Prefeitura de Itanhaém e Mannish Boy Produções reúnem 12 atrações para o primeiro festival de blues de 2022. O cast conta com os veteranos Sérgio Duarte, Mauro Hector e Big Chico, mas também com novos nomes da cena, Filippe Dias, Pedro Bara e Carla Mariani
Sérgio Duarte
A partir desta sexta-feira, dia 14 de janeiro a cidade de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo vai se transformar na capital do blues do Verão Paulista. Uma parceria entre a prefeitura e a Mannish Boy Produções vai levar a nata do blues nacional ao Estação Blues, festival que receberá 12 shows.
O projeto será realizado na Rua Cesário Bastos, um dos pontos históricos de Itanhaém,. em frente a antiga estação ferroviária, espaço revitalizado em 2021, tendo como um dos principais objetivos de sua revitalização a criação de um novo espaço de eventos.
"Estação Blues, surge com objetivo de diversificar a programação cultural de verão do município, valorizando os pontos turísticos, e incentivando o turismo de eventos em Itanhaém”, afirma o Diretor de Cultura Tony Sheen.
Os shows do festival de verão acontecem às sextas e sábados, sempre a partir das 20h, entre os dias 14 de janeiro e 5 de fevereiro, com acesso gratuito.
Confira a programação completa:
14/01 – 20h – Big Chico
15/01 – 20h – Carla Mariani
21h30 – Mauro Hector Trio
21/01 – 20h - Boogie Duo (Kadu Abecassis e Fabiano Guedes )
Roosevelt Collier - Rio das Ostras Jazz e Blues 2021 - Palco Costazul
Texto e fotos: Eugênio Martins Júnior
A forma como Roosevelt Collier fala contrasta com a forma como ele toca sua lap steel. No trato, Collier, o grandalhão de calça jeans, camisa de flanela e boné, é maneiro, fala baixo, é bem humorado e educadíssimo. Quase um hippie.
No palco, o cara se transforma. Ele e banda tocam alto. Bem alto. Muito alto mesmo.
A própria estrutura do seu instrumento, feito de corpo e cordas de aço, ajuda. Somado a isso, decibéis e mais decibéis em amplificação e o estrago está feito.
Essa foi mais uma entrevista coletada na edição de 2021 no festival de Rio das Ostras. Perdi o primeiro show de Collier no palco da Lagoa de Iriry, mas assisti o segundo, no Costazul. O show teve ainda a participação do Eric Gales pra acabar de deixar todo mundo surdo de vez.
Nascido e criado dentro de um igreja batista e sulista como integrante da banda Lee Boys, Roosevelt Collier se tornou um dos grandes sliders do sul dos Estados Unidos.
Para quem não sabe, slider é aquele músico que toca um instrumento de corda qualquer, deslizando um aparado de aço ou vidro pelas cordas. E isso é bem legal. Os malacos do velho blues do Mississippi que começaram com essa história, Blind Willie Johnson, Casey Bill Weldon, Tampa Red, Blind Willie McTell, Charlie Patton, Blind Boy Fuller e o grande Leadbelly.
Parece que estamos contando uma história antiga, mas não é isso. Nesse estilo musical, as habilidades atravessam as gerações o que permite sua “lapidação” e, como consequência, sua evolução.
Somente em 2028 Collier lançou seu primeiro e excelente álbum, Exit 16, um petardo com 10 musicas autorais produzido por Michael League, fundador da banda Snarky Puppy, com quem Collier já havia trabalhado no projeto Bokanté – A World Music Star Band.
Eugênio Martins Júnior - Você declarou que acredita que a música tem o poder de tocar e curar as pessoas. John Lee Hooker gravou um álbum chamado The Healer com esse mesmo sentido. Gostaria que falasse sobre esse poder do blues.
