quarta-feira, 24 de junho de 2020

O uivo do lobo solitário Edvaldo Santana nas noites de isolamento

Edvaldo Santana, o lobo solitário

Texto: Eugênio Martins Júnior
Fotos: Divulgação ES

Letras que nos levam aos campos floridos do interior do país (Jataí) ou aos campos de futebol, tema recorrente de suas histórias. Mas também a lugares sombrios, onde habitam os exploradores da fé e do erário público (“O mandatário perguntou quanto é que eu custo...”).
É blues, soul, sampa e protesto. Guitarra de corda de aço e  gaita diatônica lado a lado com a viola caipira, o violão de nylon e a sanfona. A música de Edvaldo Santana é o amálgama de tudo isso.
Não adianta esse cara aí do poder querer nos tutelar. É ouvindo Jacob do Bandolim, Pixinguinha e Edvaldo Santana que reforçamos e reafirmamos quem somos: brasileiros.
E se a gente quer fumar um beck, a gente fuma. Se quiser tomar uma pinga a gente toma: (“Um beck, uma pinga, Jacob e Pixinga”).
Versos abusados de quem é nascido e criado na maior cidade do Brasil, ouviu e viveu suas histórias desde jovem, lá na perifa, em São Miguel. Edvaldo Santana é de São Paulo.
A amizade com Tom Zé o aproximou nos anos 70 ao maior número de malucos beleza por metro quadrado do país. Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Eliete Negreiros, Vânia Bastos, Ná Ozzétti e os grupos Rumo, Premeditando o Breque, Língua de Trapo e Patife Band. Artistas geniais e fora de qualquer enquadro.
Como uma enxurrada de verão descendo a rua Teodoro Sampaio, e quem já foi pego em cheio por uma dessas sabe do que eu estou falando, a “vanguarda paulista” apareceu arrastando tudo o que via pelo caminho até parar no teatro Lira Paulistana, onde fez abrigo. Assim como no Sesc Pompéia, que mais tarde também seria o refúgio das bandas punks de São Paulo.
As grandes TVs não deram muita bola para o “movimento”.  Conheci todos esses caras, inclusive o Edvaldo, por causa da TV Cultura de São Paulo, já nos anos 80.
Após participar de algumas coletâneas independentes, o álbum Lobo Solitário, primeiro solo de Edvaldo Santana, lançado em 1993 pelo selo Camerati, tornou-se um marco na carreira do bardo e da discografia nacional. Bons blues como a faixa título, com uma slide insitente, o blues dançante Consulta (“quem não tem suingue não tem nada”); Muito Prazer, um slow da pesada e outros. Além das parcerias com Tom zè, Paulo Leminski e Arnaldo Antunes.
Ao londo das décadas 1990/2000, Edvaldo vem gravando discos independentes que descrevem dois lados do mesmo Brasil, o de beleza calma e bucólica do interior e o da tumultuada e angustiante vida urbana: Tá Assustado? (1995), Edvaldo Santana (1999), Amor de Priferia (2003), Reserva da Alegria (2006), Jataí (2012) e Só Vou Chegar Mais Tarde (2016).
Essa entrevista, realizada em meio à pandemia de Covid-19, fala sobre tudo isso. Se Jesus não manda recado, Edvaldo manda.  


Eugênio Martins Júnior – Como foi a tua infância musical?
Edvaldo Santana – Nasci e fui criado num bairro chamado São Miguel Paulista, periferia zona leste de São Paulo, filho de pais nordestinos que vieram como a maioria dos migrantes tentar mudar a vida na grande metrópole paulistana. Minha infância foi muito interessante pra formação musical, meu pai cantava e tocava violão com os amigos em casa nas horas de folga e gostava de ouvir Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Pixinguinha,  Waldir Azevedo, também trazia os livretos de literatura de cordel que ele adorava.  A influência da música brasileira foi fundamental, naquele momento, nos anos 60. No radio você ouvia de tudo, Roberto Carlos, Gilberto Gil,  Teixeirinha, Caetano Veloso, Altemar Dutra, Tonico e Tinoco, entre outros. A televisão estava começando e a música popular era seu carro chefe. Programas como O Fino da Bossa, de Elis Regina e Jair Rodrigues; Show em Simonal, Jovem Guarda, Tropicalia, os Festivais de Música, que possibilitavam ao público conhecer a diversidade e a beleza da nossa canção. E ainda tinha o som  que vinha de fora, Woodstock, Beatles, Rolling Stones, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Santana, Ray Charles. Posso dizer que fui privilegiado na formação musical, na infância e na pré-adolescência.

