quarta-feira, 25 de junho de 2025

A batida brasileira de Leo Susi na China

 


Texto e fotos de Eugênio Martins Júnior

Além de boas conversas, essa minha busca por entrevistas gera bons encontros. Conheci o Leo Susi por intermédio do Herbert Lucas, diretor artístico do Bourbon Street Music Club, que me indicou o baterista como melhor pessoa para chegar ao lendário trompetista Randy Brecker. 
Acabei conhecendo a trajetória – ou saga? – do Leo pela Ásia, especificamente pela China, e fiquei pasmo e admirado com a história. Também conheci o percussionista Marco Bosco, mas desse encontro falo depois. Em outra entrevista.
Conhecendo o caminho percorrido por muitos músicos, não me são estranhas as histórias de artistas que concretizam o sonho de estar perto da música que praticam, o jazz. Nesses casos específicos, os destinos são Estados Unidos e Europa.
Leo Susi tomou outra rota, a do oriente. E se estabeleceu em Xangai, vibrante centro cultural com 26 milhões de habitantes, mas que atrai músicos de todos os cantos do planeta, transformando-a um palco global para artistas que buscam novas inspirações e oportunidades.
Leo conta que os 15 anos de residência na grande metrópole chinesa foram fundamentais para seu desenvolvimento como artista. Tocou em inúmeros programas da TV local, tocou jazz, música pop, inclusive “acompanhando o Fábio Júnior de lá”. E, por fim, fez o que foi para fazer, tocar música brasileira. 
Leo também se enturmou na Alemanha com o Andreas Günther Quartet, com quem excursionou por 12 cidades esse ano, entre elas Berlim, Hamburgo e Colonia. Com eles gravou dois discos, um que ainda está para ser lançado, o Hemisfério Sul.
E, com saudade de dar aquela groovada em português – depois que inventaram deletar, startar, precificar, por quê groovar não pode virar verbo? - Leo Susi ainda arrumou tempo para gravar e lançar em 2022 um disco há muito planejado, BraGilidade, com temas do Gilberto Gil, com a participação do próprio. 
O show do Randy Brecker, Ada Rovatti e o Leo Susi Trio no Bourbon Street, numa noite fria de junho, quando essa entrevista foi realizada, contou ainda com o Marco Bosco (percussão), Adriano Magoo (teclados) e Carlinhos Noronha (contrabaixo).

Ada Rovatti e Leo Susi no camarim do Bourbon Street

Eugênio Martins Júnior – Como foi a tua infância musical?
Leo Susi – Sou de Brotas, interior de São Paulo. E havia muitas festas na casa de meus pais. As pessoas iam tocar violão, cantar, tocar percussão.  Me interessei pela música e fui tocar na fanfarra da cidade e depois roda de samba. Daí me interessei por essa parte percussiva da música e aos 15 anos comecei a estudar bateria. Foi em Piracicaba, com um professor e depois de três anos fui para Tatuí. Mas a influência maior foi da família. Minha mãe cantava e meu avô tocava cavaquinho.

EM – A casa dos teus pais era um local de encontro do pessoal da música da cidade?
LS – Sim, quase todos os dias. Cidade do interior não tinha muito o que fazer (risos). Bastante gente frequentava a minha casa naquela época. Tenho três irmãs. Uma cantava, mas parou, virou farmacêutica. Mas minhas sobrinhas gêmeas cantam e tocam percussão e violão.

EM - Você estudou com o Paulo Braga, Nelson Faria e Hermeto Pascoal. Gente da pesada. Aprendeu lições importantes?
LS – Em Tatuí esses grandes nomes da música davam aulas nos cursos de verão e a gente frequentava. Mas tínhamos as aulas fixas, harmonia, execução, grupo, bateria. Uma aula que mudou a minha visão de palco foi a do Nelson Ayres. Como um músico deve se comportar em cima do palco. 

EM – E como é que se comporta?
LS – Respeito com os outros músicos. Sempre escutando. Evitar de ficar pegando o celular. Por ser baterista eu não mexo, mas vejo as pessoas usando. Respeitar enquanto o outro está falando.

