quinta-feira, 16 de novembro de 2023

O 7º Simpósio Nacional do Samba de Santos acontece em dezembro

 O evento dedicado à memória do samba ocupa a cidade de 1 a 9 de dezembro com rodas de samba, mesas de debate e exposição! Tudo grátis.

Samba da Vela (Fonte: Nego Júnior)

O ritmo que é a identidade do povo brasileiro toma conta de Santos no próximo mês, quando se celebra o Dia Nacional do Samba, em 2 de dezembro. 
Entre 1 e 9 de dezembro a própria cidade será o palco d o evento que reunirá grandes nomes da música em uma programação voltada à preservação, memória e difusão das vertentes do ritmo centenário. 
Serão cinco mesas temáticas de debate, exposição e seis rodas de samba espalhadas em mais de dez diferentes pontos da cidade, que prometem aquilo que a música sabe fazer de melhor: levar arte de qualidade e alegria com acesso livre para todos.
Entre grandes nomes nacionais confirmados estão Nei Lopes, Douglas Germano e Moacyr Luz, que há anos comanda o sucesso do Samba do Trabalhador no Rio de Janeiro. 
A abertura oficial será realizada no dia 1, a partir das 19h, na quadra da União Imperial com a presença do jornalista e historiador J. Muniz Jr, 89 anos, que em 1966 idealizou o evento. 
O primeiro dia terá, após a solenidade, show de Nei Lopes com a Velha Guarda da União Imperial e a Bateria Balanço Verde e Rosa. "O simpósio de Santos teve a finalidade de exaltar o samba como música e coreografia, propor medidas em defesa dos interesses das escolas de samba, bem como a sua organização artística e social e do seu nível cultural”, detalha J. Muniz Jr.
A última edição nacional havia sido realizada em 1982 na cidade de São Paulo. Em 2022 três apaixonados pelo samba tiveram a ideia de retomar o evento e trazer para sua cidade de origem: a produtora musical Nanne Bonny, o músico Mano Jotta e o compositor e sambista Rubens Gordinho. 
No ano passado o evento retornou a Santos numa parceria com o Laboratório de Musicologia da USP, reunindo bambas de sete estados brasileiros, em atividades com enfoque em analisar o presente local e a valorização do samba enquanto patrimônio imaterial da humanidade, como também mapear, registrar e arquivar a história do samba, seus festejos carnavalescos e seus protagonistas.

Moacyr Luz (Foto: Divulgação)

A temática deste ano será A memória está no corpo. “Com a escolha deste tema procuramos explorar o samba como prática cultural que se preserva pulsando no fio da história em gestos, sons, cantos, roupas. Se por um lado o samba, uma cultura negra, sofreu um processo de marginalização e violências, por outro, ele resistiu e celebrou a vida. Por isso, nesta edição, olhamos para o samba não só como um ritmo, mas como uma forma de viver no mundo”, detalha a produtora Nanne Bonny.
O 7 º Simpósio Nacional do Samba tem chancela da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, tendo sido contemplado no Proac. Apoio: Prefeitura de Santos, Sesc-Santos, Lamus – USP, Unifesp, Parque Balneário Hotel, projeto Memórias do Samba Santista e Instituto Histórico e Geográfico de Santos.

O link da programação das mesas de debate esá em:@simposiodosamba 

Segue a programação:

Dia 1 (sexta-feira)
19h – Mesa de Abertura Solene
21h30 – Roda de Samba com Nei Lopes, Velha Guarda da União Imperial e a Bateria Balanço Verde e Rosa
Local: Quadra da União Imperial

Dia 2 (sábado)
06h – Alvorada do Samba e Exposição “60 anos de Dia do Samba”
Local: Quilombo do Pai Felipe

13h – Roda de Samba com Samba da Mangueira e Convidados, Memórias do Samba Santista e Macaco Velho.
Local: Lagoa da Saudade

Dia 3 (domingo)
17h – Roda de Samba com Samba de Terreiro de Mauá, Bateria Ritmo Perfeito da Unidos da Zona
Noroeste e Samba da Vela.
Local: Quadra da Unidos da Zona Noroeste

Dia 7 (quinta-feira)
21h30 – Roda de Samba com Moacyr Luz, Macaco Velho e Velha Guarda da X-9;
Local: Quadra da X-9

