sábado, 18 de dezembro de 2010

Wish I Was In Heaven Sitting Down mostra o outro lado de Burnside


Se existiu um músico de blues injustiçado ele se chama Robert Lee Burnside, cujo nome artístico é R.L. Burnside. Nascido em 1926 e tendo vivido a maior parte de sua vida colhendo algodão nas fazendas do Mississippi, veio conhecer a fama tardiamente, no final dos anos 80. 
Guitarrista de final de semana, aprendeu a tocar o instrumento com seu vizinho, Freddy McDowell, e soube como poucos passar com sua música crueza e genialidade em graus semelhantes. O senso ritmico sempre foi sua marca registrada, tanto que a partir dos anos 90 chegou a gravar alguns discos acompanhado com DJs fazendo suas bases, é o caso desse Wish I Was In Heaven Sitting Down.
Nos anos 60, quando a onda de folcloristas inundava os estados do sul dos Estados Unidos atrás de talentos, Burnside recebeu alguma atenção após ser "descoberto" por um deles, chegando a gravar para o selo Arhoolie. 
Mas foi mesmo em 1992, após suporte de seu velho amigo Junior Kimbrough, também guitarrista, morto em 1998, que Burnside começou a ficar conhecido e nunca mais parou de gravar até sua própria morte em 2005. Todos os seus CDs desse período estão acima da média. Muito do que foi gravado saiu pelo selo Fat Possum, da Living Blues Magazine, a biblia do blues dos Estados Unidos.
O CD Wish I Was In Heaven Sitting Down (2000) foi um de seus últimos trabalhos e onde aparece toda a malandragem e carisma de Burnside. O disco conta com 11 faixas que misturam o som cru que todos esperam dos blueseiros do Mississippi, mas também influencias de R&B - uma das faixas é Chain of Fools, de Aretha Franklin - e blues urbano. 
Burnside abre o CD com Hard Times Killing Floor, de Skip James, com um andamento mais lento, porém mais moderno, adicionando samplers e scratchs o que pode ser ouvido em quase todas as músicas. Os puristas devem ter torcido o narizinho de raiva. MAS FICOU DUCA. Questão de gosto. Pra mim soou bem.
A vigorosa Miss Maybelle, 3º faixa, faz bem à cabeça e aos quadris, principalmente com o copo na mão. Com Steve Mulligan marcando nos couros; Jeff Turnes no baixo e DJ Swamp nos Scratchs.
A 4º faixa dá nome ao CD, Wish I Was In Heaven Sitting Down é um blues tradicional com voz de R.L. Burnside e guitarra de Kenny Brown.
Too Many Ups e Nothin' Man dão a verdadeira dimensão do que é a nova música do tradicional blueseriro do Mississippi: bases fortes e samplers á vontade. Nothin' Man tem um baixo marcante de Jeff Turmes e a gaita de Lynwood Slim que também aparece em Chain Of Fools.
See What My Buddy Done é um tema típico de Chicago e My Eyes Keep Me In Trouble um blues em 4/4 com John Porter mandando brasa no mandolin. 

Foto: David Raccuglia, Fat Possum Records

Comovente é R.L.'s Story, onde o guitarrista fala sobre a morte de dois tios, dois irmãos e seu pai em Chicago, o quer o fez odiar a cidade.Trata-se de um dos temas mais emocionantes do blues, a voz de Burnside é acompanhada pelo contraponto das guitarras de Smokey Hormel e Rick Holmstrom e scratching do DJ Pete B.
A versão brasileira do CD - sim esse disco saiu por aqui em um desses mistérios que só os deuses da  indústria fonográfica podem explicar - traz ainda três faixas bônus: Blakie Mattie com Robert Belfour; Pucker Up Buttercup com Paul Jones e Laugh To Keep From Cryin' com Kenny Brown. 
Torne sua vida melhor, incorpore Robert Lee Burnside a ela.

Músicas
1 - Hard Times Killing Floor
2 - Got Messed Up
3 - Miss Maybelle
4 - Wish I Was Sitting Heaven Sitting Down
5 - Too Many Ups
6 - Nothin' Man
7 - See What My Buddy Done
8- My Eyes Keep Me In Trouble
9 - Bad Lucky City
10 - Chain of Fools
11 - R.L.'s Story

Faixas bônus
12 - Blakie Mattie
13 - Pucker Up Buttercup
14 - Laugh To Keep From Cryin'

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Trupe comemora 8 anos de rua

Com resistência, suor e amor pelo trabalho que realizam, Alan Plocki, Caio Martinez Pacheco, João Paulo Pires, Raquel Rollo e Rogério Ramos transformaram a Trupe Olho da Rua em um dos grupos culturais mais admirados da cidade.

