Fotos: Leandro Amaral e divulgação
As diversas atividades de Big Joe Manfra fizeram do guitarrista, cantor e produtor um dos mais importantes representantes da cena carioca.
Manfra fundou o selo Blues Time gravando e dando visibilidade a grupos iniciantes e veteranos do vários lugares do Brasil. Maior força pra rapaziada.
Atua como produtor do maior festival de jazz e blues do país, o Rio das Ostras Jazz e Blues, comandado por Stênio Mattos, da Azul Produções e é road manager aqui no Brasil do guitarrista Stanley Jordan. E ainda parceiro de fé de Jefferson Gonçalves e o responsável por trazer ao Brasil um dos maiores gaitistas de blues dos Estados Unidos, Peter Madcat. Participa ainda do tributo oficial ao Celso Blues Boy.
Ao longo de seus 15 anos de carreira, Manfra gravou quatro CDs e o primeiro DVD de blues lançado no Brasil, o Ao Vivo em Juiz de Fora. Sua própria discografia conta com uma pérola da discografia nacional: Live In Rio – Peter Madcat e Big Joe Manfra Blues Band (com a participação de Jefferson Gonçalves).
O CD foi gravado ao vivo no extinto Mistura Fina e conta com 15 temas como Baby Changed the Lock, Key to the Highway, Help me, Fishing Blues, Take Five, Mellow Down Easy e outras notáveis versões. É blues rolando solto num clima de espontaneidade raramente visto e ouvido em discos ao vivo no Brasil. Se você não tem esse disco, dê um jeito de arrumar.
Logo após esse lançamento, tive a oportunidade de trazer o show a Santos. São as fotos que ilustram essa matéria.
Com a Blues Time Records, Manfra editou Baseado em Blues, Mojo Society, Beale Street, Blues Power, Fernando Vidal e Taryn Szpilman (Rio de Janeiro), Rodrigo Nézio & Duocondé Blues (Minas Gerais), Felipe Cazaux (Fortaleza).
Eugênio Martins Júnior – Como você começou na guitarra e como o blues entrou na tua vida?
Big Joe Manfra – Comecei aos 16 anos, depois do Rock In Rio. Meu primo tocava violão e havia muito movimento na casa dele. Meu pai também gostava muito de música e o primo dele tinha uma loja de discos no subúrbio de Campo Grande, era a maior do pedaço. Então sempre tive esse lado. Parei o curso de inglês para entrar no curso de guitarra. Estudei no São Bento, que era um colégio forte, estava ligado em fazer faculdade, mas não deu certo. Fiquei três meses parados só tocando guitarra e entrei em um curso, o Musiarte, passei a estudar muito e meu pai viu que não precisava me cobrar. Quando chegou a época de prestar novo vestibular ele não falou nada e eu nem pensei em mais nada mesmo. Depois que me formei aqui fui lá pra fora fazer o IG&T...
EM – Na Califórnia?
BJM – Sim, na época a IG&T era considerada a melhor escola de música do mundo, principalmente de guitarra. Na época tocava cover de rock e nem tinha banda própria. Quando cheguei o primeiro cara que com quem toquei foi o Keith Wyatt que já conhecia de vídeo. Alguns professores eram muito conhecidos, o Scott Henderson, Steve Trovato e outros.
EM – Foi lá que você conheceu o Scott Henderson? Ele lembrou de você esse ano? (Em 2013, ano dessa entrevista, Henderson foi uma das atrações em Rio das Ostras).
BJM – Sim, conheci o Scott lá. Ele tem muito aluno, mas eu falei pra ele. O Fernando Vidal, que estudou lá também disse que eles iam tocar no mesmo festival e falou de mim. E na época eu tinha outro visual, né? (risos). Durante o curso comecei a me ligar no blues. Dos quinze guitarristas brasileiros que estavam lá naquela época, eu era o único ligado em blues.
EM – Quem estava lá nessa época?
BJM – O Sérgio Morel da LS Jack; o Max Viana, filho do Djavan; o João Suplicy; o Vinnie Rosa, que é consultor do The Voice, tocou com a Ana Carolina. Isso em 1993/94.