Roosevelt Collier – Antes de qualquer coisa. Obrigado. Minha música vem de uma origem espiritual. Eu sou da igreja. Para mim a música sempre será feita para tocar o coração de alguém. Ajudar a alimentar as mentes. Ajudar a fazer bem. Ajudar o poder de cura que cada um tem. A música pode ser muito poderosa se você souber canalizar essa energia. Transmitir esse poder para o seu público. Seu instrumento sua voz. Veja, se alguém do público estiver em um dia ruim, talvez dentro daquela hora que esteja escutando minha música eu posso fazê-lo esquecer os problemas. Essa pessoa vai desfrutar somente da música. Essa é minha missão.
EM - É por isso que o teu apelido é The Dr?
RC – (Risos) Sim! Cara! Bem, como muitos de meus fãs me chamam de The Doctor desde o começo, desde o tempo que eu tocava na banda da família The Lee Boys. Remonta de um festival na Flórida, em 2005. Alguns da plateia gritavam: “Playing for me Doctor. Heal me Doctor”. E eu não fazia ideia do que era aquilo. Com quem eles estavam falando? Mas em todo festival aquilo continuou. E o pessoal da banda disse que eles estavam falando comigo. Foi assim que o apelido apareceu.
EM - Como foi a sua infância musical passada na igreja?
RC – Passei toda a minha vida dentro da igreja. Nasci e cresci em uma grande família e todos tocam ou cantam. Meu avô era um pastor, um líder em uma igreja. E todos os seus filhos eram da música. Minha mãe cantava. E meus tios me ensinaram música e a todos os meus primos. Então, passei toda a minha infância na igreja aprendendo como tocar a lap steel.
EM - Foi lá que você teve contato com a lap steel. Fale sobre esse instrumento, pouco conhecido aqui no Brasil.
RC – Bom, espero poder voltar e introduzir esse instrumento no Brasil. Trazê-lo às escolas para as crianças. Ensinar a tocar, a ouvir. É isso que eu faço. Adoro tocar e levar a música nas escolas locais. Esse instrumento é originário do Havaí.
EM - Li que SRV foi a sua primeira influência da guitarra. Mas existem grandes sliders como Earl Hooker, Elmore James, Dickey Betts e Duane Allman. Gostaria que falasse sobre essa grande escola. Você se sente parte dela?
RC – Cara, você fez uma boa pesquisa. Quando estava no ensino médio meu amigo Andy Cole, que era um jovem blueseiro, fã de BB King. Ele me deu uma fita onde estava escrito SRV e falou para eu ouvi-la. E o cara da fita arrasava. Eu perguntei o que SRV significava. Meu deus! Ele me introduziu ao blues. Mas isso foi natural porque o gospel e o blues são bem parecidos. Tocávamos a mesma coisa na igreja. Então, esses caras já tocavam slide em suas próprias igrejas. Veja, a nossa igreja teve origem em 1903. E a steel foi introduzida em 1930.
The Dr e Eric Gales
EM – Os Allman Brothers, Dickey Betts, Derek Trucks, todos vieram do sul.
RC – Sim, eles são da Georgia. Nossa igreja é baseada no sul. É muito profundo. Eu já toquei com o Greg e o Allman Brothers. Não conheci Betts e nem Duanne, mas sou fã de ambos. Derk Trucks é o cara. Para aa nossa geração ele é o rei da slide.
EM - Florida não é exatamente um estado com tradição no blues como o Mississippi ou Tennesse. Mas há um forte segregacionismo que faz com que o blues e gospel ganhe contornos de música de resistência. Poderia falar sobre isso?
RC – Há uma coisa que preciso te dizer. As pessoas não conhecem a Flórida. Existe muito blues na Flórida. Ela faz parte do sul profundo. Não é tão conhecido quanto o Mississippi. É claro que o blues desses lugares que você citou é mais conhecido. Mas um dos juke joints mais antigos está na Flórida, em Tallahassee, o Bradfordville. É claro, as pessoas de fora não o conhecem. Mas ele sempre esteve lá. Estou feliz em te dizer essas coisas.
EM – Eu também, aprendo muito com essas entrevistas.