E o final de semana conta com intensa programação. Na quinta-feira, dia 16 , às 12 horas,o grupo apresenta na Praça Mauá, em frente a prefeitura de Santos, o espetáculo Terra Papagalli. A peça conta a história de um degredado do início do século XVI tido como o primeiro rei do Brasil, o Bacharéu Cananéia O texto é de José Roberto Torero e Marcus Aurellius Piementa, mas a daptação é da própria Trupe.
No sábado, dia 18, às 19h30, o Emissário Submarino recebe Pra Lá de Bagdá. Em meio a uma guerra liderada por um rei muito vaidoso, Arbushto II, movem-se personagens tragicômicos, como a rainha, o mestre chinês, o arauto, os soldados e o povo, para quem as consequências de uma guerra se tornam inevitáveis. O espetáculo, apresentado com ironia e muito bom humor, conta com música ao vivo, pirofagia e malabarismos.
A Feirarte, em frente ao Sesc Santos, recebe a Trupe no domingo, dia 19, às 18h30, para mais uma apresentação de Terra Papagalli. A feira fica na praça Caio Ribeiro de Moraes, na Aparecida.
Surgida em 2002, a Trupe nasceu com o objetivo de pesquisar, exercitar e difundir o teatro de rua, suas dimensões artísticas e cidadãs. As referências são a linguagem do palhaço e músicas de bases melódicas e percussivas. O núcleo montou nove peças afeitas à farsa, ao circo, ao épico e ao musical, tendo sete espetáculos em atividade dentro do repertório. Realiza e participa de projetos de circulação pelas periferias de Santos e São Paulo e realizará em fevereiro de 2011 a 2ª Edição da Mostra de Teatro Olho da Rua, contemplada pelo Prêmio Funarte Festivais de Artes Cênicas. É tudo grátis.

sábado, 11 de dezembro de 2010

O gaitista norte americano Bob Corritone fala sobre sua turnê brasileira

Pausa para uma água de coco na praia do Itararé em São Vicente
The blues family as I would define it, would be the world-wide network of blues lovers connected by the commonality of their deep love for blues music. I have often been deeply touched by the "family" connections, as I travel to play various festivals and concerts, both in North America and in Europe. Dave Riley and I recently had the honor to travel to Brazil (or Brasil as it is spelled in it's own country) to do a few concerts. This was our first time in South America and we were greeted with open arms. We were brought over by Adrian Flores, an Argentina born blues promoter, now living in Brazil, with a long resume of blues activity (blues drummer and vocalist, concert organizer, label owner, producer, and former blues radio show host, and blues club owner). Also in Adrian's team was Luciano "Big Mouth" Boca, a fine blues harmonica player, band leader, promoter and an official endorser of the Brazilian harmonica company Hering Harmonicas. Dave and I had two concerts together. Dave was able to stay an additional week and do two additional shows while I returned home for my previous commitment to do a show at the Tempe Center For The Arts.

