Na era pré-histórica os LPs chegavam aqui, fossem eles de artistas famosos ou não. O trabalho de garimpo valia muito nas prateleiras das lojas.
Assim conheci Yellow Moon (1989), de uma banda esquisita lá de New Orleans, os Neville Brothers. Naquela época eu só queria saber de AC/DC, Iron Maiden, Ramones e os irmãos Neville não estavam no radar.
Já tinha escutado o Gumbo, do Dr John, que até achei legal, mas confesso que na época não entendi a profundidade da música e da cultura de New Orleans.
Antes de sentir o som do Neville Brothers o que me chamou a atenção foi a capa, com umas pinturas vodús, humanos com cabeça de animais e um índio – como disse, ainda não conhecia a tradição dos índios de New Orleans – e na contra capa os quatro irmãos com aquele visual só deles.
Então, a gente entrava na loja e pedia pra escutar os discos e nesse quesito eu era o cara mais pentelho do bairro. Ouvia até coisas desconhecidas, como Neville Brothers.
E foi nessa que senti as primeiras batidas daquela percussão hipnótica em My Blood, não menos do que a voz do Cyril Neville lamentando as merdas que aconteciam na África e na América negra. E ainda acontecem. O sangue deles fervendo e, naquela hora, o meu também.
Em seguida, o saxofone de Charles Neville anunciou Yellow Moon, a música de um quase corno que dá nome ao disco cantada pelo irmão Aaron e que faz dançar a lot. Seja qual for o assunto, eles vão te fazer dançar. É New Orleans.
Fire and Brimstone bota fogo na sala com sua potente parede de metais, cortesia de um dos grupos mais legais daquela cidade, os Dirty Dozen Brass Bands.
A mudança de direção acontece com A Chage is Gonna Come. O tema clássico de Sam Cooke quebra o clima predominantemente dançante e mostra o lado religioso de New Orleans. Mais adiante, a parede de teclados de Will the Circle Be Unbroken vai nos levar pelo mesmo caminho da espiritualidade.
Rosa Parks ficou famosa ao se recusar sentar em um banco destinado aos negros no fundo de um ônibus em Montgomery, no estado segregacionaista do Alabama. Foi presa e tornou-se símbolo da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Em Yellow Moon ela ganha o funk/rap Sister Rosa, reverenciando toda essa história de resistência.
With God on Our Side e The Ballad of Hollis Brown foram modificadas daquele jeito que só quem tem coragem e sabe realmente o que está fazendo pra mexer com o velho Bob Dylan.
Com um baixo marcante, Wake Up assume toda a dramaticidade de um tema anti bélico, assim com em With God on Our Side. Após trinta anos, nada mudou na cena política.
Hipnótica, Healing Chant não podia ser mais vodu. Se você assistiu o filme Coração Satânico, lançado na mesma época de Yellow Moon, vai saber do que estou falando. As imagens vão vazar do teu cortex na hora. Coisa que Voodoo não é. Fala sobre o assunto, mas é um mezzo funk bem menos impressionante que a outra.
O disco fecha com Wild Injuns apontando, já naquela época, para o que acontece hoje nos palcos e ruas da cidade mais diversa e musical dos EUA. Funk até umazora.
Enfim, Yellow Moon é pop e genial ao mesmo tempo. Poucos artistas sabem fazer a mistura como os irmãos Neville. Uma aula de música, de história, de New Orleans.
O time inclui Aaron Neville (voz, teclados, pecussão), Art Neville (voz e teclados), Charles Neville (sax, percussão, backing vocais), Cyril Neville (voz, bateria, percussão), Brian Stoltz (guitarra), Tony Hall (presença continua nos festivais do Bourbon Street em São Paulo, no baixo, percussão, backing vocais), Willie Green (bateria), Brian Eno (teclados, efeitos sonoros, e voz em A Change is Gonna Come), Daniel lanois (guitarra, teclados e backing vocais), Malcolm Burn (teclados, guitarra), The Dirty Dozen Brass Band (sopros), Eric Kolb (programação de teclados), Kenyatta Simon a Kufaru Mouton (percussão em My Blood), Aashid Himmons and Terry Manual (teclados em Sista Rosa).
O apresentador anuncia Lucky Peterson Band, mas quem sobe ao palco é Shawn Kellerman (guitarra), Bruno Falcão (baixo), Flávio Naves (órgão) e Fred Barley (bateria). Os três últimos são figurinhas carimbadas no álbum do blues nacional, integrantes da requisitada banda Blues Beatles, já acompanharam vários figurões do blues por aqui.
Os caras sobem ao palco com um lutador sobe no ringue e atacam Love of Mine, energia pura em forma de shuffle, e Kellerman mostra que não viajou ao Brasil só para visitar as belas praias fluminenses. Faz jus à sua fama de performer enérgico. A cena aconteceu no Rio das Ostras Jazz e Blues Festival (RJ), em junho desse ano, na primeira apresentação da banda, no palco Costazul.
O canadense Shawn Kellerman ainda é um desconhecido no Brasil, mas é o principal integrante da banda de Peterson desde 2012, depois de ter um trecho percorrido com a banda de Bobby Rush, participou do excelente Raw, disco acústico do cantor.