Leo Susi e Marco Bosco

EM – Você viveu muitos anos fora do Brasil. Como se deu a ida para o exterior? 
LS – Eu dava aula em uma escola de música em Brotas e o pessoal de uma de uma banda de São Carlos em convidou para ir para a China, cumprir seis meses de contrato em uma casa de shows. Eu aceitei, mas foi época da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em março de 2003, e a turnê foi cancelada. Em maio estourou a guerra dos Estados Unidos contra o Iraque. Acabei indo para a China só em agosto de 2003. E fiquei até 2017. 

EM – Foi para ficar seis meses e ficou de vez?
LS – Sim. Fiquei quase 15 anos. E depois, em 2019, antes da Covid voltei à China em turnê novamente.   

EM – Que lugar da China?
LS – Sempre em Xangai.  

EM – Tocando Jazz?
LS – No começo fui contratado para tocar música brasileira com uma banda brasileira. Depois fiquei free lancer, fazendo de tudo e foi a maior escola da minha vida. A China estava abrindo para o mundo, músicos do mundo inteiro estavam em Xangai. E foi aí que aconteceu a troca de informações, de musicalidade. Tocava hoje com uma big band, amanhã com um grupo de salsa, depois com um trio de jazz, música pop. Fui crescendo cada vez mais até chegar nos popstars da China. Trabalhei no The Voice de lá e em vários outros. 

Randy Brecker e Ada Rovatti

EM – Fora a música popular deles, qual era a cena musical mais forte lá?
LS – O jazz é muito bem aceito. Me gerou muito trabalho, muitas oportunidades. Mas o ápice da minha carreira foram os programas de televisão, trabalhei no Ídolos, como disse, as turnês com os popstars da China. Conheço mais a China do que o Brasil. Rodei mais por lá.

EM - Como começou essa parceria com o Randy?
LS – Ainda morava na China, mas tinha um grupo com o percussionista Marco Bosco, o Balaio. O Marco me apresentou o Randy. E nós o chamamos para uma turnê em 2016, na China e na Europa. Fizemos 16 shows, passando por vários festivais em Xangai. Tocamos no Ronnie Scott, em Londres; Blue Note, em Milão; Roterdam e Amsterdam. Depois fizemos outra turnê pela China e Taiwan. E agora estamos trazendo para tocar com a gente aqui no Brasil. 

EM – Como nasceu o BraGilidade, disco em homenagem ao Gilberto Gil?
LS – Essa ideia surgiu em Xangai, em 2006. Quando o Gil ainda era ministro da cultura e foi em uma missão à China, em uma caravana do Lula. O consulado do Brasil ofereceu um almoço a ele e o vice-cônsul me convidou, mas com a recomendação que levasse meu pandeiro, porque ele iria levar o violão. Nós tocamos umas três músicas e depois conversei muito tempo com o Gil. Daí surgiu a vontade de fazer um disco com músicas instrumentais do Gil, o que nunca tinha acontecido.  Mas só lancei o disco em 2021. O Gil tocou violão em uma faixa. É um disco bem lado B. Percebi que se colocasse um G ali no meio ficava BraGilidade. Uma verdadeira homenagem ao Gil.  Esse ano volto para a China e levo esse trabalho na bagagem.

EM – Vai voltar e ficar?
LS – Não, vou para uma turnê de 20 dias. Fiz muitos contatos por lá. E tenho um grupo na Alemanha também. Tocamos muito por lá. Mas não morei. Sempre vou para ficar 20/30 dias e volto. Tenho disco gravado com várias composições minhas e do pianista, o Andreas Günther. Vamos lançar novo trabalho.

Adriano Magoo

Carlinhos Noronha 


terça-feira, 13 de maio de 2025

Houve as Nossas Canções conta as histórias de José Simonian

 

O camisa 10, José Simonian (ensaio Gilberto Mendes 100 Anos)

