quinta-feira, 17 de março de 2011

Morre Nate Dogg a voz do rap dos anos 90


O rapper e produtor musical Nathan Hale, conhecido como Nate Dogg, um dos nomes mais importantes do gênero conhecido como gangsta rap, morreu ontem aos 41 anos em Los Angeles.
Nate destacava-se por sua voz potente e conhecimento musical adquirido no coral da Life Line Baptist Church, onde seu pai era pastor. A igreja fica em Clarksdale, famosa por ser a cidade natal de Muddy Waters.
Integrante da terceira geração de rappers norte-americanos que perpetraram a revolução musical dos anos 90 e a elevação do gênero ao mainstream, Nate participou dos melhores discos da década. Seus trabalhos mais notáveis são sem dúvida ao lado de Warren G no clássico Regulate...G Funk Era e I Want It All, nos quais Nate brilha ao lado de Warren G.

Após o surgimento do rap com Grand Master Flash, Kustis Blow, Afrika Bambaataa, Sugar Hill Gang, Whodini, passando por Run DMC, Public Enemy, Salt'n' Pepa, LL Cool J, Ice T, Boogie Down Productions, a cultura hip hop parecia perder força para impostores como Vanilla Ice, MC Hammer e Milli Vanilli.
Mas a revolução estava fermentando nos guetos mais perigosos de Los Angeles. Jovens de Compton, Crenshaw e Long Beach cultuavam o ódio à sociedade branca rimando e inventando bases matadoras – sem trocadilho – em equipamentos de 500 dólares, tudo temperado com muita maconha.
Dr Dre, Snoop Doggy Dogg, Nate Dogg, Warren G, Tupac Shakur, Ice Cube, Eazy E, Spice One, Coolio, Kurupt, RBX, Lady of Rage, That Nigga Daz, Lil Malik, Jewell, sem exceção, saíram de lá.

 
O álbum que mostrou essa turma – ou gangue – ao mundo foi The Chronic. Lançado em 1992 o disco trazia na capa a carona de mal de Dr Dre, o verdadeiro america's nightmare, como ele diz em uma das faixas: “A nigga witta motherfucker gun”. Pronto a explodir a cabeça dos jovens do Tio Sam. De uma forma ou de outra.
Nate Dogg participou dessa revolução. Sua voz e sua colocação eram inconfundíveis. Cantava muito e sabia o que fazia. Eram dele as melhores ideias vocais ouvidas naqueles discos de rap, uma criatividade que vai custar dar as caras.
Assim como apareceram e tiveram carreira meteórica, os ídolos dos anos noventa foram sumindo como moscas: Tupac assassinado; Notorious Big assassinado; Easy E morreu de aids; Suge Night,  produtor e psicopata executivo do primeiro selo a apostar na nova música, o Death Row, continua preso por tentativa de assassinato. E Nate Dogg, um verdadeiro talento, vai deixar saudade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário