Há três anos no calendário de eventos oficiais da cidade, o CLUBE DO BLUES DE SANTOS recebe Carla Mariani, Lancaster, Irmandade do Blues, JJ Thames e Prado Brothers. O festival é produzido pela Mannish Boy Produções, com apoio da Prefeitura e Sesc Santos. Os shows são na Lagoa da Saudade.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Santos será a capital do Blues com o Clube do Blues 2024
Irmandade do Blues
As Atrações - A abertura, em abril, foi com uma banda que nunca havia pisado nas areias de Santos, a Brazilian Blues Band, em show lotado no Sesc Santos, um dos grandes parceiros do festival desde a primeira edição, em 2008.
A próxima data será neste domingo, dia 08 de dezembro, com shows na Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra, de forma gratuita.
A presença das mulheres está garantida com a cantora JJ Thames e a nossa Carla Mariani, abrindo e fechando o festival, respectivamente.
Após a abertura de Mariani, o guitarrista Lancaster faz um tributo ao seu grande ídolo, o lendário Freddie King, um dos guitarristas mais cultuados do blues.
O trio Irmandade do Blues traz seu blues rock a Santos para contar a história de seus 30 anos de carreira. Fechando o dia, a cantora JJ Thames também conta suas histórias de vida acompanhada pelos Prado Brothers, Igor e Yuri.
Reiterando ainda a intenção do Clube do Blues em levar atrações para bairros periféricos de Santos, além dos shows no morro, realizaremos três oficinas inéditas, preparadas especialmente para essa ocasião com o especialista em ritmos afro-americanos, Yuri Prado.
O evento – Em 2022 o Clube do Blues conquistou um lugar especial no coração dos santistas, foi o primeiro festival a ocupar o palco da Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra e o Jardim Botânico da Zona Noroeste, levando mais cultura à população dessas regiões.
Já oficialmente incorporado ao calendário de eventos da cidade de Santos, o festival completa 16 anos em 2024.
Yuri e Igor Prado
Realização - Em 2024 a realização do Clube do Blues de Santos só é possível com parcerias fundamentais, o Sesc Santos, Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Cultura. Os apoios culturais de Arte no Dique, Cantina Di Lucca, Cervejaria Cais, Clube do Choro de Santos, Quintal da Véia, Mucha Breja, Novotel e Tasca do Porto.
E ainda os vereadores Cacá Teixeira, Débora Camilo, Lincoln Reis, Telma de Souza e Zequinha Teixeira, que destinaram emendas parlamentares para o fomento da cultura.
Histórico - O mês de abril foi o escolhido em comemoração ao nascimento de Muddy Waters, artista revolucionário do blues mundial e o nome que sintetizou o blues rural do Mississippi na música urbana de Chicago, influenciando milhares de músicos ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde os músicos misturaram o blues com os nossos ritmos. Excepcionalmente em 2024 o Clube do Blues acontecerá em maio.
O Clube do Blues de Santos já trouxe inúmeros artistas do estilo musical a cidade. Entre os brasileiros, Ari Borger, Márcio Abdo, Jefferson Gonçalves, Big Joe Manfra, Big Gilson, Robson Fernandes, Fábio Brum, Mauro Hector, Caviars Blues Band, Ivan Márcio, Giba Byblos, Igor Prado Band, Eric Assmar, Brazilian Blues Band e muitos outros. Entre os estrangeiros, Larry McCRay, Eric Gales, Shirley King, Tia Carrol, Peter Madcat, Jon McDonald, Sax Gordon, Raphael Wressnig, Kenny Brown, Aki Kumar, James Wheeler, Lynwood Slim.
JJ Thames
JJ Thames e Prado Brothers - De volta ao Brasil, a cantora americana J.J. Thames desembarca para uma nova tour trazendo seu show fazendo a combinação com muito blues, rock e Soul.
Inspirada em grandes artistas como Etta James e Koko Taylor, "The Hurricane" como J.J. é chamada, hoje reside em Las Vegas e trará na bagagem seus dois álbuns aclamados no topo da lista da Billboard desta vez estará acompanhada pelos paulistanos Igor Prado, renomado guitarrista e produtor musical da cena Blues, e Yuri Prado, baterista e percussionista especialista em ritmos latinos, jazz, blues e afins, os Prado Bothers.”
Lancaster e Tributo a Freddie King
Lancaster – Tributo a Freddie King - Um dos pioneiros do blues nacional, Lancaster Ferreira, apresenta em Santos, ao lado de uma super banda, o show Freddie King Tribute.
O álbum, gravado gravado ao vivo foi lançado em agosto em todas as plataformas digitais.
No repertório, clássicos como Pack It Up, She’s a Burglar, Going Down, Woman Across The River, Same Old Blues, Tore Down, entre outros, celebram a mistura explosiva de soul, blues e rock típica de Freddie King.