Texto e fotos: Eugênio Martins Júnior

A música instrumental é uma arte abstrata. Mas não é porque não possuem letras ou poesias elaboradas que os temas instrumentais não contam histórias. 
Deve ser difícil cambiar sentimentos em notas. Transformar frases musicais que narram cenas ou ideias. Porque ainda há ainda a possibilidade de o receptor ter uma interpretação totalmente diferente do transmissor. 
Entrar na sala de trabalho do José Simonian é conhecer um pouco de sua história. 
Na parede recheada de fotos, uma espécie de wall of fame pessoal, com dezenas de imagens coloridas e descoloridas, o visitante se encontra com o Luizinho 7 cordas, Roberto Sion, Teco Cardoso, Guinga, Antonio Eduardo, e outros parceiros de tantas viagens.
José Simonian é multi-instrumentista, compositor, arranjador, professor e músico ecumênico aqui de Santos 
Ouvi Ouvi do Brasileiro, seu primeiro trabalho, na época do lançamento, final dos anos 90. Aqui em Santos a galera da música instrumental sempre lançou muitos discos.
Também conheci – o som e pessoalmente – o seu parceiro acidental e amigo, o maestro Gilberto Mendes um pouco antes, por ocasião do Festival Música Nova, edição 1996. 
Três décadas depois, por ocasião do centenário de Giberto Mendes, produzi os quatro concertos em homenagem ao maestro com a participação do Simonian em todas as apresentações. Algumas das fotos dessa matéria são desses concertos. 
Na presente entrevista, Simonian conta suas histórias com Gilberto e com o amigo comum, o pianista Antonio Eduardo, com quem gravou um disco muito bacana, Amor Antigo, em 2015.
Olhando para o trabalho mais recente de Simonian, contempla-se uma paisagem de ritmos e estilos que revelam seu ecletismo. Em determinado momento da entrevista eu pergunto como ele soluciona o problema de todo saxofonista brasileiro: estar no meio do caminho entre a influência de Pixinguinha e John Coltrane. A resposta? Confere aí.


Eugênio Martins Júnior – Como foi a tua infância musical?
José Simonian – Minha primeira lembrança é do Guarujá. Passou uma fanfarra na minha rua e eu saí atrás tocando um bumbo. Tem até uma foto disso. A outra é a que cantei uma música no dia das mães. Mas lembrança afetiva mesmo foi quando descobri Dorival Caymmi aos dez anos. Algum personagem do Carlos Vereza apareceu assoviando O Mar. Lembrei que meus pais tinham uma enciclopédia da música popular com alguma coisa relacionada a isso. Comecei a escutar e a primeira coisa que me chamou a atenção musicalmente foi essa coisa do cancioneiro brasileiro. Lembro que tinha Ary Barroso, Caetano Veloso, Jorge Ben (jor). Cada fascículo era um personagem. 

EM – Como foi o caminho para se tornar músico e quando os sopros entraram na tua vida?
JS – A música fez parte da minha adolescência, mas nada com pretensões profissionais. Estudei no Tarquínio (Silva – escola secundária de Santos) e havia exatas, humanas e biomédicas. Optei por exatas e acabei fazendo um ano e meio de Engenharia. Foi quando ganhei uma flauta do meu pai e comecei a tocar sozinho. Procurar as coisas. E começou a sair som. Parei com a faculdade e comecei a estudar música seriamente. Já tarde, com 17 anos. Primeiro flauta doce e depois, a partir dos 20, segui na flauta transversal. 

EM – É um instrumento muito versátil. Aproveitando o gancho, percebi que nesse teu disco mais recente, Houve as Nossas Canções, você gravou ritmos variados e com muito convidados. 
JS – Sim, esse trabalho tem essa profusão de estilos e de formações instrumentais, tem até o Coral Municipal de Santos em Rosário, uma música minha com o Paulo Maymone, encomendada pelo maestro Roberto Martins quando ele fez 70 anos. Ele convidou compositores de Santos para fazer músicas para o coral e essa foi a minha. Gravamos com uma orquestra sinfônica inteira. Tem duos com músicos conceituados da música instrumental, como Cuca Teixeira e Michel Leme. Talentos de Santos, todos os músicos da Orquestra Sinfônica da cidade. Duo com a pianista Rosana Civile. Tem o Antonio Eduardo tocando uma adaptação que fizemos para uma música do Gilberto Mendes. Colocamos uma bateria no baião Urubuqueçaba. Inauguramos o espaço Gilberto Mendes no Emissário (espaço esportivo e cultural de Santos), foi um arranjo para um regional de choro.