RC – Tenho de lhe dizer uma coisa. Eu agradeço por poder essas perguntas e poder divulgar a nossa música. Para mim, vir ao Brasil e tocar é uma grande coisa.
EM – Exit 16 traz uma grande mistura de ritmos. Muitos muito grooves, mas o Hammond traz a atmosfera da igreja. Gostaria que falasse sobre isso.
RC – Exit 16 é meu primeiro disco. É quem eu sou. De onde venho. E para onde vou. Minha raiz é a música gospel. O Hammond é muito presente nesse álbum, ele ressalta a minha voz. Ele dá o som orgânico que eu preciso. Muito groove, com um som gospel, mas não o gospel tradicional. Tudo nesse disco foi feito da forma mais crua e pura que conseguimos.
EM - Você fazia ideia que existia uma cena de blues brasileira?
RC – Bem, sabia que na América do Sul havia pessoas que tocavam blues, especialmente no Brasil. Já havia ouvido falar e até conheci alguns músicos. Não lembro os nomes. Mas eles tocavam blues muito bem. Não conhecia da cena no país. Estou totalmente surpreso com esse país. Preciso voltar mais vezes e explorar melhor o Brasil. A cena musical local. Tocar com as pessoas daqui. Vocês têm um povo maravilhoso aqui que eu quero conhecer mais.
Os navegadores do passado se orientavam pelo azimute em suas grandes jornadas pelos mares do planeta, sempre baseados no horizonte à frente.
Isso nem sempre garantia uma viagem tranquila, pois, como diria o poeta, “o mar da história é agitado”.
O caminho traçado pelo Azymuth, grupo brasileiro de jazz criado no começo dos anos 70 por Roberto Bertrami (teclado), Alex Malheiros (baixo) e Ivan Conti (bateria), compreende um mar de histórias, entre perdas e glórias.
Desde o começo glorioso e a parceria com Marcos Valle que valeu o nome ao grupo, às excursões e gravações com a nata da música brasileira ao longo das décadas seguintes, Clara Nunes, Hyldon, Tim Maia, Airto Moreira e Flora Purim.
Com a primeira perda de um integrante, Bertrami, no final dos anos 80. E a segunda, Malheiros uma década depois.
À glória dos anos 90 com o reconhecimento pelas bandas gringas da nova onda de acid jazz – Jamiroquai, Incognito e Brand New Heavies – pelo trabalho pioneiro do Azymuth, este sim, especialista em fundir o nosso jazz com o deles. É fusion que diz?
Também nessa época, muitos DJs internacionais seguiram as manhas do Azymuth em suas próprias jornadas, criando sons e amealhando plateias ao redor do planeta.
À volta por cima com a banda completa novamente gravando a fazendo shows até a perda definitiva de Bertrami em 2012.
À entrada de Kiko Continentino (teclado) trouxe a brisa marítima de volta ao som do grupo.
E foi em frente ao mar, na praia de Costazul, que assisti à incrível apresentação do Azymuth com o DJ Nuts no festival de Rio das Ostras, em novembro de 2021. Segundo Malheiros, eles não haviam nem ensaiado para esse show.
Com meio século de história, o Azymuth tem essa capacidade, a de reunir uma plateia de jovens.
Percebi que após o show, toda uma galera que estava na frente do palco saiu dali para falar com o Mamão, o Alex e o Continentino. Inclusive, músicos de outras bandas que estavam ali, hipnotizados, assistindo o show no cockpit, integrantes da banda do Jon Cleary e Delvon Lamarr
Essa entrevista ocorreu no dia seguinte ao show. No café da manhã da pousada onde eu e o Alex estávamos hospedados.
Eugênio Martins Júnior – O que achou do show de ontem?
Alex Malheiros – Foi uma volta retumbante. Gostei muito. Foi a primeira vez que a gente tocou após todo esse tempo de pandemia. A gente fazia as coisas em casa, mas não é a mesmo coisa. Com público é outra coisa. Quanto mais com um público bacana. Só tenho a agradecer.
