domingo, 12 de maio de 2024

O Batuta

Quando eu era moleque tinha um truta
Lá na minha rua era o Batuta
Nasceu em um terreiro de macumba
Filho de mãe Celinha e do ogã Araruta

Batuta ele não tinha opinião
Gostava de fumar e ficar doidão 
Na samba era desconsiderado
Tido como um tremendo vacilão 

Cresceu no Marapé bairro de luta
Mas nunca foi chegado na labuta
Foi pego com um revólver na cintura
E uma pacoteira da erva pura 

Depois de passear no camburão
Foi passar as férias na prisão
Onde encontrou a facção
Que anda o dia inteiro com a bíblia na mão

Ja tinha vocação pra sacanagem
Batuta agora diz que é pastor
Não demorou entrou pra politicagem 
Passou a usar o nome de Agenor

Aí vem a eleição endireita o Batuta
Se diz homem de família, patriota e cristão 
Mas renegou Celinha e o Araruta
Elegeu-se mais um filho da puta

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