Para esse tributo Lancaster reuniu um time de feras: Alexandre E. Campos (voz), Adriano Moreira (bateria) Marcos Manfredini (baixo), João Leopoldo (teclados) e ele próprio como guitarrista.
Carla Mariani
Carla Mariani - Vencedora do 6º Prêmio Profissionais da Música na categoria Blues em 2021, Carla Mariani é cantora, compositora e produtora cultural. Na estrada há quase 20 anos, já se apresentou em palcos e festivais de grande visibilidade: Virada Cultural Paulista, Santos Jazz Festival, Bourbon Street e Teatro Coliseu de Santos.
Em 2011 formou sua primeira banda de blues e jazz e desde então tem se dedicado a eles. Suas canções autorais têm uma base forte dessas linguagens e, a cada ano, a artista lança novas músicas inspirada nesses estilos. Em 2017, lançou seu primeiro trabalho autoral, o EP "Time", e a partir daí não parou mais de compor novas músicas. Ela tem lançados um álbum, dois EPs e diversos singles.
Irmandade do Blues - A Irmandade do Blues, banda do ABC Paulista, comemorou 30 anos de carreira em 2022 com nova fase em trio, formado por Vasco Faé (voz, guitarra e gaita), Sílvio Alemão (Contrabaixo e backing vocals) e Fernando Loia (bateria e backing vocals).
O nome Irmandade do Blues é hoje sinônimo de refinamento musical e uma das mais conceituadas e respeitadas bandas do gênero no Brasil, reconhecimento que em muito se dá pela mescla de composições próprias e desconcertantes versões roqueiras temas clássicos do blues com peso, brilho e elegância. Entre eles, Down In Mississippi (J. B. Lenoir), Hard Times (Skip James), Muddy Water’s Blues (Paul Rodgers), When Love Comes to Town (Bono Vox/BB King), Hallelujah (Leonard Cohen) e a sua primeira versão em português homenageando o grande Dominguinhos, Eu Só Quero Um Xodó (Dominguinhos/Anastácia), além das músicas autorais.
Programação Clube do Blues de Santos 2024
08/12 - Clube do Blues – Lagoa da Saudade
14h30 - Carla Mariani (Santos)
16h00 – Lancaster – Tributo a Freddie King (SJC)
17h30 - Irmandade do Blues (Santo André)
19h - JJ Thames e The Prado Brothers (EUA+BRA)
terça-feira, 3 de dezembro de 2024
Lagoa da Saudade recebe Stefano Moliner e Bocato e muito mais na 3ª edição de Do Choro ao Jazz
O evento acontece no sábado, dia 07 de dezembro, a partir das 15h no seu palco tradicional no Morro da Nova Cintra. E as oficinas ocorrem espalhadas pela cidade, Zona Noroeste, Centro e Morros. Tudo grátis.
Stefano Moliner e Bocato
Criado para abrigar todos os estilos musicais produzidos no Brasil, o festival Do Choro ao Jazz chega ao seu terceiro ano, com mais uma tarde com grandes atrações.
O sábado, dia 07 de dezembro, começa com o show Três + 1, nada mais do que Débora Gozzoli (flauta) e Marcos Canduta (violão) - o duo Choro de Bolso - e dois convidados especiais, Danilo Oliveira (baixo) e Fabiano Guedes (bateria).
Em seguida, a cantora Monna apresenta o show Elis in Jazz e mostra mostra porque é tão querida pelos santistas, cantando muita música brasileira, acompanhada pela sua grande banda.
A água da Lagoa da Saudade esquenta com Digo Maransaldi e seu Balanzê, tocando músicas suas e clássicos da música preta brasileira.
O dia acaba com o jazz fusion de Stefano Moliner Quinteto convida Bocato para uma experiência extrema pela música instrumental.
Histórico: nos dois anos anteriores o festival recebeu grandes artistas, entre eles, Thadeu Romano, Joabe Reis, Caimmy In Jazz, Electric Miles, Choro de Bolso, Digo e a Faixa Preta, Sol Carvalho, Rafa laranja, A.B.E.C.C.A. e Bitencourt Duo.
Realização: Em 2024 a realização do Do Choro ao Jazz só é possível com parceria fundamental com a Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Cultura. Os apoios culturais de Arte no Dique, Cantina Di Lucca, Cervejaria Cais, Clube do Choro de Santos, Quintal da Véia, Mucha Breja, Novotel e Tasca do Porto.
E ainda os vereadores Débora Camilo, Lincoln Reis, Telma de Souza e Zequinha Teixeira, que destinaram emendas parlamentares para o fomento da cultura.