Guitarrista da geração pós Stevie Ray Vaughan, Kellerman entrou cedo em contato com o blues. Seu pai, um entusiasta e integrante de uma banda amadora, foi o principal incentivador. Aliado ao fato de também ter tido contato com Mel Brown o guitarrista da banda de Bobby “Blue” Bland, que por sua vez foi um dos grandes cantores de blues de todos os tempos.
Kellerman lançou três discos em carreira solo: Land of 1000 Dreams (2007), Blues Without a Home (2009) e Down in Mississippi (2015). Recentemente participou como músico e produtor do novo álbum de Lucky Peterson, o petardo 50 Just Warming Up!, celebração aos cinquenta anos de carreira de Peterson, de um dos grandes do blues atual.
Antes de sua entrada em cena no palco Costazul no Festival de Rio das Ostras, um dos maiores do Brasil, conversei com Shawn e com Peterson (entrevista já publicada aqui).
As foto publicadas no blog são do fotógrafo oficial do festival e meu grande amigo Cezinha Fernandes. A produção foi de Stênio Mattos.
Eugênio Martins Júnior - Li que teu pai foi o grande incentivador para você entrar na música. Shawn Kellerman – Definitivamente ele começou isso. Comecei tocando em sua banda de blues de finais de semana. E levava vantagem porque ele também era um promotor de blues. Então tive a oportunidade de ter contato com alguns blueseiros americanos quando iam ao Canadá, nos arredores de Toronto, onde eu vivia. E ele também me levava em viagens aos Estados Unidos onde pude ver BB King, James Cotton e Buddy Guy. Tinha apenas cinco anos de idade. Veja, ele teve uma banda e depois um clube e esses eram os motivos de viajar para os Estados Unidos frequentemente.
EM – Você falou sobre a coleção de discos dele, você lembra de alguns desses álbuns? SK – Luther Allison, Albert Collins, Johnny Winter, Otis Clay. No Jazz, Oscar Peterson, Errol Garner. Muitos discos de rock. Mas ele amava Chicago blues, soul music, tinha muita coisa boa.
EM – Qual instrumento que ele tocava? SK – Piano, mas não era profissional, era mesmo uma banda de final de semana. Mas foi o suficiente para me mostrar o caminho e me apoiar.
EM – Quando vocês saiam de férias iam para as cidades lendárias como New Orleans, Memphis, Austin. Como era isso? Vocês iam nos lugares famosos? SK – Sim, tinha uns doze anos quando fui ao Chicago Blues Festival e Stevie Ray Vaughan era um dos headliners. E também fui aos clubes clássicos, Kingston Mines, me colocaram a pulseira preta porque não podia beber, mas me deixaram entrar e pude assistir Otis Clay.
EM – Chegou a tocar guitarra?
SK – Não, só tinha 12 anos. Mais tarde, aos 16 anos fui para Austin, Memphis, New Orleans em férias de verão.
EM – Quando então você começou na guitarra? Foi direto ao blues?
SK – Sim, tinha 15 anos e fui direto ao blues. Alguns anos depois o lendário guitarrista que tocou com Bobby Bland, gravou mais de 200 discos e todos os clássicos da ABC, Mel Brown, mudou para a minha cidade e passei a tomar aulas com ele. Impressionante isso ter acontecido. Ele passou a ser meu protetor, mas quando cheguei aos 22 anos ele disse que era hora de eu partir. Que deveria viajar pelo mundo e ganhar experiência. Ele e Otis Clay foram as pessoas que me disseram que eu estava em outro nível.
EM – E o que você fez?
SK – Comecei dando telefonemas. E foi engraçado, liguei para três pessoas que eu conhecia e em dois dias já tinha trabalho e em duas semanas já estava na estrada profissionalmente. Podemos dizer que minha carreira profissional começou quando tinha 22 anos. Desde então viajei por mais de 40 países atuando em diferentes bandas.
EM – Recentemente entrevistei a Dawn Tyler Watson uma cantora canadense. Há uma cena forte, com grandes destaques vindo do Canadá. Gostaria que falasse sobre isso.
SK – Conheço a Dawn. Há alguns festivais espalhados pelo Canadá. Mudei pra lá recentemente e tenho tocado com alguns artistas, mas meu amor é o blues americano e procuro tocar com os artistas de lá.
EM - Onde você vive atualmente?
SK – Vivo em Ontário. Já morei em Washington DC, e quando toquei com Bobby Rush morei no Mississippi. Tenho tocado nos Estados Unidos, Europa e Canadá.
EM - Shawn, assisti teu show ontem e percebi que você entra no palco como um lutador entre no ring. É essa energia que você quer entregar ao público nas tuas apresentações?
SK – Quando era jovem vi Freddie King e mais tarde Luther Allison e via que essa atitude com a audiência era importante Tinha a ver com entregar um show. Você sabe, a música é paixão. Assisti os blueseiros antigos e vi a energia que eles empregavam.
EM – Se trata de entregar ao público uma boa experiência?
SK – Exato. Tem a ver com dar bons momentos às pessoas.
EM - Quando e como começou a parceria com o Lucky Peterson?