EM – É muita influência, né Simonian? Imagino que um músico de mente aberta sofre influência tanto do Pixinguinha quanto do John Coltrane.
JS – É uma misturada danada. É difícil abordar esse assunto. É mais você sentir mesmo. Quando vou fazer música não sei o que vai acontecer com todas essas influências.

Simonian e Denise Yamaoka

EM - Você gravou um disco com o Antonio Eduardo, o Amor Antigo. É um disco muito bonito. Gostaria que falasse sobre essa parceria.
JS – O Antonio é um personagem. É o principal pianista do Gilberto Mendes. E a gente fez muita bagunça em cima disso. Tínhamos bastante intimidade com ele e houve vários fatos pitorescos nesse disco. Em 2010 o Gilberto me encomendou um concerto para flauta para orquestra sinfônica. Daí fiz uma transposição para o piano e flauta e nós gravamos. E o Gilberto tem uma música chamada A Mulher e o Dragão que é lindíssima. E a gente meteu um jazz no meio. Ligamos para o Gilberto e perguntamos o que ele achava e ele disse: “Esse baixinho está virando um pianista de bar. Mas ficou bom, pode gravar”. Outro compositor que gravamos foi o Michel Lysight, um belga amigo do Antonio. É um cara muito bom. E o Gilberto com ciúme. “Esse baixinho aí é o único pianista no hemisfério sul que grava esse cara”. O Gilberto e o Antonio eram como pai e filho. Tem ainda a Adriana Bernardes cantando Entrelinhas, parceria minha com a Glorinha Veloso. Choro dos Meninos que foi feita para big band, mas que ganhou um arranjo para sax e piano. Saudades da Minha Voz, uma de minhas músicas mais antigas, de 1984. Esse disco tem bastante dessa mistura eu a gente estava falando. 

EM - Como foi participar dos concertos em homenagem aos 100 anos do maestro Gilberto Mendes?
JS – O Sesc, com sua estrutura, consegue mostrar esse lado não popular para as pessoas. De uma música mais elaborada, vamos colocar assim. Mostrando esse lado dele que é a música de câmara e coral. Participei dos recitais. E o Gilberto é um personagem de Santos. Vou muito ao cinema de arte ali no Gonzaga e em uma dessas ocasiões falei o nome dele e as pessoas que trabalhavam lá me contaram que Mendes era um a frequentador assíduo. Ele também ia ao baile da praia dançar. Um personagem atuante na cena cultural em vários sentidos e passou isso tudo para a música, Santos Futebol Music, que você já citou, Urubuqueçaba e outras. Era conhecido mundialmente por isso.  

EM – Já que você falou isso. De que forma a cidade de Santos interfere na tua música? Digo interfere porque percebo a influência que o mar, por exemplo, exerce na criação dos artistas daqui é muito impositiva. O mar de Santos se mete em tudo, na escrita, na música, na fotografia, nas artes plásticas. 
JS – Sim, fiz uma sinfonia para o Orquidário de Santos. Foi tocada no ano passado, no Teatro Municipal. Fiz um baião para o bonde turístico e quando inauguraram a nova linha me convidaram para tocar lá onde ficam os bondes. Com o projeto Tocando na Cidade me apresentei na Casa da Frontaria Azulejada, na Alfândega, na Pinacoteca Benedicto Calixto. Sem dúvida essa relação com a cidade é motivadora. 

EM – Inclusive você fez uma música para o teatro Coliseu, que nos anos 80 era um puteiro. O teu tema Noites de Coliseu é sobre essas noites?
JS – (gargalha). Nunca tive essa concepção. Mas é verdade, antigamente era mesmo, podia ter uma parte alusiva a essa época. O meu disco mais recente, cujas fotos do encarte foram feitas todas no Coliseu, foi lançado ano passado, ano do centenário do teatro. Até cogitamos lançar o disco lá, mas não deu certo porque o Coliseu está em reforma.

Antonio Eduardo

EM – O teatro Coliseu passa mais tempo em reforma do que funcionando. Em todas as administrações municipais nos últimos 30 anos. É uma vergonha.
JS – É, as obras não foram concluídas e acabamos não fazendo. Mas o tema era sobre as noites musicais. Lá ouvi muita orquestra sinfônica e fiz alguns shows. Com o show Mil Motivos homenageamos os chorões aqui de Santos, Zé Roberto, Orlando do Pandeiro. E Noites no Coliseu é um choro com flauta em sol e piano que fiz para essas noites memoráveis. Nunca tinha pensado pelo teu viés. (risos).

