Mama in the kitchen
Making a cherry cake
Put in all my filling
And shake, shake, shake
Wait just a minute
The temperature is hot
Make that old movement
And just don’t stop
Baby you so sweety
A candy little pot
Take me to your kitchen
And show me what you got
Shake your money maker
Dancing to the floor
I’m nasty little dog, girl
I'm coming through the back door
Funk in the kitchen
Spreading the cream in the cake
Gimme another slice
And shake, shake, shake
terça-feira, 14 de janeiro de 2020
quinta-feira, 9 de janeiro de 2020
Minas Gerais abre o calendário 2020 com o Projeto Blues Verão
Nos dias 11 e 18 de janeiro o Barracão
Antiguidades e Arte, em Casa Branca, Brumadinho-MG, região famosa pelas
belezas naturais, recebe a sétima edição do Projeto Blues Verão
Auder Jr
Abrindo a programação, dia 11 de janeiro, “Auder Jr. & Blues Friends” prometem uma noite regada a clássicos do blues e músicas autorais. Auder Jr., blueseiro de Minas Gerais e integrante da Audergang, banda de destaque no cenário musical, se apresenta com Brazza (contrabaixo) e Túlio Bastos (bateria). No repertório, Freddie King, Eric Clapton, Stevie Ray Vaughan, BB King, Muddy Waters e muito mais.
No dia 18 a banda mineira Soul Much Blues apresenta clássicos dos dois gêneros da música norte-americana que dão nome à banda. No repertório, Etta James, Koko Taylor, B.B. King, Eric Clapton, Joss Stone, James Brown, Jimi Hendrix, entre outros. O grupo é formado por Laura Lima (voz), Artur Santos (guitarra), Leo Lima (teclado), Rod Vaz (baixo) e Benny Cohen (bateria).
“Nosso objetivo é fortalecer a cena do blues em Minas Gerais. A proposta é ousada, pois os shows acontecem no Barracão de Antiguidades, ambiente único, que remete a atmosfera dos famosos juke joints americanos, além da gastronomia e bar temático”, diz Marcos Kaoy, idealizador do projeto feito em parceria com a Marques Produções, comandada pelo guitarrista e produtor cultural Bruno Marques.
Gastronomia - A gastronomia também será um dos destaques do festival. Inspirada na culinária norte-americana, os visitantes poderão apreciar o Mississipi Burning (costelinha Creole, Frango Cajun e Batatas Doces fritas) e o Gumbo (guisado vegetariano sweet spice com legumes e verduras). O cardápio será elaborado pelo chef Luigi Russo, um dos fundadores do Restaurante Coletivo em Casa Branca.
Arte - Vai rolar ainda a mostra Mississippi e Seus Mojos, com foco no blues, de autoria de Marcos Kaoy. As telas, criadas com matérias-primas consideradas “lixo” para muitos, mas que se transformam em preciosidades nas mãos do artista plástico, foram destaques em grandes festivais de blues em 2019, como o “Ibitipoca Blues – 20 anos” (MG), 8º “Festival Internacional Dipanas Blues & Jazz” (MG) e “Rota do Blues (MG).“Tive contato com o blues desde cedo, tanto que virei gaitista e passei a admirar esse universo que tanto me inspira a criar quadros e peças relacionados ao gênero musical”, explica o artista.
Sobre o Barracão - Criado em 2012 pelo artista plástico e gaitista, Marcos Kaoy, o Barracão de Antiguidades e Arte está na rota das atrações culturais e turísticas mais badaladas de Minas Gerais.
Com estilo de juke joint, funciona como loja também e reúne mais de mil peças, como radiolas, discos de vinis, máquinas de datilografia, placas demonstrativas de épocas, luminárias, entre outras. “Temos objetos de 50 a 80 anos. Outros foram criados por mim e são focados no blues, como instrumentos musicais, quadros e peças decorativas. Todos estão à venda”, diz Kaoy.
O espaço também passou por reformas e ganhou estrutura para proteger o público em caso de chuvas.
Serviço:
Evento: 7ª edição do “Projeto Blues Verão” em Casa Branca.
