terça-feira, 16 de novembro de 2021

Diário de Rio das ostras 2021 – Domingo, 14 de novembro – 3º dia

 

Roosevelt Collier no palco Costazul

Texto e fotos: Eugênio Martins Júnior

Passei a manhã brigando com a internet da pousada. E perdi. 
Deixei de postar um monte de fotos legais porque elas simplesmente não carregavam. 
Vou tentar fazer isso hoje.
Fiquei sentado numa mesa lá fora escrevendo o diário e aproveitando o sinal do wi-fi
O sol compareceu em Rio das Ostras e a galera se ouriçou para ir a praia. Todo mundo que passava, mandava: Eae Eugênio, não vai a praia?” E eu sacaneando os cariocas: “Sou santixta, cumpadi. Vejo praia todo dia.” 
Na tarde do dia 14 o palco Iriry recebeu a dobradinha da noite anterior. O primeiro show na Lagoa foi o Delvon Lamaar. E aquele som dele cheio de riffs, tecladeira e porrada caiu bem lá. Apesar de palco e plateia menores, o que proporciona muito mais contato com as bandas, Iriry tem seu charme. Jimmy James estava voando baixo para delírio geral e Lamarr e Dan Weiss groovando a lot. Ótimo show pra uma tarde ensolarada de domingo.
Quando o Jon Creary e sua banda subiram ao palco o clima esquentou mais ainda. O show, um pouco diferente por incluir um ou dois clássicos da big easy, dessa vez, Those Lonely Nights entrou no repertório. 
Mas entre porradas dançantes, When You Get Back e blues lentos com Frenchmen Street Blues Jon Cleary confirmou o que eu já esperava, que esse seria um dos melhores shows do festival e que terminou com todo mundo rebolando a jaca com com o funk Mo’ Hippa. Inesquecível.

Jimmy James

Pousada, cochilo e show. Perdi a cantora local Cida Garcia. Cheguei quando Hamilton de Holanda  Quarteto e Chris Potter já faziam Todo dia Um Recomeço, em um dos shows mais esperados (por mim). A primeira vez que assisti o Hamilton de Holanda foi no Rio das Ostras Jazz e Blues em 2007. Com aquele quinteto maravilhoso que incluia, Márcio Bahia (bateria), Gabriel Grossi (harmônica cromática), Daniel Santiago (guitarra) e André Vasconcelos (baixo). No show de ontem, o André foi substituido com a mesma competência pelo Thiago Espírito Santo e o Márcio Bahia pelo Edu Ribeiro. Ou seja, em termos de qualidade, nada mudou. Essa é uma das melhores formações do Brasil, um dos países que mais exporta cultura no mundo. E Hamilton de Holanda está no topo dessa história. Ou como diriam os jovens, ele é TOP!
O show incluiu a genial Tamanduá, Afro Choros, Chama, Ponts de Areia (só com o Hamilton e Potter), Samba Blues. E o penalti aos 45 do segundo tempo, Chega de Saudade. Hamilton de Holanda 7X1 na Alemanha.
Havia perdido o show do Roosevel Collier na lagoa e estava curioso pra ver o cara da lap steel no palco. O show demorou um pouco pra começar e fui na ala vip comer umas paradas de grã-fino. Fechei a cara, coloquei a câmera na frente pra ninguém chegar perto e furei a parada. Rango bom, pasteizinhos, caldos, pães especiais, cerveja (não bebi), sucos (bebi), e um negócio lá que eles pegavam com uma colher gigante e colocavam numa cumbuca que nem me atrevi. Mas devia ser bom, o tacho já estava pela metade. Ouvi dizer que a secretária de cultura do Rio de Janeiro estava lá. Passei álcool na mão e saí fora.
Roosevelt entrou e... barulheira da pooooorra! Os caras tocam muuuito alto. Pra arrebentar mesmo, a lap steel tem um som metálico (steel) e o baterista era um magrelo, mas baixava o braço sem dó no kit. Roosevel é um cara simples, conversa com o público como se estivesse falando na sala de casa. Um negão fortão, mas um cara super gentil que atente  e trata a todos com muita educação. Mas no palco, amigo, o cara senta aço. 
Mas o que já estava alto poderia ficar ainda mais. Dá metade do show em diante Eric Gales entraria em cena, convidado por Collier, os dois iriam duelar o resto da noite sem nenhuma dó do meu tímpano, despejando potência em Costazul. Confesso que saí meio atordoado. A gente fica tirando fotos ali do lado dos subs e recebe tudo na cara. Tremenda sessão de descarrego.
Restava à Black Rio fazer a sua parte. A banda veterana dispensa comentários, é uma instituição da música brasileira. Transformou o fim da noite em um bailão, uma discoteca a céu aberto, mas não uma domingueira qualquer, com a grife Black Rio. Sim, claro que eles tocaram Maria Fumaça e Mr Funk Samba, entre outras.

Palco Iriry/show de Delvon Lamaar

Chris Potter

Hamilton de Holanda

Daniel Santiago

Jon Cleary

Show Roosevelt Collier

Roosevelt Collier convida Eric Gales
Banda Black Rio

Banda Black Rio

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