EM – E quando começou a tocar profissionalmente?
ES – Em São Miguel Paulista temos um grande artista que se destacou no cenário nacional, o Antonio Marcos. Todo jovem que gostava de música queria ser como ele, artista famoso que cantava na TV e no rádio, com dinheiro, mulheres, carrões, aquela ilusão da maioria do povo na periferia. Logo cedo fui aprendendo a tocar violão como auto-didata, quebrando as cordas do Gianinni do meu pai. Cantei em circo, salões de igrejas, na escola formei um grupo para participar de festivais estudantis chamado Caaxió, nessa época, com 15 anos, trabalhava numa fábrica de brinquedos chamada Mimo que ficava entre o Brás e a Mooca, acordava três e meia da manhã, pra chegar as seis no serviço. Comecei a perceber que a vida estava muito difícil e que eu podia, juntamente com os amigos, tentar viver da música que criava. Já havia ganho alguns festivais, coincidentemente o mestre Tom Zé estava precisando de uma banda para acompanhá-lo num show na cidade de Assis (SP). Foi aí que começamos a viver profissionalmente, larguei a escola, a fábrica e fomos fazer uma temporada no teatro de Arena que era dirigido por Luiz Carlos Arutin. Em 1975 fomos contratados pela gravadora Chantecler e o nome da banda virou Matéria Prima, gravamos um LP e em seguida um compacto simples. Já pela CBS, nos apresentamos na TV, nos programas Fantástico, Almoço com as Estrelas, Flávio Cavalcante, entre outros. Com vinte anos já conhecía um pouco da vida de ser artista no jet set, descobri que tudo tinha preço que aquela vida de sonho de ser pop star era apenas uma ilusão, agradeço muito os desenganos, pois entendi que precisava aprender a cantar, tocar, escrever, aprimorar os dons que me foram doados. Era necessário lapidar, depurar aquele diamante bruto pra não me tornar  apenas mais um produto descartável na vitrine da indústria cultural. Os sentimentos teriam que prevalecer sobre o mercado. O pato rouco aprendeu que o bagulho é louco, que o jabá existe, e voltou pra São Miguel cantando pro Brasil com humidade e sabedoria. Afinal, a história da nossa música passa por Noel Rosa, Cartola, Raul Seixas, Chico Buarque e voce não pode deixar a peteca cair, tem que manter o alto nível para as gerações que estão chegando entender a importância da música e da arte nas nossas vidas.

EM – Poderia falar sobre o Movimento Popular de Arte que chegou a lançar um disco em 1985, auge do underground paulistano com compositores geniais.
ES – O MPA - Movimento Popular de Arte foi fundado no final de 1978 e teve atividades intensas até o final de 1985. É o primeiro agrupamento de diversos artistas e interessados na cultura, criado na periferia de São Paulo. Entre seus objetivos estavam a criação de espaços no bairro que fossem utilizados na formação de novos artistas, potencializando suas inclinações, assim como a criação de público, proporcionando à população mais pobre, acesso a oficinas, palestras, debates sobre a arte e a vida diária. Assistir a peças de teatro, shows de música, espetáculo de dança, exibição de filmes, sarau de poesia. Investir em lazer e cultura para a periferia era o seu objetivo principal. Durante  o tempo que durou, o MPA produziu várias atividades, ocupando praças, ruas, teatros, sindicatos, salões paroquiais. Produziu um documentário para a TV Cultura, gravou um disco LP, uma coletânea que incluía os artistas representativos de sua história, como Matéria Prima, Edvaldo Santana, Sacha Arcanjo, Raberuan, Ceciro Cordeiro, Gildo Passos, Osnofa, Eder Lima, Ligia Regina, Zulu de Arrebatá, Luiz Casé, Grupo Goró. Foi gestor e organizador do MPA Circo que proporcionava cursos e apresentações de artistas consagrados como Belchior, Walter Franco, Inezita Barroso, Língua de Trapo, Tarancón, Paulo Moura. E grupos de teatro como União e Olho Vivo, Núcleo, Periferida. De poetas, como Akira Yamasaki, Claudio Gomes, Severino do Ramo. Grupos de música étnica, como o Crisol. De dança, como o Balé Nacional do Brasil. O Movimento celebrou 40 anos de sua fundação, realizando vários eventos comemorativos no bairro, sua atuação é de muita importância para a formação e desenvolvimento de artistas e pessoas que vivem no extremo leste da cidade, influindo na criação de Casas de Cultura, Oficinas Culturais, Bibliotecas, encurtando a distância entre o conhecimento e a sabedoria, entre a arte e a vida.