Shows: 11/01 (sábado) – às 20h – Auder Jr. & Blues Friends; 18/01 (sábado) – às 20h – Soul Much Blues
Ingressos – Os ingressos para o “Projeto Blues Verão” custam R$ 20 e podem ser adquiridos no site do Sympla (https://bit.ly/36m0SWD) ou nos dias dos eventos no Barracão de Antiguidades (rua Canela de Ema, 20, Casa Branca, Brumadinho/MG). Informações pelos telefones: (31) 99952-2045 e 98851-8153.
Local: Barracão de Antiguidades (rua Canela de Ema, 20, Casa Branca, Brumadinho/MG). Acesso pelo Parque da Serra do Rola Moça no Jardim Canadá.
*O melhor acesso ao local é feito pelo Parque da Serra do Rola Moça (Jardim Canadá).
terça-feira, 7 de janeiro de 2020
Sweet Tea – 2001 – Buddy Guy
Quando Sweet Tea foi lançado Buddy Guy era o "príncipe" do blues. O rei, claro, o velho BB. Sempre mais popular e mais rico. Isso ninguém duvida.
A diferença é que a partir dos anos 90 Guy passou a lançar um disco atrás do outro, uns geniais, outros menos, mas todos bons discos. Ao passo que King já havia atingido o auge na carreira e passado a lançar albuns repetitivos e não tão legais. Mas BB sempre será eterno.
Então, Sweet Tea, lançado pela gravadora Silvertone, veio no rastro desses trabalhos, mas é completamente diferente. E o que ficou constatado ao ouvi-lo, é que Buddy Guy não passa de um enganador. Explico.
Em Done Got Old, a primeira faixa do álbum, Guy canta que está ficando velho e que não faz mais as coisas que costumava fazer, isso leva o ouvinte a pensar que a coisa vai continuar calma porque o tema é mesmo um blues de raiz e, levando em consideração a quantidade de discos gravados antes de Sweet Tea, talvez ele quisesse um pouco de sossego.
Mas é aí que está a enganação. A segunda música, Baby Please Don’t Leave Me, é um petardo de 7m30 com Guy cantando e mandando ver na guitarra, ancorado pela ótima banda de apoio, todos músicos feras de estúdio – Spam (Tommy Lee Miles, na bateria), Davey Faragher (baixista, colaborador frequente de John Hiatt), Jimbo Mathus (guitarra base) e os convidados Bobby Whitlock (piano, co-fundador dos Derek & The Dominos), Sam Carr (baterista lendário que tocou com Paul Butterfield), Pete Thomas (bateria), Craig Kampf (percussão).
Seguindo em frente, perdemos toda a confiança no ídolo, fomos mesmo enganados. É claro que ele está envelhecendo e ná época Guy havia completado 65 anos, mas continuava fazendo as coisas que costumava fazer, só que melhor. Pelo menos cantar e tocar guitarra em Look What All You Got parece não ter sido tão difícil.
A partir dali, não existe mais calmaria, só tempestade em solos de guitarra sobre uma base crua, repetitiva, mas segura que remete aos inferninhos dos cafundós do Mississippi. Remete também a Muddy Waters e, principalmente, RL Burnside. Tanto no instrumental como nas letras que falam de amor, aliás no disco inteiro só se falha em mulher.
Stay All Night combina perfeitamente aquele riffão pesadão, uma batida seca e voz de Guy com efeito seguida por Tramp, uma boa regravação de Lowell Fulson, outro medalhão do blues. She’s Got Devil in Her vem com o timbre conhecido de Guy com ele solando logo de saída e I Got You Try You Girl tem incríveis 12m09 sustentando uma batida hipnótica em uma viagem ácida ao fundo do blues. Podemos chamar Who’s Been Foolin’ You de um boogie que alegra a alma antes da reflexiva que é It’s a Jungle Out There, do próprio Guy.
No final da audição, enganados mas felizes, constatamos que o velhinho cometeu uma obra prima daquelas.