 Dave Riley em Poços de Caldas
Dave and I flew in on separate flights and met up at the airport in Sao Paulo, Brazil. It was a great coincidence to run into my old friend Teddy Morgan at the airport customs line as we both arrived in the country. It was here we met Adrian, Luciano, and their friend and aspiring harmonica player, Barney Virlei, who would be our driver for a good part of the trip. We had a 3 or 4 hour drive from Sao Paulo to Pocos de Caldas, where our first show would be. The drive involved some sight seeing. We stopped at a wonderful restaurant where waiters would bring skewers of various delicious meats, each with a unique and wonderful flavor. Dave Riley normally does not embrace the cuisine of a foreign country ("Where is the McDonald's?"), but he really took to the the Brazilian dishes. I really enjoyed the popular Brazilian specialty of chicken hearts, which I had never tasted before. At another point on this drive we stopped at a rest area and Dave and I took photos with some little monkeys who were easily persuaded from their tree by the lure of a banana. When we arrived at our destination we settled into our rooms, cleaned up, and had a nice dinner before rehearsing with Adrian Flores for the next night's show. Our first show was at an old train station that had been converted into a venue, and had become the home of a regular community concert series. Luciano Boca's band opened before Dave and I took the stage. Luciano and his son, Pedro Otávio, would later join us as special guests at the end of our set. It appears that the community was really primed for the show as we had a full house and an amazingly warm response. Thanks to Luciano's promotional efforts and to the kind people of Pocos De Caldas. To see the poster for this event click here
 Bob Corritone em Poços de Caldas
The next day started with a trip back to the Sao Paulo airport to catch a flight to beautiful Porto Alegre. This show featured Dave and I in duet stting in a beautiful concert room at a bank that hosts regular jazz and blues concerts. Once again we were treated to an enthusiastic full house. This audience in particular was very blues knowledgeable bunch, with folks eager to purchase our hard to come by American blues CDs. While on the road with Adrian Flores, I was very impressed by his many stories of bringing blues acts to South America. He has promoted tours with Phil Guy, John Primer, Hubert Sumlin, Lefty Dizz, Magic Slim, Eddie C. Campbell, Little Mack Simmons, James Cotton, Billy Branch, James Wheeler and Larry McCray. He played me numerous, priceless recordings from blues artists appearing on his former radio show, as well as some great live concert recordings. He gave me a present of a stack of wonderful CDs from his Blues Special record label including a Little Mack Simmons release that was done just a few months before Mack's passing. Adrian has also recorded a whole CD where he sings blues in Spanish to a traditional Chicago blues backing (Note that the language of Brazil is Portuguese while others country in South Amrican speak Spanish). Adrian really lives the blues and has done this music a greatm service by tirelessly promoting it to the South America people. His contributions are simply amazing.
 Bob Corritone e Ivan Marcio na Harmonica Master em Santos

That was it for my shows, but I opted to take an extra day and a half in Sao Paulo where I would visit my friend Ivan Marcio, another fine Brazilian harmonica player that I met on-line a few years ago through Myspace, and would later meet in person at the Chicago Blues Festival. Ivan has worked and recorded with the Igor Prado Band who currently have an excellent new release out with Lynwood Slim on the Delta Groove label called Brazilian Kicks. Ivan recently released a CD called Chicago Blues Session Vol 1 recorded in the windy city in 2008. He played me some duet sessions he did with Jon McDonald that will be released in a forthcoming CD. Ivan took me around for some nice meals and some coconut milk (straight from the coconut). He also took me to an amazing store in Santos, Brazil, called Harmonica Master. This store is completely devoted to blues harmonica, and while there I met owner Rodrigo Morenno, and music writer Eugenio Martins Jr., who interviewed me for a future article. Ivan Marcio is also an official endorser of Bends Harmonicas, which is yet another Brazilian harmonica manufacturer. While I was at Harmonica Master, I was pleasantly surprised to learn of the many fine blues harmonica players living in Brazil.
In summary, I am now in love with Brazil, for its warm, beautiful people, the great food and culture, and for the blues scene it so joyously supports. Dave Riley and I both had the greatest time, and we are very excited to go back for a festival appearance in July. Obregado (that's thank youin portuguese). To see a photo page of some of the sites of our trip to Brazil click here.
  

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mannish Blog e Harmonica Master fecham o ano com apresentação do gaitista Ivan Márcio em santos




Recém chegado da terra do blues, Chicago, onde foi gravar seu segundo CD, o músico brasileiro toca os temas de seu disco, Chicago Blues Session Vol. 1 e clássicos do blues. O encontro acontece na quarta-feira, dia 15, às 21h30, no Studio Rock Café, no Gonzaga. Abertura é da banda santista Garagem Bluseira.
Ivan Marcio apaixonou-se pela gaita aos treze anos de idade iniciando sua carreira em 1994 com a Bluseiros de Sarja.
Entre 1998 a 2001 foi convidado a participar da Dr. Blues – tradicional banda do ABC paulista, que proporcionou o 1o CD de sua carreira.
Além de diversas participações em faixas de CDs de artistas e bandas brasileiras e internacionais, Ivan Marcio em 2002 passou a fazer parte da Mr. Mojo, lançando seus 2o e 3o CDs.
Em 1999 une-se aos Irmãos Prado e nasce a Prado Blues Band, que se tornaria em 2004 a banda revelação de Blues e pioneira em um estilo musical, o Jump Blues. “A Prado Blues Band é a pós-graduação do Blues brasileiro”, disse Nuno Mindelis ao Diário do Grande ABC.
Em 2006, já com dois CDs no mercado a banda foi convidada por Flávio Guimarães em uma parceria única em seu terceiro CD Flávio Guimarães & Prado Blues Band.
Além de ser referência nacional para músicos visitantes, festivais e grandes eventos é a primeira banda latina a fazer parte do casting do selo norte-americano Pacific Blues de Jerry Hall.
Seu trabalho pedagógico nos cursos de Gaita do Projeto Juventude Cidadã, em São Bernardo do Campo, lhe rendeu elogios de um dos principais nomes do blues norte-americano, Billy Branch, no Festival Internacional de Blues de Santo André em 2006. Ele parabenizou Ivan por difundir a verdadeira história do Blues. Sua formação acadêmica também o auxilia nas diversas oficinas que faz pelo Brasil. 
Currículo: Ivan Márcio já dividiu o palco com artistas nacionais e internacionais, entre eles: Howard Levy, Danny Vincent, Greg Wilson, J.J. Jackson, Eddie C. Campbell, Nuno Mindelis, Donny Nichilo, Steve Guyger, Jammie Wood, Johnny Rover, André Christovam,  Flávio Guimarães, Solon Fishbone, Théo Werneck, Andréas Kisser, Billy Branch, David Honeyboy Edwards, Magic Slim e Rick Estrin.