EM – Você tocou na Califórnia?
BJM – Não, dei canja. Não era a intenção na época. Acabei voltando e dando aulas. Um dia apareceu uma oportunidade de tocar e o cara perguntou se eu tinha banda. Eu disse sim, mas era mentira. Aí perguntou o nome e eu disse Big Joe Manfra. Meu nome é Marfídio, mas todo mundo entendia “Manfrídio”. Era um bar lá em Minas chamado Prova Oral, bastante conhecido em Juiz de Fora. Não era só blues, porque os caras que eu peguei conheciam muito Beatles e rock tradicional e nós tínhamos que tocar três sets. O primeiro ficou sendo de blues, o segundo classic rock e no terceiro os dois misturados. Nessa época eu não cantava. Comecei a cantar por causa do inglês.
BJM – Não, dei canja. Não era a intenção na época. Acabei voltando e dando aulas. Um dia apareceu uma oportunidade de tocar e o cara perguntou se eu tinha banda. Eu disse sim, mas era mentira. Aí perguntou o nome e eu disse Big Joe Manfra. Meu nome é Marfídio, mas todo mundo entendia “Manfrídio”. Era um bar lá em Minas chamado Prova Oral, bastante conhecido em Juiz de Fora. Não era só blues, porque os caras que eu peguei conheciam muito Beatles e rock tradicional e nós tínhamos que tocar três sets. O primeiro ficou sendo de blues, o segundo classic rock e no terceiro os dois misturados. Nessa época eu não cantava. Comecei a cantar por causa do inglês.
EM – Em uma conversa há algum tempo eu te perguntei se o blueseiro brasileiro deveria gravar em inglês ou português. Você respondeu já dando uma bronca: “Ninguém pergunta isso pro Sepultura”. Fale um pouco sobre isso.
BJM – Bom, são coisas diferentes. Primeiro tem a ver com o fato de eu ter ido morar e tocar lá nos Estados Unidos. Segundo, por causa da produção, tive contato com John Mayall e John Primer. Acho que aqui há um preconceito das pessoas com relação a isso. Dizem que os gringos acham ridículo ouvir a gente cantando em inglês. Olha, nunca alguém chegou e me disse isso pessoalmente. Acredito que nem para o Igor Prado, ou Blues Etílicos. O Celso Blues Boy que fazia blues rock em português cantava em inglês e não agredia ninguém com isso. Você vê o André (Chritovam) fazendo direito em inglês e português. Você vê o Nuno (Mindelis) fazendo. Tem de ter personalidade. Do mesmo jeito que há uma patrulha aqui no Brasil dizendo que o que a gente toca não é blues, também há nos Estados Unidos. O Roy Rogers me falou que deixou de fazer vários festivais porque os caras falavam que ele não tocava blues. Pô, ele produziu um disco e tocou com o John Lee Hooker. Será que alguém pode chegar e dizer que ele não sabe tocar blues? Sua personalidade o levou a dar um toque de rock and roll, um slide mais agressivo, captador de guitarra no violão. Olha, quando toquei nos Estados Unidos procurei cantar da melhor maneira possível, com sotaque certo, pronúncia correta. Ano passado fiz uma turnê com o Peter Madcat e depois toquei as minhas músicas com um pessoal que conheci lá, a banda do Tommy Castro. Eles falavam pra não me preocupar com isso porque ninguém prestava atenção nem no que eles cantavam. O público iria gostar de me ver tocar. Ninguém perguntou de onde eu era. Há muita diferença entre o americano que viaja e o que fica só lá nos Estados Unidos. Muitos vêm o que a gente faz aqui e acha que a gente tem mais respeito pela música deles do que muitos americanos. Outra coisa, o John Mayall precisa chamar alguém pra tocar com ele? Ele me ouviu tocar, gostou e me chamou. Isso é coisa de músico. A primeira vez que toquei com o Madcat foi a mesma coisa. O ensaio não foi legal, mas quando fomos tocar deu certo. Estamos falando em 1998, tem toda uma história.