EM – Quantos ensaios precisaram pra voltar à velha forma?
AM – Esse era o nosso problema. Não tivemos ensaio. Passamos só uma música, eu na minha casa, o Kiko Continentino e o Mamão, à distância. A trilha não fica certinha, mas deu pra fazer. E acabou que não a tocamos. Fomos lembrando as músicas e tocando. Iníciamos numa boa e no meio do show já estava ótimo.
EM – Hoje estão todos no Rio?
AM – Não exatamente. Eu moro em Niterói, na região oceânica, que é em frente a Cobacabana. O Mamão mora num lugar mais perto de Rio das Ostras que é um lugar chamado Saquarema. Lá é o lugar do surf e do volei.
EM – O Azymuth é uma banda que surgiu no final dos anos 60 e começo dos 70 no Rio de Janeiro, quando ainda era chamada de cidade maravilhosa. Esse Rio de Janeiro ainda inspira vocês a fazer essa música ou está muito barra pesada.
AM – Tá barra pesada. O Rio de Janeiro é outra coisa. Mesmo morando em Niterói eu saí garoto para tocar nas boates do Rio, no Beco das Garrafas. E veio a turma de Minas, o Milton Nascimento, o Wagner Tiso, Pascoal Meireles. Éramos todos da mesma idade. Era outra coisa, a gente trabalhava até as quatro da manhã em uma boate, em outra, uma escola. Dava pra andar, por lá. O estado do Rio de Janeiro caiu muito. Com o aumento da densidade demográfica é normal que isso aconteça, é no mundo todo. Não há muito saída.
EM – A saída é a condição de vida melhorar para todos e não só para alguns.
AM – É o que que gente sempre espera e não acontece. O Brasil tem um potencial maravilhoso e fica na mão das pessoas de qualquer maneira. Tanto de um lado quanto do outro as pessoas aproveitam. Já é uma tradição desde o Império. A dilapidação da nossa riqueza. Respeito Portugal, é lindo, maravilhoso, mas o nosso ouro foi embora. Mas a gente não vive de ouro. A gente vive de esteio, de segurança, compartilhamento, e isso foi acabando. Eu sou um socialista por natureza, de coração. Fui para a França e fala: “Viva l',anarchie!”. Meu sogro me falava pra não falar aquilo. Como não? É como os índios vivem. Em completa união. Tem o chefe, mas ele é o tutor e não o mandatário. Não é o coronel.
Ivan "Mamão" Conti
EM – Nem o capitão.
AL - Nem o capitão. Capitão é pouco. Três estrelinhas. Eles têm essa onda, né? “Ah eu sou mais do que você”. Como é que você é mais do que um cientista que descobre as vacinas? É muito duro, na idade que estou, passar por um mundo desse. Meu pai já falava que não conseguia ver melhora. Eu já passei da idade dele e será que não vou ver? Ontem a Marieta Severo na televisão disse “Será que eu, com a minha idade, ainda vou ver a coisa ficar bacana novamente?”
EM – Podemos voltar na política daqui a pouco. O Azymuth parou um tempo, até pela sua saída. E nos anos 90 um movimento de da bandas européias de acid jazz colocou o nome do Azymuth em evidência novamente. Vocês voltaram e não pararam mais. Gostaria que falasse sobre isso.
AM – Foi muito bom ser reconhecido pelos DJs jovens. O pessoal que conhecia o Azymuth desde garoto. A data de 1975 foi do primeiro disco, mas a gente havia feito muitas outras coisas. O nome vem do disco do Marcos Valle, era dele, mas na verdade era Orquestra Azymuth. Era um conjunto de estúdio. Nós nos apropríamos do nome, numa boa. Pedimos à gravadora, como se o Marcos fosse o nosso padrinho. Quando chegou nos anos 90 essas gravadoras indie e os DJs adotaram o Azymuth novamente. Porque tem uma liguagem fácil. É bom de samplear. Os caras se apaixonaram. Essa tendência fez com que fossemos conhecidos por cada vez mais jovens. Ontem eu fiquei impressionado. Ontem o Stênio, o produtor do festival chamou a nossa atenção para o público de jovens que estava lá na frente. Nós já estamos vendo isso há um tempo. Chegamos na França em 2016 e já havia um pessoal jovem esperando a gente em uma boate famosa, a New Morning. E eles cantavam!
