seu mais recente trabalho, o CD Cor das Cordas.
O CD, lançado em agosto do ano passado pela Lua Discos, traz repertório de extremo bom gosto. Entre as canções executadas – no bom sentido – estão Arrastão e Casa Forte (Edu Lobo), Clube da Esquina 2 e Fé Cega, Faca Amolada (Milton Nascimento), Cigano e Fato Consumado (Djavan) e outras.
Os temas receberam tratamento sonoro inédito com arranjos, segundo os músicos, criativos e contundentes.
O CD também traz faixas autorais, é o caso de Richard, de Edinho Godoy, com nítida influência de seu maior ídolo, o guitarrista norte-americano Pat Metheny. Partida e Lágrima, ambas de de Milton Daud, conta com arranjo coletivo mas deixando clara a experiência e sofisticação do autor.
No CD Cor das Cordas, quem faz a percussão é Edmund Carneiro, residente em Paris e músico acompanhante da cantora e pianista Tânia Maria, mas em Santos quem vai acompanhar o trio será André Kurchal.
Na sexta-feira, dia, 8, a partir das 19 horas, loogo após a apresentação do Choro de Bolso com Deborah e Canduta, aliás, outra boa dica, o Cor das Cordas fará uma graça na Realejo Livros no Gonzaga. Vai rolar um bate papo com a platéia e venda de CDs.
Serviço:
Show: Cor das Cordas
Local: Teatro Guarany
Data: sábado, 09 de abril
Horário:21 horas
Endereço: Praça dos Andradas, s/n – Centro – Santos
Preço: R$ 20,00
Classificação: Livre
Ingressos antecipados à venda: Metrópole Restaurante e Café (Centro), Blue Minas (Shopping Pátio Iporanga), Via de fato ( Shopping Parque Balneário) e Teatro Guarany (Centro)
Aqui o assunto é música - todos os gêneros - e alguma literatura. Não vejo sentido em reproduzir o que já foi colocado na rede, por isso, produzo meu material. Produzo shows, entrevisto artistas e escritores e garimpo notícias e quando não tenho o que dizer, não digo nada. As postagens não obedecem uma periodicidade. O Nome Mannish Blog foi tirado da música Mannish Boy, de Muddy Waters, blueseiro do Mississippi considerado o elo entre o blues rural e o blues moderno. Espero que gostem do espaço e colaborem enviando informações.
Todas as despesas desse blog são custeadas pelo meu trabalho. Se você acha que deve pagar por essas informações, deposite qualquer quantia em: Banco Itaú - AG: 0268 CC: 31501-7 CNPJ: 14.240.073/0001-65. Obrigado e abraço.
Produtor cultural, criador dos Projetos Jazz, Bossa & Blues, Clube do Blues de Santos e Jazztimes. Jornalista formado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Santos. MTB - 33.533
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