Toumani Diabaté (Foto: Richard Saker/The Observer)
“Eles podem seqüestrar as pessoas, podem tirar suas roupas, podem tirar seus sapatos, podem tirar seus nomes e dar outro nome, mas a única coisa que eles não podem tirar é sua cultura”. Essas são palavras de Toumani Diabaté sobre o sequestro de seu povo pelos europeus com fins escravagistas.
Diabaté, músico e representante da tradição dos contadores de história de seu país, morreu com apenas 58 anos, em 19 de julho em Bamako, capital do Mali. Dizem que quando um jali morre toda uma biblioteca é queimada.
Na África, jali é o guardião da história oral transmitida de geração em geração. Diabaté vem de uma tradição de 71 gerações de griots e tocadores do corá, um instrumento de cordas semelhante à harpa.
Com Salif Keita e Ali Farka Toure, Diabaté era considerado um dos principais guardiões da cultura milenar transmitida de pai para filho na África Ocidental.
Desde os anos 80 Diabaté vem gravando e difundindo suas histórias em discos na África e Europa. Ouça os álbuns Songhai vol. 1 e 2.
Nos Estados Unidos gravou com o cantor, compositor e muilti-instrumentista Taj Mahal, fazendo a ponte cultural entre a tradição dos jalis com os history tellers do blues no álbum Kulanjan (1999).
Na série Blues, produzida por Martin Scorsese, Diabanté aparece no episódio Feel Like Going Home – que também tem Taj Mahal - sendo entrevistado por Corey Harris, outro bluesman e pesquisador de ritmos.
Com seu conterrâneo, Ali Farka Touré, gravou o maravilhoso In The Heart of the Moon (2005). Há ainda espaço para uma recomendação, mais um disco que faz a ponte entre África e América e que vale a pena ser ouvido, Talking Timbuktu, parceria entre Touré e Ry Cooder.
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