Músicas:
1 - Done Got Old
2 – Baby Please Don’t Leave Me
3 – Look All What You Got
4 – Stay All Night
5 – Tramp
6 – She’s Got The Devil In Her
7 – I Got a Try You Girl
8 – Who’s Been Foolin’ You
9 – It’s A Jungle Out There
quarta-feira, 1 de janeiro de 2020
Relógio, chocolate e canivete. Marc Perrenoud, Marco Mueller e Cyril Regamey. Os dois trios mais famosos da Suíça
Marc Perrenoud Trio
Texto: Eugênio Martins Jr
Fotos: Divulgação
Conhecida por sediar um dos festivais mais importantes do mundo, o Montreux Jazz Festival, a Suíça possui uma nova e prolífica cena jazzística, da qual faz parte o pianista Marc Perrenoud.
Ele começou na música clássica, mas logo bandeou-se ao jazz por causa do improviso e desde que começou a gravar foi considerado uma revelação no mundo do jazz.
Seu trio trabalha com a precisão de um relógio, composto por Marco Müeller (baixo) e Cyril Regamey (bateria), está junto há 12 anos, contabilizando mais de 300 shows e sendo considerado um dos grandes trios de jazz acústicos da cena atual.
Gravaram grandes discos, Logo (2008), Two Lost Churches (2012), o excepcional Vesty Lamento (2013) e Nature Boy (2016). Marc Perrenoud Trio tem um repertório com mais recurso do que um canivete: suas influências vão desde o trompetista norte-americano Chet Baker e o pianista canadense Oscar Peterson, passam pelo pianista e compositor russo Igor Stravinsky e o francês Maurice Ravel, e chegam até a banda inglesa de trip hop Massive Attack.
Ainda em carreira solo, Perrenoud avança no repertório erudito (Hamra de 2016 é bem isso), e nas parcerias, seu mais recente trabalho, Aksham (2019) traz a bela voz de Elina Duni.
Atualmente o grupo prepara o lançamento de seu quinto álbum, cujos temas foram apresentados em primeira mão na segunda edição do Sesc Jazz, que incluiu Santos no calendário, e onde essa entrevista foi realizada.
Não dá pra não mencionar, Marc Perrenoud rasgou elogios às equipes que o atenderam em suas passagens pelo brasa. Para quem está acostumado a tocar no mundo todo não é pouca coisa.
Outra coisa que não dá pra não mencionar, a Suíça também é conhecida pelo chocolate, mas isso eu não consegui enfiar na matéria.
Eugênio Martins Júnior – Seus pais eram dedicados à música clássica. Quando e como o jazz entrou na tua vida? Li que isso foi uma pequena revolução pra você. Poderia explicar isso?
Marc Perrenoud – Sim, meus pais eram músicos profissionais. Cresci em Berlim, na Alemanha, e meus pais tocavam em orquestras lá. Então estava cercado por música clássica e músicos o tempo todo. E comecei a aprender piano, mas gostei da improvisação desde o começo e é por isso que eu digo que foi a minha pequena revolução.
EM – E o clássico não permite improvisação.
MP – Não. Adoro música clássica, que tem uma abordagem diferente, mas adoro improvisar.
EM – Você lembra quais foram os primeiros artistas de jazz que ouviu?
MP – Comecei no jazz aos 14 ou 15 anos ouvindo Fats Waller e Oscar Peterson, mas ao mesmo tempo descobri o rock e outros estilos musicais. Até então só ouvia música clássica... e Beatles. (risos)
EM – Em 2016 você gravou seu primeiro disco solo após ter gravado alguns com o trio. Gostaria que contasse a história desse trabalho. Poderíamos dizer que misturou Bach com Monk?
MP – É uma mistura de muitas coisas. Além da música clássica, coloquei coisas pelas quais estava sob muita influência. Influências árabes, estava morando no Líbano naquela época. Fazendo muitos concertos solo. Iria gravar um disco com o trio que foi cancelado e acabei gravando o solo. Foi um projeto legal porque foi sem pressão, ninguém esperava um CD solo. Em 2016 gravei o CD solo e um com o trio. Todos diferentes entre si.
EM – Estamos em 2019. Como lidar com todas as influências que o jazz produziu nesses cem anos de história e ainda olhar para o futuro?