SK – Conheci Lucky em 2005. Mas me tornei membro da banda em 2012. Tem sido ótimo, acabamos de produzir o disco 50 – Just Warming Up! Comemorando seus 50 anos no negócio. Bem, ele é como um mentor pra mim. Foi um prazer colocar minhas habilidades de guitarrista e de produtor nesse momento de sua carreira. Ele é um dos grandes músicos de blues vivo e é mais novo entre muitos. Buddy Guy, por exemplo, é quase trinta anos mais velho do que o Lucky. E Lucky continua produzindo blues tradicional.
EM - Como é tocar com Lucky Peterson? Como é essa troca? Ele com uma linguagem mais tradicional e você fazendo um som mais pesado.
SK – Bem, não sei... às vezes você não pode trazer essa energia ao tradicional. Mas quanto maior o contato com o lugar de onde vem as raízes, você passa a senti-las Carrego o blues, o jazz e também um pouco dessa agressividade e um pouco de rock and roll. Temos isso em mente. O núcleo sempre será Muddy Waters, Freddie King, Mississippi Fredie McDowell. Temos de ter sempre o mesmo pensamento que é o de fazer diferente em 2019, e ir progredindo. E tudo bem, tudo progride. Mas sem esquecer de onde as coisas vieram.
EM - Ontem foi o quinto show de uma turnê que inclui sete. Como tem sido essas apresentações no Brasil?
SK – Tem sido maravilhoso. Estou impressionado com as distâncias entre os shows. A hospitalidade das pessoas tem sido ótima. Você sabe, aqui se respeita a tradição musical dos Estados Unidos, que é o blues. As pessoas entendem a linguagem.
EM – Temos uma cena blueseira que sobrevive há anos. Já ouviu falar?
SK – Não sabia. É minha segunda vez no Brasil. Estive nesse mesmo festival há alguns anos. Não posso dizer que sou um conhecedor.
Hugo Medeiros, Amaro Freitas e Jean Elton (foto: divulgação)
Textos e fotos: Eugênio Martins Júnior
A primeira vez que ouvi o nome do Amaro Freitas foi com o lançamento do Racif, em 2018. Como o sangue negro derramado todos os dias nas perifas aqui no brasa, Sangue Negro, seu primeiro trabalho, também foi ignorado pela mídia gorda.
Foi mesmo quando Racif ganhou as páginas das revistas da gringa que o Brasil começou a se ligar nessa galera nova que vem lá da capitania de Pernambuco: Amaro Freitas (piano), Jean Elton (baixo acústico) e Hugo Medeiros (bateria).
Racif, Arracif, Arrecife, Recife - cidade estuário, como a descreveu Fred Zero Quarto, do Mundo Livre S/A - com porto, canais, chapada de periferias e com todas os problemas de uma capital.
E Amaro, Elton e Hugo fizeram a trilha sonora para esse filme. Uma música forte, cheia de polirritmias, atitude e genialidade.
Amaro fugiu da sanfona bucólica e do samba jazz saltitante pra contar, batucando nas teclas do piano, a sua própria história.
O primeiro álbum, Sangue Negro, é um chute na cara da preguiça. Todas as músicas são autorais, mas ainda fincadas nas raízes culturais de sua Recife. Encruzilhada abre o disco e a gente logo saca que tem veneno ali naquele frevo.
Sangue Negro colocou Amaro Freitas Trio no mapa. Subindo o Morro começa quebrada como uma viela, mas logo chega o tema e ali o trio mostra que também sabe ser introspectivo quando quer. Sangue Negro fecha o álbum e é impossível não ver ali a cizânia racial em que estamos metidos. Ouça você mesmo e depois me fale.
Como a cidade estuário, Racif, como já foi dito, já veio aberto para o mundo. O jazz livre come solto ao longo das nove faixas lançadas pelo selo inglês Far Out: Dona Eni, Trupé, Paço, Rasif, Mantra, Aurora, Vitrais, Plenilúnio e Afrocatu.
Fiz essa entrevista com o Amaro em setembro de 2019, por ocasião de um show do trio aqui em Santos. Cidade estuário, cheia de canais, com porto, chapada de periferias escondidas atrás dos morros e com muitos problemas ignorados há décadas.
Na mesma semana, o Sesc Santos inaugurou a exposição Pret Atitude, com curadoria do arquiteto Claudinei Roberto da Silva. Demos um rolê e expliquei que aqueles eram artistas brasileiros que usam a exclusão racial/social como tema de seus trabalhos. Amaro identificou a arte urbana de Aline Motta, Marcelo D’Salete, Peter de Brito, No Martins, Rosana Paulino, todos na mostra, com a sua. E pirou.
Eugênio Martins Junior – Me conte, como é que foi que você fugiu da sanfona? Amaro Freitas – (risos) A sanfona é o instrumento que representa Pernambuco e o nordeste. E eu toco piano. E esse tocar piano não é no formato que as pessoas estão acostumadas, erudito ou popular. Toco como se fosse uma percussão. Que também é uma característica muito forte do nordeste. Tem algumas coisas que eu poderia dizer que são fundamentais na minha música. O lirismo, por conta da minha formação dentro da igreja. Igreja de periferia, canela de fogo, aquelas pentecostais. Meus pais são evangélicos. Tive contato muito forte com o ritmo e quando percebi que poderia fazer isso no piano foi uma coisa que me seduziu. Estudo muito isso, clave, ritmo negativo, polifonia. Harmonia também é uma das coisas que me apaixona. Me formei em harmonia tradicional, em produção fonográfica na Universidade AESO e criei uma ligação com piano de um trabalho inteligente, dez a doze horas de estudo. Tentando chegar nesse caminho. Claro, sendo influenciado por várias coisas locais de de fora. Mas tentando encontrar uma originalidade que é minha.