Stefano Moliner – O contrabaixista dedica-se ao estudo da música improvisativa, como o jazz e a música brasileira, desenvolvendo composições próprias baseadas na pesquisa de ritmos brasileiros em uma estética contemporânea. É formado em Música Popular, pela Fundação das Artes de São Caetano do Sul, em MPB e Jazz, pelo Conservatório Dramático de Tatuí, e em Artes Plásticas, pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Bocato – Ytacir Bocato Júnior é uma referência em seu instrumento, o Trombone. É considerado um dos grandes mestres brasileiros da música instrumental. Ele nasceu em São Bernardo do Campo, mas é um dos músicos mais respeitados da cena paulistana de jazz, tendo se apresentado ao lado de Leny Andrade, João Donato, Seu Jorge, Rita Lee, Ney Matogrosso, Roberto Carlos, Elis Regina, Carlinhos Brown, Itamar Assumpção e Vange Milliet, entre outros.
Digo Maransaldi e A.B.E.C.C.A., o Balanzê
Balanzê - O projeto musical Balanzê nasceu de uma emergência em renovar os momentos dançantes, mostrando a beleza que o novo traz e celebrando a força de quem untou o chão, Balanzê entra na avenida com o swing da música preta, resistência cultural e política de nosso país. De uma ideia que veio das mentes e corações de Abecca e Digo Maransaldi em meados de 2022. O show da Balanzê é a mistura, fogo, som, afrobeat, das miçangas do povo Banto, até o atabaque das rodas de capoeira. É pra dançar a valer.
Monna
Monna e Banda – Show “Elis in Jazz” - os shows da cantora Monna vêm cada vez mais freqüência de um fã clube apaixonado que a acompanha em todos os palcos. Ele vem se formando também como compositora instrumental, inspiração que traz em mais de uma década de estudo clássico no Conservatório, quando criança. Fã declarada de Chiquinha Gonzaga, ela compôs “Baião Dobrado” especialmente para seu novo EP, desbravando a cena numa área predominantemente masculina.
A versátil @monna.br & Banda farão o show “Elis no Jazz”, com o repertório em homenagem à Elis Regina e ao seu histórico show realizado no Festival de Jazz de Montreux em 1979.
Choro de Bolso
Três + 1 – Choro de Bolso, o duo mais querido de Santos, composto por Débora Gozzoli e Marcos Canduta, convida o baterista Fabiano Guedes e o Baixista Danilo Oliveira para apresentar releituras de clássicos do cancioneiro brasileiro, além de composições próprias de Marcos Canduta. Entre os temas propostos: Cheguei (Pixinguinha), A Volta do Boêmio (Adelino Moreira), Ronda de Paulo (Paulo Vanzolini) e muito mais.
Fabiano Guedes
Oficina Pensando os Ritmos Brasileiros por Fabiano Guedes - “Tendo em vista o distanciamento que há nos dias hoje entre boa parte dos jovens e o conhecimento da cultura musical brasileira, entendo que a oficina Pensando Ritmos Brasileiros como uma maneira de estreitar a relação dos jovens com nossos ritmos”. O baterista Fabiano Guedes irá dissertar sobre o samba, bossa-nova, maracatu, baião entre outros, trazendo para o público uma iniciação a percepção de ritmos e técnicas musicais.
Músico e educador com mais de 30 anos de experiência em diversos gêneros musicais, incluindo
jazz, blues e música instrumental. Atua também como educador social no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, coordenado pela Secretária e Desenvolvimento Social de Santos.
Rodrigo "Digão" Braz
Baterias Brasileiras por Rodrigo "Digão" Braz - As baterias das escolas de samba possuem uma relação intrínseca com as baterias convencionais de combos, no sentido de que ambas buscam estruturar a música por meio de ritmos sólidos e pulsantes, sustentando e direcionando a performance. No samba, a batucada é mais que uma simples execução rítmica; ela carrega uma carga histórica e cultural, sendo composta por células rítmicas que formam um tecido musical orgânico, onde improviso e tradição se encontram. Cada toque, cada frase rítmica na bateria de uma escola de samba reflete uma regionalidade, um sotaque musical único, que, quando transposto para o contexto de uma bateria de combo, exige uma adaptação técnica e estilística. Enquanto nas escolas de samba a bateria é um conjunto de vozes unidas que interagem entre si, no combo o baterista se torna o protagonista, realizando uma síntese de todo aquele universo rítmico. Assim, o domínio dessas células rítmicas e frases do samba, aliado a uma sensibilidade técnica, permite ao baterista de combo criar uma base sólida, ao mesmo tempo inovadora, para suas composições. O empírico e o acadêmico se encontram nesse processo, onde a tradição do samba se encontra com o conhecimento técnico da bateria convencional, criando uma ponte entre o popular e o erudito.