Dia 8 (sexta-feira)
18h – Roda de Samba com Lazir do Jongo da Serrinha, Coletivo Ojú Obá e Bateria Mocidade Independente de Padre Paulo.
Local: Quadra da Mocidade Independente de Padre Paulo

Dia 9 (sábado)
A partir das 15h – Roda de Samba com Ouro Verde, Sandrinha da X-9 e Douglas Germano.
Local: palco do projeto cultural Chorinho no Aquário Ponta da Praia

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Guararema Jazz e Blues Festival - 3º dia - 10/06/2023

Fui hospedado em Mogi das Cruzes, a 25 km de Guararema, e para chegar ao palco pegava uma estradinha sinuosa que ligava as duas cidades, escura, de mão dupla e... cheia de radares. Claro que eu tomei uma multa. O que não chegou a estragar a vibe, já que a notificação te acha em casa só um mês depois. Por ser a primeira edição, o Guararema Jazz e Blues Festival estava muito bem produzido. Não houve pontos abaixo da média. O som estava bom, a equipe sabe trabalhar, trocandoo o palco muito rápido, a recepção foi de primeira. A cidade de Guararema é muito charmosa. Teve uma hora lá que eu estava conversando com um coroa empolgadadíssimo com a farra toda e só depois fui descobrir que era o prefeito da cidade. O secretário de cultura da cidade é do ramo, o cantor Mateus Sartori. Talvez por isso a qualidade do festival. Exemplo que devia ser seguido por todas as cidades. Espero voltar em 2024. Captei Hamilton de Holanda Trio e Alabama Mike e Simi Brothers em ação. 








Show de Hamilton de Holanda Trio










Show de Alabama Mike e the Simi Brothers

 

Guararema Jazz e Blues Festival - 2º dia - 09/06/2023

Estava eu quieto na minha casa quando o Jefferson Gonçalves - ele mesmo, o gaitista -  me ligou perguntando se não poderia fazer a produção de duas bandas que iriam tocar na primeira edição do Guararema Jazz e Blues Festival. Explico, ele próprio estava escalado para o trabalho, mas iria tocar em outro festival nos mesmos dias, o Rio das Ostras Jazz e Blues Festival. Eram os shows da Laretha Weathersby com a banda do Bruno Marques, guitarrista lá de Belo Horizonte e Alabama Mike com a galera dos irmãos Simi, de Jacareí. Claro que eu aceitei, além de ganhar uma grana, aproveitei pra fazer as fotos que seguem abaixo e ainda participei da primeira edição desse que promte ser um grande festival do circuito. Cheguei no segundo dia do festival 09/06/2023 e capturei imagens da banda de Chico Pinheiro e da Laretha.








Chico Pinheiro e Banda














    
Laretha Weathersby e Bruno Marques Blues Band

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Shemekia Copeland é a grande vencedora do Living Blues Awards 2023

Há 30 anos a Living Blues Magazine realiza uma votação entre os críticos de música e seus leitores para eleger os melhores músicos e os melhores trabalhos do mundo do blues.
Os resultados são divulgados não para balizar a cena musical, ao contrário, essa revista tradicional que está com 52 anos de vida sempre lutou para dar visibilidade ao blues, estilo fundador da música norte-americana.
A votação é aberta e acontece anualmente e o resultado foi divulgado recentemente.
A lista pode servir como revelação aos novos curtidores do blues, mas também como guia para quem já acompanha cena há muitos anos como eu.

Eleita como a melhor artista de blues e pelo melhor álbum de blues contemporâneo pela crítica especializada e artista de blues do ano e melhor cantora pelos leitores da revista, Shmekia Copelando foi o destaque do Living Blues Awards 2023. O produtor Will Kimbrough tembém levou a melhor por  Done Come Too Far, pela Alligator (Foto: Brad Elligood)

Votação da crítica
Artista de blues do ano (homem)
John Primer

Artista de blues do ano (mulher)
Shemekia Copeland

Melhor cantor/a
Irma Thomas

Melhor guitarrista
Christone “Kingfish” Ingram

Melhor gaitista 
Charlie Musselwhite

Melhor tecladista
Kenny “Blues Boss” Wayne

Melhor baixista 
Bob Stroger

Melhor baterista 
Kenny “Beedy Eyes” Smith

Melhor sopro 
The Texas Horns

Melhor instrumentista (outros)
Shardé Thomas (Fife)