EM – Fala um pouco sobre a tua infância. AF – Minha vida toda foi uma ralação. Vim de uma periferia chamada Nova Descoberta, que é na zona norte do Recife, e lá na minha escadaria, que ligava o Córrego do Eucalipto ao Alto do Progresso, só eu e um outro cara tínhamos pai. A maioria dos moleques e das meninas não tinham pai nesse lugar. E isso influencia na probabilidade do que será o futuro daquela criança. As mães saiam para trabalhar e não sabiam como ficariam os filhos. Tive pais que fizeram tudo por mim. Da escola particular até a quarta série e só me deixaram trabalhar depois dos 19 anos. Muita coisa fiz por minha conta. Meu pai não conseguia fazer tudo. Mas entendi isso aos 15 anos, quando entrei no conservatório e ele não podia pagar. Então me sinto como uma pessoa que quer fazer algo pelas periferias. Onde as informações não chegam. As vezes as pessoas não sabem o que é um piano. Talvez não saibam o que é uma sanfona. Talvez não saibam o que é música popular e música erudita. E isso é um problema muito sério. Não quero ser uma exceção. “Ahh você teve mérito e conseguiu”. Porra nenhuma. Não existe isso. Tive oportunidade, uma base familiar, como todos deveriam ter. E isso está totalmente ligado ao tipo de construção social que a gente tem no Brasil.
EM – Desde o império que Pernambuco é um dos estados mais importantes do Brasil. Em todos os sentidos, político inclusive. E também é um lugar onde músico bom cai de árvore. Como você sente isso? Quero dizer: “cara eu faço parte disso”. Ou: “pô, é pesadão representar essa tradição”. Ou é: “não, eu tô aqui justamente por causa disso”.
AF – Sim. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro são três lugares fundamentais para a nossa formação cultural. E de uma forma natural, eu diria, sempre surge alguma coisa. Não há uma galera em Pernambuco que está tomando conta da cultura e que está procurando novos caminhos e etc. Isso não existe. É uma coisa que aflora e vem dos lugares que você menos imagina. Da minha formação no piano na Nova Descoberta ao Moacir Santos, Alceu Valença, Lenine, Cordel de Fogo Encantado, Spok Frevo, Maestro Forró e Orquestra da Bomba do Hemetério. A coisa nasce. A gente tem lá a dificuldade de viver da música. Moro em Pernambuco, mas circulo muito mais fora. A maioria das pessoas têm de descer para São Paulo. Mas eu consigo morar lá, estou nessa linha do tempo, o que surgiu foi o Zé Manoel, o Vitor Araújo, a Sofia Freire, uma nova geração de pianistas. Fora a cena brega de Pernambuco que está bombando. O rap também, o slam das minas é uma coisa que também é muito forte. E de repente nasce uma geração de quatro pianistas. Cada um com um jeito de tocar. Coisa que nunca aconteceu. Ninguém planejou. Somos consequência dessa vastidão cultural que é Pernambuco.
EM – Fazendo uma analogia Recife pode ser comparada a New Orleans, onde um vizinho toca um instrumento e o outro toca outro. E os dois ouvem o ensaio um do outro, e o cara que passa na rua está procurando dois músicos e ouve aquilo. É uma cidade cultural ao extremo.
AF – (risos) Isso que você está falando é muito doido porque o Wynton Marsalis esteve lá e fizemos um comparativo temporal entre o frevo e o jazz. As agremiações, as manifestações nas ruas. Cara, estava acontecendo no mesmo momento em New Orleans e em Recife. Como acontece hoje. A conexão é muito forte. Poderíamos dizer que o centro da minha música é o ritmo, a polirritmia. O mesmo está acontecendo com uma galera em Israel, Europa, Estados Unidos, África, Oriente. Temos o Bad Plus, Avishai Cohen, usando a matriz do país deles. Fizemos umas turnês pela Europa e Estados Unidos e percebi que estamos na mesma sintonia, estamos nos comunicando.
EM – Estava vendo a passagem de som e lembrei que você começou a tocar na igreja evangélica. Entrevisto muitos blueseiros e alguns deles também começaram a carreira na igreja, ou têm a influência dela. Pra você o palco é uma igreja? Tu ali tocando com os outros músicos é uma celebração? Como John Coltrane, Santana, John McLaughlin. Ou, cara não viaja. Não tem nada a ver?