EM – Mais tarde vocês gravaram o Ao Vivo no Rio que é um disco muito bom.
BJM – Obrigado, já ouvi muitos elogios sobre esse trabalho. O entendimento foi de gravar para ele poder voltar mais vezes. Mas como disse, não houve uma coisa forçada. Foi natural. Ano passado toquei em um lugar onde o Peter já havia gravado, o The Ark. Eu não canto em português porque não gosto. Já ouvia o Celso, gosto dos primeiros trabalhos do André, mas nunca foram trabalhos que me influenciaram. Quem me influenciou foi o Hendrix, Stevie Ray, um pouco do blues de Chicago, mas que não é o meu forte. Bato palma para o trabalho do Igor (Prado), é uma coisa natural. Jefferson (Gonçalves) outra coisa totalmente diferente. Quando o Blues Etílicos juntou o lance da capoeira eu bati palma. Porque foi bem feito. Foi feito genuinamente.
EM – Outra coisa que eu acho importante nessa equação é que o blues no Brasil tem DNA classe média. Ninguém aqui colheu algodão na fazenda e muitas vezes os caras cantam sem entender as letras.
BJM – Exatamente. Eu sou carioca, não uso nem as mesmas roupas que os caras. E não vai ser no palco que vou usar. Mas também não critico que usa. O artista pode usar qualquer roupa no palco.
EM – Como nasceu a Blues Time Records?
BJM – Nasceu de duas situações. Uma que eu precisava lançar o meu CD independente em 1999. Outra que o Jefferson viajou para um congresso de harmônica e voltou dizendo que estava todo mundo fazendo discos independentes. Eu estava com uma grana na época e pensei em começar uma história. O Baseado em Blues, que era a banda do Jefferson, havia acabado de sair da distribuidora que literalmente esqueceu o disco deles em uma prateleira. Lançado foi, pela Velas, se não me engano, mas não tinha divulgação. Depois as coisas foram mudando e começamos a fazer mais coisas. Eu ficava na parte da empresa e o Jefferson dava um apoio indicando artistas, mas não trabalhava diretamente. Fizemos mais de 40 CDs.
BJM – Nasceu de duas situações. Uma que eu precisava lançar o meu CD independente em 1999. Outra que o Jefferson viajou para um congresso de harmônica e voltou dizendo que estava todo mundo fazendo discos independentes. Eu estava com uma grana na época e pensei em começar uma história. O Baseado em Blues, que era a banda do Jefferson, havia acabado de sair da distribuidora que literalmente esqueceu o disco deles em uma prateleira. Lançado foi, pela Velas, se não me engano, mas não tinha divulgação. Depois as coisas foram mudando e começamos a fazer mais coisas. Eu ficava na parte da empresa e o Jefferson dava um apoio indicando artistas, mas não trabalhava diretamente. Fizemos mais de 40 CDs.
EM – Como selecionava os lançamentos do selo, os músicos te procuravam ou você ia atrás?
BJM – Pessoas que eu já conhecia, que ia encontrando pela estrada, que são recomendadas, o caso do Rodrigo Nézio lá de Minas, o Felipe Cazaux de Fortaleza. A gente analisava e gostava. O selo não surgiu com a proposta de ser comercial. Foi uma grande coisa que fizemos, mas como negócio foi um grande erro. Tínhamos uma porcentagem de administração muito básica em cima dos discos. Na época que vendíamos nos shows e as distribuidoras estavam vendendo bastante CDs estava tudo bem. Quando passamos a vender só nos shows... o selo só viabilizando os lançamentos, ficando só com a parte ruim, os custos. Tivemos problemas com os pagamentos, a distribuidora demorou muito, pagou anos depois. E aí o dinheiro foi para saldar coisas.
Recebíamos muito material também, mas sempre íamos ver a pessoa ao vivo. Ver o que o grupo ia agregar para o selo. Era como uma comunidade. Cada um levava para distribuir no seu estado. Só depois entramos na Tratore que tinha distribuição nacional.