EM – O Lobo Solitário já começa com uma slide poderosa e cantado em português. Mas os temas não eram aqueles que a galera do blues tradicional estava acostumada a abordar. E, naquela época, foi isso que chamou a minha atenção. Marcou muito. 
ES – Lobo Solitário é o primeiro álbum solo gravado em Santo André, produzido em parceria com o Camerati, uma experiencia extraordinaria. No final dos anos 80, quando morava no Rio de Janeiro, assinei um pré-contrato com a Warner para lançar meu primeiro álbum solo. Mas com a chegada do plano Collor esse projeto foi abortado, algumas canções que havia escrito naquele momento foram utilizadas no set list do Lobo Solitário que gravei entre 1992 e 1993. Sempre tive uma ligação com a música negra, principalmente com o jazz, o blues, a salsa, o reggae, mas adoro a música brasileira. Não teria sentido gravar um disco copiando o formato da música norte-americana, principalmente do blues, a ideia era unir essas estéticas de uma forma que fosse concebida naturalmente e principalmente cantada em português. Nós estamos na terra de grandes letristas e não sei falar inglês até hoje. Nunca fui interessado no catálogo, sou um artista fragmentado, a arte é dinâmica, não gosto de ser enquadrado de nenhuma maneira. Lobo Solitário é uma síntese desse meu jeito de viver e pensar naquele momento, tem grandes parceiros poetas que contribuíram muito: Arnaldo Antunes, Paulo Leminski, Haroldo de Campos, Tom Zé, Glauco Mattoso, Ademir Assunção. Além de músicos maravilhosos que se dispuseram a investir na obra, Luiz Waack, Bosco Fonseca, Daniel Szafran, Marcelo Farias, Bocato, Paulo Lepetit, Celmo Reis, os irmãos Beto e Rubens Nardo. A fotografia é de Milton Michida. É bom salientar que a primeira versão de Metrô Linha 743, além da gravação do grande Raulzito, foi realizada nesse trabalho é a quarta faixa desse álbum e as canções A Rússia Pegou Fogo na Sapucaí e Sabonete foram incluídas na coletânea Vanguarda da Música Brasileira, CD encartado na revista Audio News, distribuído em bancas de jornais

EM – Você tem alguns blues misturados com músicas, diria eu, bucólicas. Ou seja, um um som urbano, mas com um pé no campo. Gostaria que falasse sobre isso.
ES – O desenvolvimento da obra se dá com muita dedicação, com muito esforço. Aprendi a gostar de música sem me importar com o estilo e de onde ela vem. Se bate no coração e fica, tem sentido pra mim. Sou um paulistanóide, mas meus ancestrais são do meio rural, sou urbano/agreste e isso reflete na obra. Gosto do blues como gosto do samba, gosto do xote como gosto do jazz, gosto do rock como gosto do bolero, gosto da viola como gosto do sax, não tenho preconceito. Me dedico em inventar canções com letras, procurando originalidade nas formas e no conteúdo, acredito que quando consigo criar uma canção que satisfaça o meu sentido de observação, aguçando minha sensibilidade. Estou me aproximando da minha função de artista inventor, temos dores e alegrias, procuro expressá-las com a arte que venho desenvolvendo há muitas luas. 

EM – Noto que em algumas das tuas letras você protesta contra os mercadores da fé que exploram o povo. São os casos de O Retorno do Cangaço e Domínio. Jesus não manda recado, mas o Edvaldo manda.
ES – Sim. Os temas de algumas letras passam por esse filtro de linguagem e observação. Questiono esse jeito milenar de enganar as pessoas através da fé, utilizando Jesus Cristo para vender sonhos e futilidades, prometendo a eternidade e a salvação para a humanidade. Hoje têm muito mais igrejas que escolas. Deus não intimida. Deus não deu patente nem para padre nem para pastor. Cada um sabe de si, como dizia minha saudosa mãe Judite: "Cada qual sabe onde seu calo aperta!”. Devemos deixar o ser humano escolher o seu caminho sem interferência religiosa, o estado laico é democrático, deixem a paz, a inteligência, a bondade tomar conta da gente.


EM – Alguns artistas são chamados de malditos, talvez por não frequentar a mídia musical e não badalar alguns sacos. Ouso citar alguns: Tom Zé, Jards Macalé, Itamar Assumpção, Jorge Mautner, Arrigo Barnabé. Pô, esses malandros têm as melhores letras do universo. Edvaldo Santana é maldito?  
ES – Essa imposição do que é bem ou mal é pura balela mercadológica. Para excluir quem gosta de pensar, pois a arte tem o poder de influenciar a humanidade, de mudar comportamentos e atitudes. Temos que aprender a diferenciar; quem faz arte pensando apenas no produto de mercado de quem faz pelo sentimento, pelo prazer. Todos esses grandes artistas citados me fazem bem, portanto, estou fora desse xaveco, de quem é maldito ou bendito. O que importa pra mim é o que me entusiasma, não estou preocupado, com o mainstream. Vivo tocando meu barco do jeito que gosto, fazendo o que me deixa feliz, sem precisar me submeter aos marqueteiros e negociantes de plantão.  