AF – Acho que a música é um portal pra se conectar através da espiritualidade, como muitas coisas. Depende da tua sensibilidade. Eu entendi que o palco era meu lugar sagrado. Sabe aquela pessoa que trabalhou o mês inteiro e não tem dinheiro para pagar as contas e está aperreada? Aí ela chega na igreja e naquelas duas horas se joga, chora, canta, grita e sai renovada. Pronto, pra mim esse é o palco. Pra mim a música é totalmente diferente do que é o padrão do mercado. Gosto do laboratório, mas de tentar levar alegria às pessoas. E receber a boa energia delas. E o palco também é o espelho do público. É incrível, quando comecei a pensar assim as coisas começaram a acontecer. Observo isso de uma forma muito séria.
EM – Como se deu a parceria com o selo inglês que lançou Racif?
AF – Eles trabalham com música brasileira, já tem uma galera, Marcos Valle, Joyce Moreno, Hermeto Pascoal, Azymuth. E meu empresário é um cara altamente antenado. Conseguiu entrar em contato com a Far Out e começamos a negociar um disco. Essa parceria tem um objetivo e com isso tenho conseguido mais espaço, com uma agenda de shows, turnês internacionais. A parceria surgiu por causa da sonoridade do trio, mas com o profissionalismo que ganhamos com a chegada da 78 Rotações, que é a empresa que nos representa.
EM – Estou reunindo entrevistas para um livro que pretendo lançar um dia, sei lá quando, e que vai se chamar Do Samba ao Jazz. Se esse livro tiver 300 páginas e levando em conta que o samba está na página 01 e o jazz na página 300, onde fica a música de Amaro Freitas. Pesa mais pra que lado?
AF – Acho que o Amaro fica pós samba jazz. O jazz do Brasil é muito conhecido lá fora pelo samba jazz. O nosso trabalho está cada vez mais virando uma música livre. A gente traz outras questões, como também a cara do Brasil. Está inclusive virando uma bússola para as pessoas da nova geração que percebe que é possível tocar assim. Sem ser só o samba jazz. Fazer uma outra música, um repertório alternativo. “E se eu quiser fazer um afrocatu jazz? Ou um frevo jazz?”. Com esse formato de piano, baixo e bateria. É curioso isso que você está perguntando , porque saiu uma matéria numa revista da Itália chamada Música Jazz, e na revista Down Beat com os 50 melhores discos de 2018 e o Racif, meu segundo disco entrou. Todas as revistas falavam sobre isso. Que Amaro Freitas não é a música que estamos acostumados a ouvir, o samba jazz e a bossa nova. Que está preocupado com outras matrizes, o Racif que é uma palavra árabe. O Trupé, que é uma modalidade de coco que nasce na cidade de Arcoverde e é tocado com uma sandália de madeira em cima de um tablado de madeira. Então acho que Amaro Freitas poderia ser a última página do livro. (risos).
EM – Quando escuto Sangue Negro tenho a impressão que vocês começam ali conversando através dos instrumentos e depois passam a discutir e a brigar. É muito louco. Nessa música você está falando sobre a tua herança genética e cultural. Ou do sangue negro derramado todos os dias no Brasil? Ou os dois?
AF – A música é uma representatividade muito forte. Primeiro a gente troca um afro jazz, depois um be bop, um subgênero do jazz desenvolvido pelos negros. O John Coltrane é uma das principais figuras. A gente tem um momento de agonia mesmo. Começa com tam tam tam e eu entro com a clave afro. Caramba. É negro mesmo. Depois vem a confusão, porque de repente o mundo resolveu esculachar com os negros. É a parte da confusão que vocês falou. Cada um vai para um lado. A vida bagunçou, velho. O negro é escravizado e perde a sua identidade. E pensar que em alguns países da África tem a Sankofa, um pássaro, um símbolo da ancestralidade, mas que tem dois olhos. Ele olha para o futuro. E quando você tira as pessoas do lugar, elas já não tem mais a ligação com a sua cultura. A música traz essa agonia e sofrimento mesmo. Quando a gente termina está literalmente com o sangue quente, pulsante. Mostrando na pele o quanto é difícil ser negro nesse mundo. O quanto, por ser negro, você já está dez a menos do que um branco. Ou que você tem de ser dez vezes mais. Perfeito, preparado, elegante...
EM – Mantra, do Racif, me chamou a atenção por causa do jeito freefrevojazz. É realmente muito diferente. Aí você pensou, “nesse disco vou mesmo é tocar o terror no free jazz.
AF – É um outro tipo de mantra. A gente tem o mantra como uma música calma. Que você fica ali ouvindo pra entrar em algum transe. Só que esse é um mantra urbano. É o cara que mora ali perto do viaduto, o cara que mora do lado da pista. A nossa vida urbana é aquela realidade. Mantra é uma música livre, ela não tem um rótulo. Como assim? Ela nem é samba e nem é frevo. Linhas de baixo, de piano e eu vou improvisando em cima de estruturas matemáticas e ritmicas, o que é um outro conceito de improvisação, não dentro do campo harmônico, melodias cantáveis e tal. É um outro conceito o mantra. Paço é um frevo que entra no disco que é cheio de isorritmia e polirritmia. A gente leva o frevo pra outro lugar. Na hora do improviso ele vira um jazz classudo. Dá uma virada de chave que ninguém espera. Acho que essas músicas estão totalmente relacionadas ao tempo que a gente vive. Na minha cabeça a música é atemporal quando ela tem dois episódios. Quando é muito original e quando demarca seu tempo. Quando você escuta Beethoven, Villa Lobos, Moacir Santos, Naná Vasconcelos, Johnny Alf a música te leva pra um tempo e um espaço. E você consegue ser transportado. Mas ao mesmo tempo não tem como pensar em Beethoven nos dias de hoje. O que acontece na nossa música é que existe um trabalho de pesquisa muito grande, uma dedicação ao trabalho autoral. E a gente consegue perceber essa diferença gigante entre Sangue Negro e Racif. Vivemos em dois anos realidades distintas. Essa música representa um novo ar, um novo Brasil, pra uma coisa que já tá sendo feito. No samba, no maracatu, no frevo. Só que com outro olhar.