Programação Do Choro ao Jazz
Oficinas percussão
28/11, ás 14h – Fabiano Guedes – Sambodromo/Contra turno escolar
04/12, às 16h30 – Fabiano Guedes - Clube do Choro – Escola do Choro - Centro
05/12, às 14h – Digão - Simpósio do Samba - Futrica - Centro
07/12 - Do Choro ao Jazz – Lagoa da Saudade
14h30 - Três +1
16h - Monna e Banda
17h30 - Balanzê
19h - Stefano Moliner Quinteto convida Bocato
Serviço:
Lagoa da Saudade - Morro da Nova Cintra
Clube do Choro de Santos - Rua Quinze de Novembro, 68 - Centro
Futrica - Rua Quinze de Novembro, 146 - Centro
Shows e oficinas grátis
terça-feira, 26 de novembro de 2024
Tyrone Vaughan fala sobre o Texas style de Jimmie e Stevie
Tyrone Vaughan
Texto e fotos: Eugênio Martins Júnior
Sim, estava chovendo, com neblina e o trânsito estava complicado. Quem está acostumado a ler minhas entrevistas aqui sabe que moro em Santos e subo a serra do mar para trocar essas ideias com os artistas que tocam na capital.
Dessa vez foi com o Tyrone Vaughan, única apresentação do guitarrista e cantor em Sampa, show no Bourbon Street em 23 de outubro de 2024. Nabanda, Gui Cicarelli (guitarra) Marcos Klis (baixo),
Assim como os sobrenomes Coltrane, Winter, Copeland, Neville, Allman, Marsalis, Burnside e Brooks, o imaginário dos fãs de música já assimilou o gênero musical “blues” ao sobrenome Vaughan como uma coisa só. Eles se completam e se realimentam.
Tyrone é filho de Jimmie Vaughan e sobrinho do lendário Stevie Ray Vaughan. Se o peso do nome gera comparações, também abre portas. Como dizia Caetano: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
E Tyrone usa a vantagem. Em seu show do Bourbon Street ele tocou e cantou Tin Pan Alley, Cold Shot, Little Wing, Voodoo Child, por aí...
Na sua estrada, Tyrone Vaughan participou do Royal Southern Brotherhood, brodagem com Cyril Neville e outros malandros lá de New Orleans e em 2017 gravou o The Milligan Vaughan Project com o cantor Millford Millgan, um petardo com 11 temas. Um bom disco.
Assim como Lurrie Bell e Chris Cain, essa foi mais uma entrevista viabilizada pelo produtor argentino que está sempre trabalhando com blueseiros pelas bandas tupiniquins, Mariano Cardozo.
Eugênio Martins Júnior – Acho que todo mundo deve perguntar isso pra você por motivos óbvios: Como foi sua infância musical?
Tyrone Vaughan – Cresci em Austin, Texas, uma das grandes cidades do blues. Uma cidade musical com inúmeros ritmos, country, R&B, blues, rock and roll. É muito legal crescer em uma cidade assim. Meu pai e meu tio são expoentes da imigração de Dallas para aquela cidade e depois fazendo parte da cena blues da cidade. Muitas pessoas tocavam lá e eu fui a muitos shows, como James Brown, Otis Rush, Bobby Bland, Albert Collins, Muddy Waters. Na coleção de discos dos meus pais tinha muita soul music e blues. Tive um rico contato com o blues desde criança.
EM – O Texas sempre foi terra de grandes blueseiros, como Johnny Copeland, T Bone Walker, Jimmie e Stevie. E com certeza Austin é uma cidade emblemática. Como está a cena atualmente?
TV – Continua viva. Alguns clubes ainda estão lá The Continental Club, C Boys, Antone’s. Você consegue ver muita música ao vivo. Consegue ver artistas das antigas tocando por lá.
EM – O Antone’s ainda resiste? A casa é bem antiga.
TV – Sim, vou tocar lá em dezembro. Então, Austin ainda continua sendo um destino musical para a música ao vivo.
EM – Qual a principal lição aprendida com o teu pai?
TV – Não só tocar guitarra, mas cantar também. Usar a voz. Ele sempre foi uma inspiração fazendo sua própria música. É o que tenho tentado fazer ao longo dos anos.
EM – Com todo o respeito, entre Jimmie e Stevie, onde o estilo de Tyrone se situa?
TV – Você mesmo já disse, em algum lugar “entre”. (risos) Bem no meio. Meu pai é o rei de uma nota só, do groove, do ritmo, ele desenvolve uma história tocando. E Stevie também fazia isso de certa forma. Há alguma similaridade entre ambos. Mas Stevie tinha muito fogo, muita paixão. Ele tocava por horas todos os dias, durante anos. Tocava, tocava, tocava. Cinco, seis horas por dia. Show após show, após show. Meu pai é mais centrado, mais reservado. Stevie era exagerado (over the top), mais agressivo. Então estou entre ambos. Posso tocar igual ao meu pai, posso tocar um pouco como Stevie, mas há a originalidade na música de Tyrone.
EM – Sim, é outra época também.
TV – Exatamente. Não estamos mais nos anos 70 e 80. Aqueles dias se foram.
EM – E tendo em mente que Jimmie ensinou Stevie.
TV – Sim e me ensinou também.