Melhor preformance ao vivo
Bobby Rush

Retorno do ano 
Jimi “Prime Time” Smith

Artista que merece atenção
Dylan Triplett

Melhores álbums de 2022
Album of the Year

Diunna Greenleaf
I Ain’t Playin’
Little Village Foundation

Melhor lançamento de blues contemporâneo
Shemekia Copeland
Done Come Too Far
Alligator

Melhor lançamento de blues tradicional/blues acústico
Taj Mahal & Ry Cooder
Get on Board
Nonesuch

Melhor lançamento de blues/soul
Trudy Lynn
Golden Girl
Nola Blue

Melhor álbum de artista estreante 
Dylan Triplett
Who Is He?
VizzTone

Melhor relançamento/gravações antes da 2ª Guerra 
Tampa Red
The Guitar Wizard: The Tampa Red Collection 1929–53
Acrobat 

Melhor relançamento/gravações depois da 2ª Guerra
Elmore James
The Sky Is Crying: The Ultimate Collection
Sunset Blvd

Melhor livro de blues de 2022
The Blues Dream of Billy Boy Arnold
By Billy Boy Arnold with Kim Field
University of Chicago Press

Produtor do ano/lançamentos
Will Kimbrough
(Shemekia Copeland – Done Come Too Far – Alligator)

Produtor do ano/relançamento 
Bill Dahl
(Elmore James The Sky Is Crying: The Ultimate Collection – Sunset Blvd)

Dylan Triplett - Um artista para se ficar de olho. (Foto: Eugênio Martins Jr)


Votação dos leitores
Artista de blues do ano (homem)
Christone “Kingfish” Ingram

Artista de blues do ano (mulher)
Shemekia Copeland

Melhor guitarrista 
Buddy Guy

Melhor gaitista 
Charlie Musselwhite

Melhor tecladista 
Marcia Ball

Melhor performance ao vivo 
Buddy Guy

Melhor cantor/a
Shemekia Copeland

Melhor álbum de 2022 (lançamento)
Buddy Guy
The Blues Don’t Lie – RCA
Silvertone

Melhor álbum de 2022 (gravação histórica)
Elmore James
The Sky Is Crying: The Ultimate Collection
Sunset Blvd 

Melhor livro de 2022
Further on Up the Road: Traveling to the Blues
By Martin Feldmann
Self-published

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

R.L. Boyce morre aos 68, mas o som do Mississippi ainda vive

R.L. Boyce

A cidade de Chicago hoje é conhecida como a Meca do blues nos Estados Unidos. A identificação com o som elétrico criado por Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Willie Dixon, Otis Rush, Magic Sam e tantos outros é muito forte nos corações e mentes dos fãs. E isso não vai mudar.
Mas o lugar onde esses malandros nasceram e forjaram sua música ainda existe. O Mississippi ainda está lá, tá ligado? 
Se Chicago é a terra onde o blues ficou popular, o estado do Mississippi é a terra onde o blues nasceu, cumpadi. 
Onde ainda se toca o blues cru, com instrumentos elétricos, sim com certeza. 
Mas com levadas hipnotizantes, versos tirados da vida, cantados e tocados por nomes desconhecidos, assim como as marcas de moonshine e o bourbon locais.
Onde ainda há James Super Chikan, Big A & AllStars e Cedric Burnside. 
Onde T Model Ford, R.L. Burnside (avô de Cedric) e recentemente R.L. Boyce viveram e morreram sem o reconhecimento devido.
Roberto Boyce tinha o estilo parecido com seu padrinho, Robert Lee Burnside. E assim como ele, gravou tarde e pouco. 
Começou na bateria nos anos 60 acompanhando Otha Turner, mas se encontrou na guitarra, vindo a gravar somente em 2013. 
Ain’t The Man’s Alright, seu álbum inaugural, conta com Cedric Burnside, Luther Dickinson e Calvin Jackson (também um Mississippiano).
Seu segundo álbum, Roll and Tumble, lançado em 2017, inclui a dupla de bateristas, pai e filho, Cedric Burnside e Calvin Jackson. O álbum foi produzido por Luther Dickinson do The Black Crowes e North Mississippi Allstars, e David Katznelson. Foi indicado ao Grammy 2018 na categoria Melhor Álbum de Blues Tradicional.
Boyce ainda lançou os explosivos Rattlesnake Boogie e Anin't Gonna Play Too Long, tudo pela Waxploitation, tudo em 2018.
R.L. Boyce morreu aos 68 anos, dizem, de câncer no pulmão após ums longa batalha.