EM – Resolveu peitar com jazz autoral essas gravadoras e TVs que despejam os “produtos” delas todos os dias nos meios de comunicação?
AF – Aos 15 anos ganhei o CD do Chick Corea. Até então só tinha tido contato com a música da igreja. Quando escutei aquilo disse: “Minha Nossa Senhora, como alguém pode tocar assim?”. Só ouvia: “Ó óóóó, glória. Glória a Deus nas alturas!”. Aquilo foi uma facada no meu coração. Chick Corea foi o autor que me impulsionou a querer viver de música.
EM – Um dia tu vai contar isso pra ele.
AF – Já falei no Montreux Jazz Festival. Retomando, tive um professor que disse que talvez eu não conseguisse fazer logo o estava querendo. Disse que o importante é que eu entrasse no mercado. Para depois selecionar o que queria. Foi o que fiz. Toquei em banda autoral, banda de brega, em restaurante, mas aí você fica experiente. Até com relação a grana, com o próprio negócio. Quando encontrei esses caras foi um casamento, porque eles estavam para a música autoral. O que é legal que não tem nada de surfar na onda do outro. De pegar um grande nome. É uma coisa honesta. Nos encontramos todas as semanas para ensaiar e aí passa os trechos e aí fala da mãe, da esposa, do cachorro. Volta ao ensaio. E a gente conseguiu colocar a unidade de grupo no trabalho. As pessoas comentam isso com a gente. Há grupos excelentes, mas que não soam como se fosse uma unidade. Po que todo mundo toca com todo mundo. A gente precisa de tempo para fazer a música que queremos fazer. É possível viajar e voltar pra Recife. Na mesma semana eu toquei no Montreux, o Sesc Instrumental, no Consolação, e o This is Club, no Lincoln Center. Sabe a importância de voltar pra Recife? Quantas pessoas perdem essa referência. “Pô, o cara tá tocando em Nova Iorque. Nunca mais vou ver”. Estamos fazendo uma música que o mundo está ouvindo. É possível. A ideia do “é possível”, se perdeu. Às vezes o músico toca com o grande artista e esse é o trabalho sério. E aí grava um álbum instrumental por diversão. Não, velho. Posso ser o protagonista e só fazer meu trabalho e torná-lo sustentável. Então vou estudar muito. Vou fazer o novo. Não que seja ruim gravar os standards, Tom Jobim, etc. Mas a vida é só ida. Não podemos passar tanto tempo tocando a mesma coisa. Por que às vezes nem é mais desse tempo. O tempo já está necessitando de “outra” coisa que seja coerente com ele.
Muito soul, jazz, blues e MPB em dois finais de semana na ilha mais legal do litoral norte
Cesar Camargo Mariano
Na primeira semana de novemnbro, Ilhabela recebe em 10 dias várias atrações no Bourbon Festival Ilhabela.
O Palco Vila e os demais, espalhados pelas praias da cidade, vão receber artistas do jazz, blues, soul, R&B, folk e música brasileira, em dois finais de semana, com shows gratuitos e ao ar livre.
Serão mais de 20 shows de 10 artistas. Um dos grandes destaques desta 1ª. edição é o pianista, radicado nos Estados Unidos, Cesar Camargo Mariano, que traz seu talento, acompanhado de septeto, e assina a parte jazzística do festival. Outros grandes nomes completam o line up: Zeca Baleiro, em companhia de Roberta Campos, representam dois estilos: o folk e a música brasileira, com repertório criado para o evento. Ed Motta se junta a Serial Funkers e dão um banho de balanço, apresentando o melhor do soul e a black music. O blues e o r&b entram no repertório do Blues Beatles, banda de carreira internacional, que acompanha o mais recente vencedor do The Voice Brasil da Tv Globo: Tony Gordon.
O festival ainda conta com Buskers, performances e shows das bandas Orleans Street Jazz Band e Folk it All, que levam música também para outros pontos da Ilha, e encerram o festival no último domingo, no Palco da Vila.
O Bourbon Festival Ilhabela é uma realização da Prefeitura de Ilhabela através de sua Secretaria Municipal de Turismo.
