sábado, 13 de fevereiro de 2021

Chick Corea, criador da Return To Forever e Elektric Band, morre de câncer raro aos 79

 


Me deparei com o nome Chick Corea na capa de In A Silent Way, álbum de Miles Davis lançado em 1969, mas que comprei aqui em Santos no começo dos anos 80. Foi meu primeiro Miles.
O nome Chick Corea estava ao lado de outros dois, Joe Zawinul e Herbie Hancock. Jovem e roqueiro, não entendi porque uma banda precisava de três tecladistas.
Só quando a agulha começou a ler os sulcos mágicos do vinil que eu comecei a entender a revolução que aquela música produzia. 
E ela já havia acontecido há, no mínimo, quinze anos. Eu é que estava chegando atrasado.
Mergulhei no mundo desses caras, os filhotes elétricos de Miles, Weather Report (Zawinul), VSOP (Hancock) e Mahavshnu Orchestra (do guitarrista John Mclaughlin). Curiosamente, não conheci o Return To Forever, mas a super banda nova de Chick Corea, cujos discos Elektric Band e Light Years haviam acabado de chegar ao Brasil. 
Com Dave Weckl (bateria), John Patitucci (baixo), Frank Gambale (guitarra) e Eric Marienthal (saxofone), a Elektric Band fazia um som despudoradamente moderno, com equipamentos altamente tecnológicos e uma abordagem jazzística que apontava para o futuro. Muitos chamaram de pop. Qual o problema?
Buscando e buscando, conheci a maravilha Now He Sings, Now He Sobs, segundo álbum de Corea, um trabalho irrepreensível do começo ao final. Com ele no piano Miroslav Vitous (baixo) e Roy Haynes (bateria) é um dos álbuns mais importantes gravados por um power trio de jazz. Sim, o termo power trio se aplica. 
Ontem fiquei sabendo da morte de Chick Corea. Ele teria morrido dia 09 de fevereiro, mas a família só divulgou sua morte por um câncer raro aos 79 anos dois dias depois.
O mundo da música perdeu mais um dos gigantes do jazz. Mas, como sempre, a obra fica. Vou ouvir hoje. 





segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

O ano começa com CRIASOM, grande festival sobre economia criativa com conversas e muita música produzido pela Mannish Boy Produções Artísticas

Serão 18 conversas sobre os diversos campos da produção cultural, destinadas às pessoas que estão iniciando em áreas artísticas e executivas. E cinco shows, Blues Etílicos, Blues Beatles, Yuri Prado e Mardi Gras Brass Zookas, Igor Prado and Just Groove e Electric Miles

Blues Etílicos

Grandes nomes da produção cultural no Brasil discorrerão sobre suas atividades diárias, explicando os passos das produções que estão envolvidos;  quais projetos deram certo e quais deram errado; e o que os novos profissionais devem fazer para que um projeto saia do papel, além de contar suas histórias de vida e como chegaram ao patamar de excelência onde se encontram.
Cada bate papo terá entre uma hora e uma hora e meia de duração, com mediação do jornalista e produtor Eugênio Martins Júnior.
Tanto os shows quanto as palestras serão realizados online nas páginas da Mannish Boy Produções Artísticas e em páginas especialmente criada para o festival CRIASOM. Sempre às 20h

O CRIASOM é um projeto realizado pelo ProAC - Programa de Ação Cultural e Economia Criativa, Governo do Estado de São Paulo e da Lei Aldir Blanc, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal. Com produção executiva da Via Arte e co-produção de Digo Maransaldi

Introdução - O século 20 tem trazido inúmeros desafios para a classe artística e a explosão de novas linguagens de mídia, onde os artistas podem mostrar seu trabalho diretamente ao público, é uma estrada que está sendo percorrida há duas décadas.
No mundo da música, com o esfacelamento do velho formato das grandes gravadoras, os artistas tiveram de aprender a lidar com inúmeros formatos digitais, como MP3, Youtube, streaming (Spotfy, Deezer, etc), e mais recentemente com a pandemia do Covid-19, captação de imagem e som para as famosas lives, transmissões ao vivo com interação do público, sejam elas caseiras ou em estúdio.
Mas também há outros caminhos que o músico, ou mesmo os  interessados em trabalhar com música, podem percorrer. 
Essa cadeia não para de crescer e se renovar. Afinal de contas, criatividade não falta pra essa galera.
É só saber olhar. Há espaço e formato para todos. Além da criatividade, é só  coragem para fazer seu projeto andar.
O festival CRIASOM vai mostrar os vários lados dessa cadeia econômico/criativa da música.
Profissionais em várias áreas da música no Brasil vão falar sobre o início de suas carreiras e como chegaram ao patamar profissional em que se encontram. 
Serão abordados os seguintes temas: coletivos, formatação e gestão de projetos, curadoria, conceito artístico,  Leis de incentivo, produção executiva, produção artística, administração de espaços e empresas, contratação de artistas (nacionais e internacionais), gerenciamento de carreira (nacional e internacional), assessoria de imprensa, jornalismo cultural, gravação em estúdio e criação de festivais e se vale a pena abrir uma empresa.