Gui Cicarelli
EM - Gostaria que falasse sobre a passagem pelo Royal Southern Brotherhood.
TV – Siiiim! Com Cyril Neville, dos Neville Brothers. Ele era o frontman e eu o acompanhava. Fizemos shows na Austrália, Canadá, nos Estados Unidos em 2014. Fiquei por seis anos. Gravamos dois discos. Foi um grande prazer tocar a música baseada em New Orleans. E eu levei meu estilo texano para o som da banda.
EM – Essa banda ainda existe?
TV – Tocamos pouco nos últimos anos, mas ainda está em aberto.
EM – Me fale sobre The Milligan Vaughan Project, sua parceria com o cantor Malford Milligan. E sobre o ótimo primeiro álbum.
TV – Tocamos cerca de um ano juntos. Milford tem restrições de saúde para viagens longas. Fizemos alguns grandes shows no Texas. Escrevemos boas canções e tivemos uma química muito boa. Fiquei satisfeito com o resultado. Ele é um grande cantor de blues de Austin.
EM – Há algum projeto à vista?
TV – Estou em meio às gravações de um álbum. Hoje a noite vou tocar algumas canções desse trabalho, Punish My Crime, Let’s Find Out, novas canções de blues. Espero poder lançá-lo até junho de 2025.
EM - Li que Jimmie e Stevie te deram algumas guitarras. Gostaria que falasse sobre elas.
TV – Quando era criança Stevie me deu duas guitarras. Ele foi ao meu quinto aniversário e me presenteou com uma guitarra. E quando tinha sete me deu outra. E meu pai o ensinou a tocar. Ele foi uma grande influência para Stevie. Na cabeça de Stevie, Tyrone teria que ser guitarrista. Ele próprio me inspirou a tocar. Eu tinha dezessete anos quando Stevie morreu. Quando fiquei mais velho meu pai viu que eu realmente poderia tocar e me deu mais duas guitarras. Minha primeira Strat (Fender Stratocaster) aos dezoito anos. Mais tarde, quando formei uma banda e precisei de um segundo instrumento ele me deu outra. Cheguei pra ele e disse: “Ei, preciso de outra guitarra”. Ele disse que eu estava com sorte e tirou cinco guitarras de suas caixas e colocou uma ao lado da outra. Uma verde, uma branca, uma vermelha, uma branca e uma cor de creme muito especial. Ele me disse que a guitarra creme era muito especial. Meu pai tinha um hot rod da mesma cor e que aquela guitarra dói pintada com a mesma tinta usada no carro.
EM – Era um instrumento único.
TV – Sim, e não só a pintura. O braço, os trastes os captadores foram escolhidos por Jimmie. Eu disse que queria aquele e ele me disse: “Certo, pode pegar”. (Risos). Cara, que sorte.
EM - Como tem sido a turnê na América do Sul e especialmente no Brasil?
TV – É minha segunda turnê na América do Sul. Passei bons momentos há uns dois anos e estou agradecido de fazer isso de novo. Toquei em Buenos Aires na Argentina e aqui no Brasil vim para nove shows. Toquei em Maringá, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Cascavel, Porto Alegre e outras.
EM – E o que vai rolar hoje?
TV – Esse é o ponto alto da turnê. Tocar aqui no velho Bourbon Street, essa casa ao estilo New Orleans, apadrinhada por B.B. King desde 1993 é demais. Você consegue sentir o blues no local. O lugar soa bem, as pessoas são apaixonadas. Vou ser acompanhados por músicos locais que sabem o que fazem. E vou apresentar algumas canções novas hoje.
EM – Já que você mencionou, teve contato com a cena blues e artistas brasileiros nessas duas incursões?
TV – Sim, e é interessante porque o blues ETA tão vivo e bem por aqui. Vejo que esses rapazes são apaixonados e estudiosos. Está sendo fácil para mim rodar o país e tocar com esses caras. Me sinto fazendo parte dessa comunidade, e grato por me aceitarem.
sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Mundo do jazz perde dois be bopers da pesada, Lou Donaldson aos 98, e Roy Haynes, aos 99
Lou Donaldson (Foto: Getty Images)
Em um intervalo de três dias o mundo do jazz perdeu dois grandes jazzistas da geração dos grandes be bopers.
O saxofonista Lou Donaldson morreu em 09 de novembro aos 98 anos e o baterista Roy Haynes em 12 de novembro aos 99 anos, apenas quatro meses de completar 100 anos.
Ambos estavam em New York quando a turma de Dizzie Gilespie e Charlie Parker fundou o be bop, elevando o jazz à grande arte.
Lou Donaldson liderou grupos com os remanescentes do bebop, entre eles, Horace Silver, Art Taylor, Art Blakey, Percy Heath, Kenny Dorham, Clifford Brow e Philly Joe Jones.
Lutou na II Guerra Mundial e também nas fileiras do The Jazz Messengers, prolífico e lendário grupo liderado pelo baterista Art Blakey, participando de um dos primeiros discos do gênero hard bop, A Night at Birdland.