MP – Pra mim a música não é a vida. É parte dela. Não sou particularmente influenciado pela música. Claro que ela tem sua parte, mas minha maior inspiração é o que vejo à minha volta. Os diferentes lugares, as pessoas que conheço, descobrindo coisas novas, ouvindo e falando sobre política, a partir disso criar as músicas. Há algumas influências de outros compositores, clássicos, do jazz, não posso dizer o quê, ou de onde vem. Talvez Ravel, Oscar Peterson, a viagem ao Brasil ou a África. Não sei. Pra mim é importante estar aberto para a vida. Um bom exemplo é a viagem entre São Paulo e Santos que é muito bonita, através da floresta. Isso me inspirou.
EM – Li que você começa a compor de manhã e durante esse processo revisita teus sentimentos e até o teu ego. Parece que o teu processo de trabalho vem mais do bom e velho trabalho duro do que da inspiração divina. Gostaria que falasse sobre esse processo.
MP – Sim. Não entendo muito bem como isso acontece. Mas é como se fosse um garimpo atrás de ouro. Tento achar elementos que se encaixam. É sempre assim. Nunca tive inspiração divina. (risos)
EM – Ao longo dos últimos anos muitos grupos de jazz vem usando uma parafernália eletrônica nas apresentações, mas mais recentemente apareceu um movimento em direção ao jazz acústico com trios aparecendo cada vez mais. Inclusive esse festival que está recebendo Avishai Cohen, Amaro Freitas e vocês. O que tem a falar sobre isso?
MP – É verdade. Para nós no trio que estamos juntos a 12 anos nunca usamos eletrônicos. Mesmo fazendo muitas coisas tentamos manter assim. Trata-se da forma mais simples e natural de fazer música. Esse é o nosso conceito.
EM - Você já tocou no Rio, São Paulo e agora volta para esse festival. Como tem sido sua experiência por aqui?
MP – Maravilhosa. Dessa vez tocaremos em dois Sescs, ontem tocamos em São Paulo e hoje estamos em Santos. Os instrumentos são perfeitos, o time muito profissional. Como eu te disse antes, gostaria que tivéssemos isso na Europa e na Suíça às vezes. São muito precisos com a luz o som. E adoro viajar, ir de uma cidade para outra é maravilhoso, podemos conhecer o país. Espero poder fazer mais vezes no Brasil.
EM – Você teve contato com a música popular brasileira ou o nosso jazz, o samba jazz?
MP – Sim, claro. O jazz é um estilo universal. Quando você tem uma música popular que pode improvisar, isso é jazz. Vocês chamam de jazz brasileiro. Mas nos outros lugares podemos chamar de jazz asíatico ou jazz do Oriente Médio.
EM – Sim. O que eu quis dizer, mas não expliquei, é que o Brasil é um páis com dimensões continentais e com muitos ritmos musicais e o brasileiro mistura todos eles, inclusive improvisando em cima. Samba jazz é um nome que usamos pro samba instrumental.
MP – É muito bom ver isso. Na Suiça existem muitas universidades e escolas onde muitos artistas são formados.
EM – Você pode recomendar alguns?
MP – Sim, claro. Schnellertolermeyer, que é uma espécie de banda de jazz progressivo. As cantoras Elina Duni e Susanne Abbuehl. O pianista Nick Bertschy. Há muitos outros.
EM – Já que você fala sobre política. Você acompanha a escalada da extrema direita na política brasileira?
MP – Sempre tenho o cuidado de falar sobre o que não conheço. Sou casado com uma siria, nos conhecemos na guerra, por isso conheço a situação do país. Sobre o Brasil, conheço pela mídia. Claro que sei sobre Bolsonaro, as coisas ruins que falam dele. Provavelmente, as verdadeiras e as falsas. Preciso conversar com mais brasileiros para entender qual é a situação. O que sei é que a música e as artes em geral estão em evidência, mas na maioria dos casos é por causa das políticas populistas. Na Suiça também temos partidos populistas que querem cortar o dinheiro para a cultura. Mas digo mais uma vez, é difícil dar uma opinião sem conversar mais com as pessoas no Brasil. Mas é estranho. Onde eu vivo há uma comunidade brasileira e conheço muitos jovens que votaram em Bolsonaro. Pessoas muito jovens. E fico pensando, o que levou esses jovens a votar nele.
EM – Eu também não sei.
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