Enfim, jovens e profissionais que queiram ingressar no mundo da música terão um um painel verdadeiro, uma visão global, desse campo que passa por crescimentos esporádicos, mas também sofre com as recorrentes crises econômicas do nosso país.

Segue a programação:

Terça-feira, 23 de fevereiro, às 20h - Herbert Lucas – Diretor artístico do Bourbon Street Music Club, um dos maiores produtores independentes do Brasil, à frente da Lucas Shows e Eventos e curador de vários festivais. Tema – Curadoria

Quarta-feira, 24 de fevereiro - Giovanni Papaleo – Produtor, músico e realizador dos festivais de Garanhuns, Gravatá e Oi Blues By Night. Também é baterista, fundador da Uptown Blues Band de Pernambuco. Tema – Conceito Artístico de um Festival

Quinta-feira, 25 de fevereiro - Stênio Mattos – Realizador do Rio das Ostras Jazz e Blues, o maior festival do gênero no país. Tema – Pré e pós produção. Os números de um grande festival como o Rio das Ostras Jazz e Blues

Sexta-feira, 26 de fevereiro – Show com Blues Etílicos

Segunda-feira, 01 de março - Jamir Lopes – Realizador do Santos Jazz Festival, Pós-Graduado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo; Pós-Graduado em Gestão Cultural – Itaú Cultural – MBA Gestão Pública (Unimonte). Tema – Captação de recursos via lei de incentivo

Terça-feira, 02 de março - Antonio Taveira – Especialista em gerenciamento de projetos e prestação de contas. Tema – Prestação de contas para Lei Rouanet e PROAC

Quarta-feira, 03 de março - Alexandra Linda – Mestra em Ciência da Informação, Bacharela em Regência. Tema - Processos educativos em Festivais Temáticos: dos estudantes de  música ao público

Quinta-feita, 04 de março - Nanne Bonny - Produtora cultural,  DJ e ativista. Criadora de projetos culturais e coletivos femininos. Tema – Coletivos, empoderamento, liberdade e arte

 Sexta-feira, 05 de março – Show com Yuri Prado e Mardi Gras Brass Zookas

Segunda-feira, 08 de março - Edgard Radesca – proprietário e diretor do Bourbon Street Music Club e um dos sócios da Casa Natura Musical. Tema – Gestão de um music club e seus derivados (spin offs), festivais, séries e turnês

Terça-feira, 09 de março – Cajaíba Jr - Atualmente é empresário artístico e produtor executivo de vários artistas. Tema - Gestão de carreira e produção executiva

Quarta-feira, 10 de março - Igor Prado – Músico (guitarrista) - À frente da Igor Prado Blues Band ganhou notoriedade e prêmios internacionais. Tema - Gerenciamento de carreira

Quinta-feira, 11 de março - Flávio Guimarães – Músico (gaitista) – Um dos grandes gaitistas em todo o mundo. Guimarães está à frente da banda Blues Etílicos há mais de 25 anos. Tema – Gerenciamento de carreira

Sexta-feira, 12 de março - Show com Igor Prado e Just Groove

Segunda- Feira, 15 de março - Lucas Krempel – Jornalista e editor do Blog n’Roll – Trabalha no jornal A Tribuna de Santos onde edita o caderno Galeria. Tema - Jornalismo cultural regional

Terça-feira, 16 de março - 4 - Carlos Calado – Jornalista e crítico musical – Trabalhou na Folha de S.Paulo por duas décadas. Tema - Jornalismo cultural

Quarta-feira, 17 de março - Maria Inês Costa – A frente da Maic Comunicações, é assessora de imprensa dos festivais, Bourbon Fest, BB Seguros e outros. Tema - Assessoria de imprensa em festivais e campanhas específicas

Quinta-feira, 18 de março - Flávio Naves – Músico (tecladista) – à frente da banda Blues Beatles tem trabalhado mais em outros países do que no Brasil. Tema - Gerenciamento de carreira e agenda internacional

Sexta-feira, 19 de março – Show com Blues Beatles

Terça-feira, 23 de março - Luiz Miguel Perez Oyarzún – especializado em edição de som, mixagem, gravação, técnico de estúdio – Atualmente integra a equipe de áudio do Sesc Santos. Tema – Viabilizando uma live com qualidade de som e imagem

Quarta-feira, 24 de março - Michel Pereira – Músico e produtor – Técnico de palco do Santos Jazz Festival, Festival do Café, Virada Cultural. Tema – Gerenciamento de palco em grandes shows e festivais

Quinta-feira, 25 de março - Alexandre Fontanetti – Produtor artístico vencedor do Grammy Latino e proprietário do estúdio Space Blues. Tema - Do vinil ao streaming – técnicas de estúdio