Nos anos 60 deu um gás na carreira gravando bons discos no selo Blues Note. O público fora do jazz percebeu seu nome em 1967, quando gravou Ode To Billy Joe, de Bobbie Gentry, um dos maiores sucessos da época, com o jovem George Benson na guitarra. Recomendo os álbuns Alligator Bogaloo, "Lou Donaldson at His Best e Wailing With Lou.
Roy Haynes (Foto: Jonathan Chimene)
Roy Haynes nadava com os tubarões da mítica 52 Street: Dizzie, Charlie (Bird) Parker, Miles Davis, Thelonious Monk, Sonny Rollins, Percy Health, Freddie Webster, Roy Eldridge, Max Roach, JJ Johnson e tantos outros caras importantes da época.
Enturmado, era convidado para as sessões dos caras. Participou da primeira sessão de Miles para Prestige, com Sonny Rollins no sax, Bennie Green (trombone), John Lewis (piano) e Percy Heath (baixo acústico) . Época que Miles era viciado em heroína.
Não parou no tempo e sua versatilidade o conectou aos caras do fusion nos 70 e 80, com Chick Corea e Miroslav Vitous formou o Trio Music que gravou pela ECM alguns álbuns.
terça-feira, 12 de novembro de 2024
Dupla de virtuoses, Alessandro Penezzi e Fábio Peron, lança CD autoral em Santos na sexta, 15 de novembro
Esse grande show faz parte do Choro Patrimônio Santista, evento que o Clube do Choro de Santos promove em novembro e dezembro de 2024. Na quinta, dia 14, tem o Choro da Casa. Tudo na sede da entidade. Tudo Grátis
Alessandro Penezzi e Fábio Peron
Alessandro Penezzi (violão 7 cordas) e Fábio Peron (bandolim 10 cordas) lançam seu primeiro CD juntos. A apresentação será na sede do Clube do Choro de Santos, no feriado do dia 15 de novembro.
Contemplado pelo Proac/2020, o disco é formado por uma fina seleção de 10 choros e valsas autorais e inéditas.
O single Chorinho Pra Dominguinhos entrou nas plataformas digitais em 11 de fevereiro. O seguindo single Choro pro Pirajá chegou em 22 de abril.
No primeiro semestre de 2021, Penezzi e Peron se dedicaram a compor, tocar, definir repertório e o que eles queriam contar com aquelas músicas. Segundo Fábio, isso obedece a uma ordem subjetiva “porque na música instrumental não temos uma letra com um idioma para dizer sobre o que é aquilo. Mas a gente concorda que tem uma história sendo contada com a sequência dessas músicas e sua variedade de ritmos e andamentos”.
O repertório – totalmente inédito - é formado de choros lentos, sambados, de andamento médio, valsas rápidas e lentas. Muitas delas feitas em homenagem amigos e pessoas que eles admiram. É o caso de Chorinho pra Dominguinhos, dedicado ao lendário sanfoneiro e compositor, Choro do Pirajá (para um amigo luthier) e Mestre Miltinho (um bandolinista e cavaquinista parceiro de ambos).
Alessandro Penezzi - Multi-instrumentista e compositor, Alessandro Penezzi está entre os principais violonistas de 7 cordas de todos os tempos no Brasil. Além de tocar violão tenor, cavaquinho, bandolim e flauta. Em 2018, venceu o 29º Prêmio da Música Brasileira na categoria melhor álbum instrumental com o disco “Quebranto”, em parceria com Yamandu Costa.
Nascido em Piracicaba (SP), é formado em violão erudito e é bacharel em Música Popular. Integrou o Regional de Carlos Poyares, Trio Quintessência e Grupo Choro Rasgado. Já formou duos com o maestro Laércio de Freitas e os clarinetistas Alexandre Ribeiro e Nailor Proveta. Tocou com Dominguinhos, Hermeto Pascoal, Beth Carvalho, Sílvio Caldas, Alaíde Costa, D. Ivone Lara e as orquestras Jazz Sinfônica de São Paulo e Sinfônica de Londres.
Apresentou-se nos Estados Unidos, Rússia, Itália, Alemanha, Dinamarca, Holanda, Argentina, Uruguai, Colômbia, Portugal, entre outros países. Abriu o show de Wayne Shorter, no 30º Skopje Jazz Festival (Macedônia). Compôs a trilha sonora de SOS Fada Manu, animação brasileira (canal Gloob), além de ter obras publicadas internacionalmente.
Fábio Peron - Um dos grandes expoentes da nova geração de músicos. Começou a tocar aos cinco anos de idade. Dedica-se à composição, pesquisa e arranjo de vários períodos e estilos da música do mundo. Tem como instrumento principal o bandolim de 10 cordas, mas também tem fluência em outros instrumentos como o violão de 6 e 7 cordas e cavaquinho.