Serviço:

Show: Ivan Márcio e Banda
Abertura: Garagem Bluseira
Data: quarta-feira, 15 de dezembro
Horário: 21h30
Couvert: R$ 15,00
Endereço: Av. Mal. Deodoro, 110 – Gonzaga – Santos

Realização: Harmonica Master e Studio Rock Café
Produção: Mannish Blog
Apoios: Calango Music e Agência Urbana

sábado, 4 de dezembro de 2010

Bourbon Street recebe essa semana o talento da música cubana Roberto Fonseca


Nesta terça-feira, dia 07 de dezembro, a partir das 22 horas, a partir das 22 horas, o pianista cubano Roberto Fonseca se apresenta no Bourbon Street Music Club em São Paulo.
O músico de 35 anos vem sendo apontado como a nova revelação cubana, o pianista que veio para carregar o legado de grandes nomes do instrumento, entre eles, Damaso Perez Prado, Bebo Valdez, Emiliano Salvador, Alfredito Valdez, Gonzalo Rubalcaba, Ruben Gonzales e tantos outros.
Ele arrancou aplausos da platéia brasileira ao se apresentar com Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo. Agora Robertito Fonseca volta solo ao país, mas com uma excelente banda para mostrar sua música, elogiadíssima em todo o mundo.
Fonseca também lançou, em 2007, o CD Zamazu pelo selo Biscoito Fino, sendo bem recebido por público e crítica especializada. Além de músicos cubanos como a própria Omara Portuondo, Orlando Cachaíto López, Mercedes Cortes Alfaro e músicos de sua banda, o disco conta com as participações dos brasileiros Toninho Ferragutti e Carlinhos Brown.
O jazz é sua maior base de inspiração, mas também é fã de hip hop, drum‘n’bass, funk, boleros, tangos, música africana, brasileira e da música tradicional cubana, interessando-se sobretudo pela improvisação e pela fusão musical presente em seu trabalho.
Nasceu em Havana em 29 de março de 1975 em uma tradicional família de músicos: mãe cantora de coral, irmão mais velho pianista, o outro baterista e o avô percussionista. Interessou-se logo cedo por música, aos quatro anos de idade, inicialmente por instrumentos de percussão, especialmente bateria. Aos oito começou a estudar piano na escola Guillermo Tomas . Aos doze começou a se interessar por música popular, afrocubana e jazz, até formar uma banda e começar a arranjar e produzir, participando de eventos culturais e masterclasses do maestro Chucho Valdés. Em 1990, com 15 anos, começou a participar de festivais internacionais como o Jazz Plaza Internacional Festival em Havana.
Em 1997, ele e o amigo Javier Zabala criaram o grupo “Temperamento”, e em 1998 gravaram o CD En El Comienzo, premiado como o melhor CD de jazz pela feira Cubadisco de 1999.
Entre 1991 e 2001 dedicou-se a trabalhar sua carreira solo, gravando e participando de três discos de funk e rap cubanos.
Ao lado de Ibrahim Ferrer, viajou pelo mundo fazendo mais de 300 apresentações. Com Omara Portuondo, fez turnê no Japão e na Europa e, no Tóquio Jazz Festival, emm 2002. Tocou ao lado de grandes jazzistas norte-americanos, como o pianista Herbie Hancock e os saxofonistas Wayne Shorter e Michael Brecker.

Serviço:
Show: Roberto Fonseca e Banda
Local: Bourbon Street Music Club
Endereço: Rua dos Chanés, 137 - Moema - SP
Preço: R$ 80,00