Sexta-feira, 26 de março – Encerramento – Show com Electric Miles

As bandas

Blues Etílicos - é a marca mais forte do blues nacional e a banda há mais tempo em atividade nesse segmento. Desde meados dos anos 80, a banda vem produzindo uma extensa obra autoral, além de gravar homenagens às suas principais influências, tendo lançado doze CDs e um DVD. Se o blues hoje no Brasil é um mercado consolidado com inúmeros festivais no país, muito se deve ao trabalho contínuo e consistente da banda, que é a maior responsável pela criação e manutenção de uma verdadeira legião de fãs desse estilo musical. Ainda assim, pode-se dizer que a música do Blues Etílicos não se limita a nenhum rótulo específico. A densidade do blues, a energia do rock e o balanço da música brasileira são os três elementos básicos que regem seu som. É música para ouvir, dançar e festejar.

Blues Beatles - Os Beatles como você nunca ouviu. A banda Blues Beatles é o encontro da sonoridade vocal do quarteto de Liverpool com o rítmo contagiante do blues. Músicas como Help, Ticket to Ride, Yesterday, We Can Work It Out, Come Together e outras receberam novos arranjos, onde alguns elementos marcantes são preservados e outros modificados para que o universo do blues entre em ação. O resultado é um show inovador onde as melodias familiares dos Beatles se misturam com solos de guitarra, Hammond, piano e saxofone que, seguindo a tradição do blues, são sempre improvisados. A Banda se apresenta com frequencia nas pricipais casas de show do país como Bourbon Street (São Paulo), Bolshoi Pub (Goiânia) entre outras, assim como nos principais fetivais de Blues. Banda: Marcos Viana (voz), Flávio Naves (Hammond B3 e piano), Bruno Falcão (baixo e voz), Lancaster (guitarra), Denilson Martins (sax e vocal), Fred Barley (bateria e voz).

Igor Prado e Just Groove - Há 17 anos na estrada, o guitarrista e produtor musical paulistano Igor Prado (único sul-americano indicado ao Blues Music Awards o Oscar do Blues americano) ao lado da banda Just Groove, mescla blues, soul, funk e música brasileira. No repertório, versões de peso-pesados da black music de Isley Brothers, The Meters e até mesmo Tim Maia, mesclado com material autoral que fará parte do próximo álbum do guitarrista que será lançado no Brasil e nos EUA. Além de Igor Prado na guitarra e voz, o show conta com Herbert (teclado), Junior Isidoro (bateria), Douglas Couto (baixo) e Rodolfo Crepaldi (guitarra). 

Yuri Prado e Mardigras Brass Zookas - “Nas minhas passagens por New Orleans comecei a perceber que o acento dos rítmos de rua de lá lebravam a nossa música nordestina, pra mim foi uma revelação”. Yuri Prado é baterista com mais de 20 anos de carreira e sempre teve o pionerismo acompanhando os seus trabalhos. Esse novo projeto não é diferente. Através do grande Know-How que adquiriu fora do país, durante anos de vivência com grandes músicos internacionais, participando dos grandes festivais dentro e, principalmente, fora do Brasil, inclusive atingindo a inédita marca de ser o primeiro artista sul americano a ser indicado ao Blues Music Awards (”Grammy do Blues nos USA”), deciciu juntar o sotaque musical gringo com a música brasileira e seu sangue latino, lançando o primeiro disco solo entitulado: “Jamboada”. O nome Jamboada foi criado da junção dos nomes dos pratos Jambalaya, um dos pratos mais tradicionais de New Orleans, com a nossa Feijoada. Ambos foram criados quase da mesma forma: classes mais pobres, para aproveitar as sobras, juntavam tudo num panelão, caprichavam nos temperos e acabaram, por pura necessidade, criando dois dos pratos mais famosos do mundo até os dias de hoje.

Electric Miles - Trata-se de um tributo a um dos maiores músicos de jazz de todos os tempos, cuja obra foi muito influenciada pelo blues do sul dos Estados Unidos, Miles Davis. Miles nasceu e cresceu em Saint Louis, tendo acompanhado toda a movimentação musical de sua época. Por sua vez, viajou para New York e juntou-se com a nata do jazz do século 20 e fez história. Na verdade, com seus famosos quintetos, ele próprio foi responsável por escrevê-la. Esse “tributo” dedica-se à fase elétrica de sua trajetória, a partir do final dos anos 60 até sua morte, em 1991. E também aos desdobramentos dela, com temas de Weather Report, Mahavishnu Orquestra e Return To Forever. O grupo é formado por feras do jazz de São Paulo escolhidos por causa de suas características musicais, são eles: Stefano Moliner (baixo), Felipe Aires (trompete), Thomaz Souza (saxofone), Saulo Martins (piano) e Ivan Lopes (bateria).