Em seu currículo, shows e gravações com Paulo Vanzolini, André Mehmari, Amilton Godoy, Arismar do Espírito Santo, Thiago Espírito Santo, Lea Freire, Silvia Goes, Naylor “Proveta” Azevedo, Mestrinho, entre muitos outros.
Lançou seu primeiro CD em 2011, Fábio Peron em Boa Companhia.
Em 2013 gravou Roupa Na Corda, com Arismar do Espírito Santo e Léa Freire.No ano seguinte veio Alma de Músico, com Thiago Espírito Santo e Mestrinho do Acordeon. Em 2015, lançou seu segundo trabalho solo “Fábio Peron e a Confraria do Som”, que conta com as participações de Arismar do Espirito Santo, Thiago Espirito Santo, Izaías Bueno de Almeida, Alexandre Ribeiro, Ricardo Herz, Chico Pinheiro e Zé Barbeiro, entre outros.
Serviço:
Show: Choro da Casa
Data: Quinta-feira, 14 de novembro
Show: Alessandro Penezzi e Fábio Peron
Data: Sexta-feira, 15 de novembro
Local: Clube do Choro de Santos
Endereço: Rua XV de Novembro, 68 – Centro
Horário: 20h (ambos)
Valor: gratuito
sábado, 9 de novembro de 2024
Clube do Choro de Santos realiza grande celebração musical em novembro e dezembro de 2024
O projeto Choro Patrimônio Santista reunirá mais de 40 artistas nas tradicionais rodas de choro, oficinas e shows musicais na sede do clube. Tudo grátis
Choronas
O Projeto Choro Patrimônio Santista irá realizar dezessete ações culturais gratuitas em Santos, sempre com o foco no Choro, entre elas, rodas de Choro, oficinas e shows.
A realização deste projeto é de extrema relevância tendo-se em vista que o mesmo conflui com as recomendações para salvaguarda do Choro como patrimônio cultural do Brasil (ACAMUFEC, 2023).
Brasileiríssimo e cheio de misturas, o Choro agora é o 53º Patrimônio Cultural Imaterial do país. O pedido foi aprovado recentemente, no dia 29/02/2024, em decisão unânime do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Em Santos a história é antiga, e virou manifestação cultural com nosso sotaque. Segundo Bandeira Junior, em Santos desde meados do séc. XIX os conjuntos musicais faziam serestas nas noites de lua cheia. O Diário de Santos saúda essas serestas em 1873.
O Clube do Choro de Santos, organização da sociedade civil de interesse público, teve fundamental importância como um dos principais protagonistas na contribuição do Choro, enquanto manifestação cultural para o registro, junto com o Clube do Choro de Brasília, Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro nas superintendências do Iphan.
O Clube do Choro de Santos também foi a entidade responsável pela institucionalização do Dia Municipal do Choro, em Santos, do Dia Municipal do Choro, em São Paulo, e do Dia Estadual do Choro, em todo o Estado de São Paulo, iniciativas que homenageiam os patronos Pixinguinha, Antonio D’Áuria e Garoto, encaminhadas aos então parlamentares Genoísio Boquinha Aguiar, Soninha Francine e Paulo Alexandre Barbosa e que viraram Leis nas localidades citadas.
Clube do Choro de Santos - Foi fundado por um grupo de amigos ligados pela causa do choro em 23 de abril de 2002, na data em que se comemora o Dia Nacional do Choro, em homenagem a Pixinguinha.
A inauguração aconteceu nas dependências do bar e lanchonete do Sesc Santos. Marcello Laranja fez uma explanação sobre a história do choro, ao lado do conjunto Cinco Companheiros. De início, a base do clube era os membros Luiz Antonio Pires, Jorge Maciel, Obed Zelinschi e o próprio Marcello. Logo em seguida, outros companheiros vieram a integrar a diretoria, como Ademir Soares, Paulo Renato Alves, Herlinha de Souza e outros.
A primeira sede do Clube ficava nas dependências da Sociedade Humanitária, na Praça José Bonifácio. Era uma única sala que servia para encontros e reuniões. Algum tempo depois, no dia 23 de abril de 2008, foi inaugurada a nova sede no calçadão da Rua XV de Novembro, em pleno Centro Histórico.
Todo o trabalho realizado foi feito, voluntariamente, pelos próprios companheiros de diretoria, com pouquíssimos recursos.
Lamentavelmente, três ou quatro meses após a inauguração, o Clube do Choro perdeu sua sede, pois o prédio foi vendido. A sede da Rua XV foi muito importante para todos, pois foram registrados momentos inesquecíveis, com inúmeros aniversários, encontros, shows, palestras e workshops.