EM – Hoje o selo não existe mais?
BJM – Existe só o CNPJ. O mercado mudou muito. Além de estar investindo em outras coisas no momento, é uma coisa que dá muito trabalho. O que sustentou a Blues Time por algum tempo foi a venda dos meus CDs e DVDs.
EM – Teu último lançamento foi o DVD, em 2008. Você está trabalhando em alguma coisa nova?
BJM - Você viu o crescimento do festival. Começamos a fazer muitas coisas e os projetos pessoais ficaram um pouco de lado. Tenho oito músicas gravadas que já dá pra fazer um CD. Gostaria de gravar umas coisas lá fora, mas não há tempo. No primeiro semestre de cada ano não consigo viajar por causa do festival. E tem também meu tratamento de saúde que comecei em 2010. Vi que se continuasse viajando do jeito que eu estava não ia chegar a lugar nenhum. A base do tratamento que eu fiz era o respeito aos horários de comer e dormir. Tenho que pensar o que vou fazer agora.
EM – Como nasceu a parceria com o Peter Madcat e como nasceu a idéia de gravar o Ao Vivo no Rio com ele?
BJM – O Jefferson me ligou dizendo que um amigo dele viria ao Brasil tocar, a dupla Madcat and Kane, acho que era no Nescafé e Blues em São Paulo, do Cesar Castanho. Como eu morava sozinho naquela época, o Jefferson me perguntou se o Madcat poderia ficar na minha casa em visita ao Rio. Depois de um tempo ele me liga de novo dizendo que o negócio ia ficar mais legal, que o Madcat estava acertando para ser endorser da Hering e iria fazer uma visita à fábrica de harmônicas e se a gente conseguia organizar um show, ou alguma coisa com a minha banda. Fizemos um show no Rio, cujos ensaios foram ruins e achei que aquilo ali não ia dar em nada. Mas quando o show acabou todo mundo veio falar com a gente para dar os parabéns e eu fiquei pensando, “pô será que foi isso tudo mesmo?”. Fizemos outro em Blumenau e foi melhor ainda. O Jefferson não pode ir porque tinha um show com o Baseado em Blues. A partir daí passamos a fazer as turnês dele aqui nesse formato. Após isso, lançamos o disco dele. Em 2009 ele me disse que foi o ano que mais gostou de me ouvir tocar, coincidentemente, foi logo após do meu tratamento. Ele organizou uma turnê lá fora e tal. Fiquei três semanas em Michigan, cidade dele; em Chicago, no Rosa’s Lounge, um bar super tradicional, com fotos de todos os caras na parede. Fui uma semana antes pra conhecer e depois fui pra tocar. Ele me apresentava para as pessoas e é por isso que eu te digo, não fez diferença nenhuma eu ser brasileiro.
EM – Em todos esses anos de Rio das Ostras você fez alguns contatos. Surgiu a oportunidade de gravar nos Estados Unidos?
BJM – Aqui eu toquei com Michel Hill, Magic Slim e sempre pensei em fazer alguma coisa. Mas passa pelo meu problema de saúde. Era difícil fisicamente. Em janeiro de 2010 fui à Namm Show, nos Estados Unidos, é uma feira de música como a Expomusic aqui do Brasil. Andava todos aqueles pavilhões e ficava muito cansado. Me convidavam pra sair e eu não ia. Enfim, não conseguia aproveitar minhas viagens. Tenho muitos contatos, mas fica complicado ir pra lá sozinho nessas condições. Ano passado o Keith Crossan, saxofonista que toca em San Francisco com o Tommy Castro, me convidou pra fazer uma série de shows no Biscuits & Blues, um bar tradicional da cidade. Foi legal porque a banda foi eleita pela revista Blues Revue como a melhor banda de blues durante dois anos. Gostaria de fazer alguma coisa com uma banda parecida como essa, com o Tony Steddy, um cara que tocou até com o Sly & the family Stone e que estou produzindo.
EM – Como andam os espaços para o blues no Rio de janeiro?