Programação:
01/11 - Sexta-feira
Diversos Locais
14h - Orleans Street Jazz Band
Palco Vila
19h30 - Banda Local
21h - Cesar Camargo Mariano
02/11 - Sábado
Diversos Locais
11h - Orleans Street Jazz Band
Palco Vila
19h30 - Banda Local
21h – Zeca Baleiro com Roberta Campos em Baile do Baleiro
Sob as batutas de Nelson Ayres e Tiago Costa, a Orquestra Jovem Tom Jobim encerra a temporada 2019 com programas dedicados ao compositor e violonista brasileiro Guinga e ao Clube da Esquina (com participação de Leila Pinheiro)
Foto: Adriana Elias
No começo de novembro, o grupo apresenta Tom Jobim visita Guinga no Theatro São Pedro, no dia 8 de novembro, e no Sesc Guarulhos, dia 10. Participam das apresentações o compositor e violonista Guinga e o clarinetista Nailor Proveta (Banda Mantiqueira).
Os maestros Nelson Ayres e Tiago Costa se revezam nas batutas e nos arranjos criados por eles e também por Paulo Aragão, Nailor Proveta e Luca Raele.
Fechando a programação, nos dias 22 e 23, a orquestra apresenta o programa Tom Jobim visita Clube da Esquina, com a participação da cantora Leila Pinheiro.
Trata-se de uma releitura do antológico disco duplo lançado em 1972 e que é considerado até hoje um dos melhores da MPB, com arranjos elaborados por grandes compositores, especialmente para essa apresentação, como Fernando Corrêa, Felipe Senna, Luca Raele, Nelson Ayres, Ruriá Duprat e Tiago Costa.
A Orquestra Jovem Tom Jobim é formada por bolsistas, alunos e alunas da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom Jobim), e é um dos grupos artísticos de difusão e formação musical da escola, gerida pela Santa Marcelina Cultura. O grupo é ligado à EMESP Tom Jobim – instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
Programa 1
Orquestra Tom Jobim visita Guinga
Nelson Ayres e Tiago Costa, regência
Guinga, voz e violão
Nailor Proveta participação
Choro Pro Zé - Guinga e Aldir Blanc (Arr. Nelson Ayres)
Jogo De Compadre - Guinga (arr. Paulo Aragão)
Baião De Lacan - Guinga e Aldir Blanc (Arr. Nailor Proveta)
Di Menor- Guinga e Celso Viáfora (Arr. Tiago Costa)
Geraldo No Leme - Guinga (Arr. Nailor Proveta)
Meu Pai - Guinga (Arr. Tiago Costa)
Pucciniana - Guinga (Arr. Luca Raele)
Chapliniana - Guinga (Arr. Tiago Costa)
Contenda - Guinga e Thiago Amud (arr. Luca Raele)
Bolero De Satã - Guinga e Paulo C. Pinheiro (arr. Nelson Ayres)
Par Constante- Guinga (arr. Nelson Ayres)
Chá De Panela - Guinga e Aldir Blnac (arr. Nelson Ayres)
Serviços:
Data: 8 de novembro
Horário: sexta, 20h
Local: Theatro São Pedro
Endereço: Rua Barra Funda, 161 – Barra Funda, São Paulo/SP
Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)
Vendas: bilheteria e internet theatrosaopedro.byinti.com
Formas de pagamento: Dinheiro e Cartões de Débito e Crédito
Classificação indicativa: livre
Data: 10 de novembro
Horário: domingo, 18h
Local: Sesc Guarulhos
Endereço: Rua Guilherme Lino dos Santos, 1200 – Jardim Flor do Campo, Guarulhos/SP
Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia) e R$9 (Credencial plena)
Classificação indicativa: livre
Programa 2
Orquestra Tom Jobim visita Clube da Esquina
Nelson Ayres e Tiago Costa, regência
Leila Pinheiro, voz
Suíte Milagre dos Peixes - Milton Nascimento (Arr. Nelson Ayres)
Vera Cruz - Milton Nascimento e Márcio Borges (Arr. Nelson Ayres)
Cravo e Canela - Milton Nascimento e Ronaldo Bastos (Arr. Nelson Ayres)
Lilia - Milton Nascimento (Arr. Fernando Corrêa)
Mistérios - Joyce e Maurício Maestro (Arr. Felipe Senna)
Saídas e Bandeiras nº 1 - Milton Nascimento e fernando Brant (Arr. Tiago Costa)
Tudo Que Você Podia Ser - Lô Borges e Márcio Borges (Arr. Ruriá Duprat)
Nuvem Cigana - Lô Borges e Ronaldo Bastos (Arr. Ruriá Duprat)
Um Girassol da Cor do seu Cabelo - Lô Borges e Márcio Borges (Arr. Tiago Costa)
Clube da Esquina nº 2 - Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges (Arr. Fernando Corrêa)
Canção Amiga - Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade (Arr. Luca Raele)
Credo - Milton Nascimento e Fernando Brant (Arr. Luca Raele)
Cais - Milton Nascimento e Ronaldo Bastos
Arr. Nelson Ayres
Nada Será Como Antes - Milton Nascimento e Ronaldo Bastos (Arr. Nelson Ayres)
Fé Cega - Milton Nascimento e Ronaldo Bastos (Arr. Nelson Ayres)
Serviços:
São Paulo
Dia: 22 de novembro, sexta-feira
Horário: 20h
Local: Theatro São Pedro
Endereço: Rua Barra Funda, 161 – São Paulo
Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)
Vendas: bilheteria e internet theatrosaopedro.byinti.com
Formas de pagamento: Dinheiro e Cartões de Débito e Crédito
Capacidade: 636 lugares
Jundiaí
Dia: 23 de novembro, sábado
Horário: 20h30
Local: Teatro Polytheama
Ingressos: R$10 (inteira) e R$5 (meia)
Endereço: R. Barão de Jundiaí, 176 – Centro, Jundiaí
Cesar Camargo Mariano - Na última semana de outubro o Bourbon Street Music Clube, a tradicional casa de jazz e blues situada na rua dos Chanés, em Moema, recebe dois grandes nomes do jazz feito no Brasil.