EM – Você é da época das grandes gravadoras. Passou por algumas e hoje é independente. Por um lado pode gravar o que quiser, publicar onde e como quiser. Por outro, não rola adiantamentos, lobby e tal. Como vê a cena hoje?
ES – Você pode escolher o seu caminho e é preciso coragem e desapego para seguir uma trilha independente, as dificuldades existem. Ser um artista sem grana e muitas vezes sem apoio, requer resiliência e competência para arcar com os projetos. Aprendi na estrada que era possível viver e fazer o que mais gosto, sem precisar passar pelo crivo de produtores que vem com a cartilha pronta. Conquistei muitos amigos que me ajudaram nessa trajetória, agradeço demais essas pessoas que acreditam em mim e na obra que desenvolvo. Nunca fui adepto a badalações e logo cedo entendi, que a música era um bem muito precioso e que eu precisava me dedicar incondicionalmente, aprendo com as dificuldades. Fico chateado com as manobras dos oportunistas, mas sempre lembro uma frase do grande Paulo Leminski: "Choramingando as minhas mágoas eu não vou a lugar algum". 

EM – Estamos passando dias sombrios. Na política, há uma retórica anti-corrupção mentirosa, mas que muitos compraram e nos meteram em uma enrascada. E algumas de tuas letras abordam problemas que já vêm de décadas. Quer dizer, os mandatários continuam perguntando quanto a gente custa. Não evoluímos?  
ES - As vezes me pego questionando: “Será que nossas canções não serviram pra nada? Será que é só com a dor que a gente lembra da paz?”. Sou ainda muito esperançoso. Acredito que houve mudanças, mas o processo de transformação é lento. Uma parcela de quem detém o poder não está interessado na melhoria do planeta. Se preocupam apenas com o seu bem estar material, o individualismo. E o consumismo desenfreado não os deixam entender que é bom pra humanidade que todos tenham acesso a liberdade, saúde, arte, alimentação, educação, moradia, qualidade de vida. Tivemos um momento muito bom na gestão do Lula, mas não foi suficiente, pra desbancar os picaretas que mamam nas tetas desse país maravilhoso e rico há muitos anos.   

EM – E na saúde, com a chegada na Covid-19, os músicos estão sem fonte de renda. Como você está se virando e como vê o futuro da cultura no Brasil após a pandemia?
ES – Claro que está muito dificil para todos, temos uma doença que já matou mais de cinquenta mil pessoas, o desemprego, a falta de perspectiva e a incerteza são prementes, nas nossas vidas. Estou muito triste pois tem vários amigos que não encontrarei depois que a tempestade passar. Por outro lado, estou aprendendo a lidar com esse confinamento inédito. Estou escrevendo muito e compondo as canções que farão parte do novo álbum, finalizando um livro sobre São Miguel. As despesas da casa estão por conta da aposentadoria da minha companheira Sueli, que trabalhou 30 anos na área da saúde pública como psicóloga, mas como vivo na corda bamba sempre, não me desespero e agradeço os desenganos. Nestes momentos a gente fica mais forte mais solidário mais humilde e também mais astuto.

EM - E como vê o atual governo? Com essa política estimulando a violência, o desmonte na educação, cultura e ciência?
ES – Vou completar 65 anos e já vi esse filme em outras situações. Passei pela ditadura ainda adolescente, sofri muito com a perseguição política que meu pai, Felix, sofria. Sem emprego, sem perspectiva, passei pela era Collor que foi também bastante destrutível para a cultura, para os trabalhadores para o Brasil. O governo que aí está cumpre o seu papel a serviço do capital especulativo, propagando o ódio, a miséria, a morte, o desprezo, a falta de consideração e de humanidade. Não me surpreende. Cabe a nós continuar espalhando o amor, a paz, a luz, a liberdade, a solidariedade, pois maluco beleza não se dá por vencido. A metamorfose ambulante está entre eu e você. 

Entrevista publicada em 23/06/2020. O Brasil enfrenta a pandemia de Covid-19 há três meses. Há um mês sem ministro da saúde. Com 50 mil mortos e mais de um milhão de infectados. Sem ministro da educação. E o governo Bolsonaro enfrentando diversas denúncias de corrupção, improbidade administrativa, fake news, etc. 

6 comentários:

  1. Linda entrevista! Parabéns! A arte ainda vive!

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  2. Entrevista completa, que reclama leitura detida e que em certa medida, disseca o entrevistado e nos mostra a sua gradeza e importância no cenário cultural. Parabéns!

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  3. grande suscinto. maravilhoso. parabéns edivaldo santana.

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  4. A música trabalhada com sentimentos, emoções e extrema criatividade nas letras são espetáculos imperdíveis, privilégio de pouca platéia.

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  5. Maravilha, leitura até ao final, merecidamente❤️❤️❤️

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