EM – Você diz que é simples mas quando vocês começam a quebradeira não é bem assim.
AM - (risos). A irmã do Kiko que mora na Alemanha diz que é uma música xamânica. É verdade, a gente está sempre puxando coisas do astral. O lance espiritual, transcendental. Tem gente que não acredita. Mas isso é muito bom para o Azymuth.
EM - Ontem eu estava na frente do palco fotografando e vi muitos jovens chegando ali, mas logo após o show terminar muitos foram embora. Ou seja, eles estavam ali só por causa do Azymuth.
AM – Isso é muito legal. Ontem encontramos com o baterista norte-americano, de New Orleans, que já conhecia o Azymuth. E ficou ali reverenciando o Mamão. Isso é importante porque o tempo fez com que a coisa não morresse.
EM – Como surgiu a ideia de chamar o DJ Nuts?
AM – Já havíamos tocado com ele. Nos encontramos nos Estados Unidos em um festival em Los Angeles. De lá para cá fizemos várias coisas.
EM – E essa procura pelos DJs e gravadoras abriram as portas para o Azymuth na Europa?
AM – Com certeza. Na verdade nós já tínhamos discos internacionais, lançamos nos Estados Unidos, Japão, pela Fantasy, famosa no cenário jazzístico. As músicas do Azymuth não são complicadas, já li críticas importantes que a nossa música é simples, mas especial. Entendeu? É única, nossa. E gostamos de dar essa oportunidade de todos usufluirem dessa simplicidade.
Kiko Continentino
EM - O quê a entrada do Kiko Continentino acrescentou ao Azymuth?
AM – A linguagem é a mesma, mas trouxe algumas novidades. Eu e Mamão somos de uma época diferente. Começamos nos anos 60 e ele começou a estudar o que a gente fazia, mais as coisas naturais da época dele, nacionais e internacionais. E como todo jovem assimila as coisas com muita facilidade. Quando éramos jovens nós também procuramos nosso espaço, por isso fomos parar na bossa nova.
EM – Voltando a falar sobre o Brasil, estamos tentando retomar a vida, mesmo com essa tragédia que está acontecendo, cinco milhões de mortos pela Covid-19 ao redor do mundo e mais de 610 mil no Brasil. O brasileiro não contou com nenhum apoio do Governo Federal. Como você analisa essa situação? E também como vê o tratamento do governo com a cultura?
AM – Os caras não se importam com o outro. A cultura pra eles não existe. Acho que temos de respeitar todas as opiniões. Como disse antes, tem a ver com o anarquismo, de envolver a tudo e a todos, de não ter um chefe. A vida é tão curta. Ontem mesmo perdi um amigo, um jornalista com 55 anos. A gente fica triste de ver tantas perdas. O mundo mudando totalmente. Era para o ser humano ter aprendido tanta coisa, mas ainda não alcançou esse momento sublime, o de entender que tem de haver uma harmonia. O homem não precisa de ninguém mandando nele, dessa hierarquia. Isso é coisa do passado. Com todo o respeito à esquerda, direita, centro, todos almejam o poder. Isso é muito triste no ser humano, ser poderoso. “Eu sou o poder”.
EM – Como estão as composições novas?
AM – Mexo muito com tecnologia, estúdio, conheço alguma coisa. A minha filha que é cantora me ajuda. Ela já tem um nome lá fora, aqui ninguém conhece, Sabrina Malheiros.
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Produtor cultural, criador dos Projetos Jazz, Bossa & Blues, Clube do Blues de Santos e Jazztimes. Jornalista formado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Santos. MTB - 33.533
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