BJM – Todos vazios. (risos). Na verdade não há um lugar de shows. O que existem são as jam sessions e projetos com convidados com uma banda base tocando e chamando os músicos. Os Sescs daqui não são como em São Paulo. Lá no Bar do B é legal de fazer, mas é esse clima, às vezes o músico está no Rio de bobeira e vai tocar, aproxima o pessoal. Mas é um lance que não dá pra acomodar todos. Tinha um lance aqui que era legal, numa cervejaria na Lapa, mas de uma hora para outra acabou.
EM – E já que estamos nesse assunto, como você vê a atual cena brasileira?
BJM – Vejo em um movimento positivo para as bandas. O problema que eu vejo é o fechamento desses lugares menores pra show. Tem muito festival, é impressionante como pipoca festival no Brasil. Mas só isso não é o ideal, o que eu vejo nos Estados Unidos é que o cara vai de uma cidade a outra e no caminho vai parando em bares para ver shows de blues. Aqui os artistas não conseguem isso. Poderia ter mais coisas nas cidades do interior.
EM – Você está focado na produção, mas banda está ativa?
BJM – Acabei de fazer o Festival de Campos de Jordão e Paraty. Vou fazer o festival de Tiradentes, no interior de Minas. Estou fazendo as gigs em tributo ao Celso Blues Boy. Esse ano estou fazendo muita coisa boa, não gosto de fazer as coisas a toa. A banda já está junta há um tempo, tenho responsabilidade com o pessoal, não vou pagar qualquer coisa.
BJM – Aqui eu toquei com Michel Hill, Magic Slim e sempre pensei em fazer alguma coisa. Mas passa pelo meu problema de saúde. Era difícil fisicamente. Em janeiro de 2010 fui à Namm Show, nos Estados Unidos, é uma feira de música como a Expomusic aqui do Brasil. Andava todos aqueles pavilhões e ficava muito cansado. Me convidavam pra sair e eu não ia. Enfim, não conseguia aproveitar minhas viagens. Tenho muitos contatos, mas fica complicado ir pra lá sozinho nessas condições. Ano passado o Keith Crossan, saxofonista que toca em San Francisco com o Tommy Castro, me convidou pra fazer uma série de shows no Biscuits & Blues, um bar tradicional da cidade. Foi legal porque a banda foi eleita pela revista Blues Revue como a melhor banda de blues durante dois anos. Gostaria de fazer alguma coisa com uma banda parecida como essa, com o Tony Steddy, um cara que tocou até com o Sly & the family Stone e que estou produzindo.
EM – Como andam os espaços para o blues no Rio de janeiro?
BJM – Todos vazios. (risos). Na verdade não há um lugar de shows. O que existem são as jam sessions e projetos com convidados com uma banda base tocando e chamando os músicos. Os Sescs daqui não são como em São Paulo. Lá no Bar do B é legal de fazer, mas é esse clima, às vezes o músico está no Rio de bobeira e vai tocar, aproxima o pessoal. Mas é um lance que não dá pra acomodar todos. Tinha um lance aqui que era legal, numa cervejaria na Lapa, mas de uma hora para outra acabou.
EM – E já que estamos nesse assunto, como você vê a atual cena brasileira?
BJM – Vejo em um movimento positivo para as bandas. O problema que eu vejo é o fechamento desses lugares menores pra show. Tem muito festival, é impressionante como pipoca festival no Brasil. Mas só isso não é o ideal, o que eu vejo nos Estados Unidos é que o cara vai de uma cidade a outra e no caminho vai parando em bares para ver shows de blues. Aqui os artistas não conseguem isso. Poderia ter mais coisas nas cidades do interior.
EM – Você está focado na produção, mas banda está ativa?
BJM – Acabei de fazer o Festival de Campos de Jordão e Paraty. Vou fazer o festival de Tiradentes, no interior de Minas. Estou fazendo as gigs em tributo ao Celso Blues Boy. Esse ano estou fazendo muita coisa boa, não gosto de fazer as coisas a toa. A banda já está junta há um tempo, tenho responsabilidade com o pessoal, não vou pagar qualquer coisa.