Cesar Camargo Mariano e Banda Matiqueira se apresentam no projeto Jazz.br.
Sempre inventando, Cesar Camargo Mariano, que já atuou solo, em duo, trio e quarteto, formações maiores como big bands e orquestras sinfônicas, dessa vez om um septeto com Josué dos Santos (sax e flautas), Daniel D’Alcantara (trumpete), Marcelo Mariano (baixo), Cuca Teixeira (bateria), Peter Farrel (violão e guitarra) e Danilo Santana (teclados).
No repertório, composições próprias e de compositores como Marcus Miller, Djavan, Clifford Brown, João Bosco, entre outros. Seus arranjos originais exploram as variedades de timbres desta formação, mesclando instrumentos eletrônicos e acústicos, ritmos universais e harmonias brasileiras.
Banda Mantiqueira - Convidada do projeto Jazz.Br- o jazz no domínio brasileiro, criado pelo Bourbon Street há seis anos, a Banda Mantiqueira entra “na roda” mostrando temas dos seus 18 anos de estrada.
A banda formada por músicos de renome e qualidade indiscutíveis, tenedo à frente Nailor Azevedo, o Proveta, conta com Ubaldo Versolato (sax barítono, flauta e píccolo), Josué dos Santos (sax tenor e flauta), Cássio Ferreira (sax tenor, soprano e flauta), François de Lima (trombone de válvulas), Valdir Ferreira (trombone de vara), Nahor Gomes, Walmir Gil e Odésio Jericó (trompete e flugelhorn), Jarbas Barbosa (guitarra elétrica), Edson José Alves (contrabaixo elétrico), Celso de Almeida (bateria), Fred Prince e Cléber Almeida (percussão).
Com ênfase no naipe de sopros e na percussão, com forte sotaque brasileiro, a Mantiqueira também conquistou seu lugar na cena da música instrumental dançante, notadamente em São Paulo, com repertório que inclui principalmente gafieiras, sambas, choros e bossa nova.
No repertório do Bourbon Street, Cartola, Luiz Gonzaga, Pixinguinha, Dorival Caymmi, João Bosco e composições próprias.
O projeto Jazz.Br – o jazz no domínio brasileiro foi criado pelo Bourbon Street pensado em atender o público que curte o jazz e seus derivados, feito por músicos do brasa. Também passeia pela boa música brasileira, trazendo não só grandes nomes, mas também os novos destaques da cena instrumental sempre no formato “na roda”, já consagrado.
Já participaram do projeto Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos, Raul de Souza, André Mehmari, Pau Brasil, Michel Freidensen, Bocato, Filó Machado, Nuno Mindelis, Hamilton de Holanda, Carlos Malta Trio, Mestrinho e Nicolas Krassik, César Camargo Mariano, a própria Banda Mantiqueira, entre outros.
Aqui o assunto é música - todos os gêneros - e alguma literatura. Não vejo sentido em reproduzir o que já foi colocado na rede, por isso, produzo meu material. Produzo shows, entrevisto artistas e escritores e garimpo notícias e quando não tenho o que dizer, não digo nada. As postagens não obedecem uma periodicidade. O Nome Mannish Blog foi tirado da música Mannish Boy, de Muddy Waters, blueseiro do Mississippi considerado o elo entre o blues rural e o blues moderno. Espero que gostem do espaço e colaborem enviando informações.
Todas as despesas desse blog são custeadas pelo meu trabalho. Se você acha que deve pagar por essas informações, deposite qualquer quantia em: Banco Itaú - AG: 0268 CC: 31501-7 CNPJ: 14.240.073/0001-65. Obrigado e abraço.
Produtor cultural, criador dos Projetos Jazz, Bossa & Blues, Clube do Blues de Santos e Jazztimes. Jornalista formado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Santos. MTB - 33.533
KROKUS
-
[image: Krokus Album The Best of Krokus Stayed Awake All Night]
Krokus: O Poder do Hard Rock Suíço
Krokus é uma banda suíça de hard rock formada em 1974...
A verdadeira sede do DOPS_SANTOS
-
Artigo publicado no jornal santista A Tribuna, na
coluna Tribuna Livre, em 31 de março de 1964.
*Tropas do Exército rumaram de Juiz de Fora (MG) ao Rio...
-
Olá, reativando o Blog do Choro de Bolso, mas com uma novidade, a série
Rolê di Cumêbebê!
Choro de Bolso adora música, mas também adora cozinhar, comer e b...
Natureza morta
-
Nas areias de Praia Grande, onde Patrícia Galvão viveu na década de 40, em
performance da atriz Maíra de Souza (Foto: Márcia Costa) Solange Sohl
(pseudôni...