Atualmente - O Clube é direcionado para admiradores do choro em geral, tanto artistas que tocam chorinho ou para o público que quer conhecer melhor o estilo musical. A idéia sempre foi agregar os conjuntos de choro da região da Baixada Santista, um pouco dispersos, e também para que o público - principalmente o jovem - possa tomar contato com o Choro, que é considerado o primeiro estilo de música popular urbana do Brasil, totalmente alijado desse processo cultural, em razão da comercialização e da banalização da música popular.
Confira a programação:
Novembro
Rodas de Choro
07/11 – Roda de Choro com Aqui tem Choro
14/11 – Choro da Casa
21/11 – Tétrade
28/11 – Caros Amigos
Shows
09/11 – Show Aleh Ferreira Convida (Casa das Culturas)
15/11 – Show com Alessandro Penezzi e Fábio Peron (Clube do Choro)
Aula
21/11 – Aula José Amaral (Oficina Chorando na Garoa)
Dezembro
Rodas de Choro
05/12 – Roda de Choro
12/12 – Choro de Crina
18/12 – Choro de Breque
Show
13/12 – Choronas
19/12 – Renan Bertho e Choro de Breque
Aulas
06/12 – Aula especial Paulo Baptista (Oficina Metais no Choro)
19/12 – Renan Bertho
Serviço:
Choro Patrimônio Santista: Rodas de Choro, oficinas e shows musicais
Endereços:
Clube do Choro de Santos - Rua XV de Novembro, 68 – Centro
Museu do Café – Rua XV de Novembro, 95 – Centro
Casa das Culturas de Santos – Rua Sete de Setembro, 49 – Vila Nova
Datas – Novembro e dezembro
Valor: gratuito
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Morre o prolífico Quincy Jones
Uma história que continha todos os elementos para ter acabado mal. A avó havia sido escravizada. A mãe internada em uma instituição para lunáticos quando ele tinha apenas sete anos. Seu pai trabalhava para os gangsteres da favela mais barra pesada de Chicago, o south side.
O mesmo bairro onde milhares de homens, mulheres e crianças chegavam para ficar, fugindo da violência praticada contra eles no sul dos Estados Unidos. Também um lugar onde muito blueseiros chegados do Mississippi e da Louisiana acabaram fazendo história, após dois grandes êxodos.
Portanto, restava ao jovem pobre e ao seu irmão uma vida no crime que, por sinal, já estava encaminhada. Mas uma mudança de cidade e o esbarrão em um velho piano mudaram o curso da história.
A vida nunca foi fácil para o músico, compositor, arranjador, produtor e regente, Quincy Jones.
Sim, ele mesmo, amigo de Ray Charles, Frank Sinatra e Count Basie. Produtor dos melhores discos de Michael Jackson, Of The Wall e Thriller Jackson. Compositor de trilhas sonoras de dezenas de filmes para Hollywood. Responsável pela gravação de um dos maiores hits da era fonográfica, We Are The World, do projeto USA For Africa, que reuniu a nata da música pop da época: Ray Charles, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Dionne Warwick, Diana Ross, Cindy Lauper, Kim Carnes, Daryl Hall e John Oates, Huey Lewis, Henry Belafonte, Stevie Wonder, Lionel Richie, Paul Simon, Al Jarreau, Kenny Loggins, Steve Perry, Kenny Rogers, Tina Turner, Billy Joel, Willie Nelson e o próprio Michael Jackson. Fiz questão de citar todos esses nomes porque só um cara com a moral do Quincy Jones poderia reunir todos com apenas um telefonema.
Apesar de ter vivido a era de ouro do jazz e tocado com os gênios do estilo, Quincy não queria ser visto “só” como um nome do jazz. Nesse sentido seu temperamento era igual ao seu amigo Miles Davis – aquele outro que mudou os rumos da música mundial umas cinco vezes.
Nadou de braçada no funk nos anos 70 e alguns anos após a consagração em USA For Africa, nos 80, se associou aos rappers do momento para gravar o moderno Back on The Block, com Ice T, Kool Moe Dee, Big Daddy Kane, Siedan Garret, Chaka Khan e seu velho parca, Ray Charles.
Quincy Jones teve uma vida prolífica, mas doente. Sofreu com vários aneurismas ao longo da vida, o que o obrigou a fazer algumas operações no cérebro, duas delas em apenas dois meses.
Teve sete filhos de vários casamentos desfeitos, pois era um workaholic, e ainda seis netos e um bisneto.
Teve mais de 2900 músicas gravadas; mais de 300 álbuns gravados; 51 trilhas de filmes e programas de TV; mais de 1000 composições originais; 79 indicações ao Grammy, sendo 27 premiações; é um dos 18 ganhadores do E.G.O.T. (Emmy, Grammy, Oscar e Tony). Thriller foi o álbum mais vendido de todos os tempos, We are the World foi o single mais vendido de todos os tempos.
Há alguns anos sua saúde vinha dando sinais de enfraquecimento até que aos 91 anos, no domingo, dia 03 de novembro de 2024, faleceu Quincy, em sua casa em Los Angeles.
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