EM – Nesse teu show mais recente de jazz e bossa você falou sobre bastante sobre a viagem à Alemanha. Como se deu isso?
JS – O Marcos Fregnani, um dos meus primeiros professores de flauta, isso há quarenta anos, de vez em quando vem ao Brasil. Ele é músico erudito, toca em orquestra. No ano passado ele veio e disse que na universidade de sua cidade iria ter um festival e perguntou se poderia apresentar meu trabalho. É claro que concordei. Passou um tempo recebo um e-mail da diretora da universidade dizendo que quatro músicas minhas foram selecionadas para serem apresentadas com big bands e com músicos de câmara e que gostaria que eu fosse. Tive que me programar porque tenho a escola de música para administrar, mas acabei indo. Fiquei duas semanas. 

EM – Rodou por lá?
JS - Foi curioso porque cheguei lá numa terça e na quarta já teve ensaio. E na quarta a noite recebi uma ligação de um brasileiro me dizendo que iam tocar uma música minha em Hammelburg, cidade vizinha d a Nuremberg, onde eu estava. E ele me disse que se não quisesse ir não haveria problema porque iriam gravar. “É claro que eu vou, só me diz o que tenho que fazer pra chegar lá?” Pô, viajei 12 horas e estava do lado! 
Fui para a cidade e era uma big band, músicos de vinte e poucos anos tocando muito bem, dinâmica, articulação, afinação, improviso, a primeira parte tocaram Duke Ellington e a segunda música brasileira, João Donato, Guinga, Hermeto Pascoal e minha música. Uma que gravei no primeiro disco, com big band e mixei na própria Alemanha em 1998, quando fiz uma turnê lá. 

EM – Fez algum show?
JS – Sim, depois me levaram para jam sessions. Toquei choro, jazz, bossa, tudo. De Tico Tico no Fubá a jazz. Terça-feira e o bar lotado.

EM – Cheguei aqui na escola e estava rolando um heavy metal. O que vocês mais ensinam? Há um direcionamento para a música brasileira? 
JS – Não, ensinamos tudo. A escola faz trinta anos esse ano. Comecei dando aula nas casas das pessoas. Depois aluguei uma salinha e depois a escola. Foi crescendo. A escola é bem diversa em relação aos estilos musicais. Poderia abrir um conservatório, mas aí teria de restringir. Tem coisas específicas que não são interessantes para a maioria do público. Ficamos na linha popular, embora tenha choro bossa nova, jazz. Nosso programa vai de Bach a AC/DC.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Rodrigo "Digão" Braz - 15/04/2025 - Sesc Consolação

O Sesc Consolação é um grande palco para a música instrumental brasileira. Além de abrir o espaço para o jazz.br e proporcionar ingresso gratuito para o público, todas as apresentações são gravadas e disponibilizadas em plataformas digitais, ampliando o alcance da música. Em abril tive a oportunidade de fazer algumas imagens da passagem de som e do show do Rodrigo "Digão" Braz e de sua grande banda. Show que incluiu temas de todas as fases da carreira desse exímio baterista.

Passagem de som








Show















Escalandrum - 02/05/2025 - Sesc Santos

Ingresso comprado com duas semanas de antecedência, entrevista marcada direto com o produtor da banda por intermédio da programação do Sesc Santos, sempre muito gentil e prestativa. No dia do show cheguei antes de a passagem de som começar e fiquei na minha esperando a deixa para a entrevista. Mas a passagem acabou e não fui chamado. Nem mesmo uma satisfação foi dada. Fiquei lá com cara de otário. Mais uma pra conta que não aconteceu por pura falta de respeito, principalmente do produtor. A gente faz de tudo pra gostar dos argentinos, mas eles não ajudam. Pelo menos as fotos estão aí, Escalandrum.















   

sábado, 3 de maio de 2025

Acompanhado pela família, morre aos 75 Joe Louis Walker, um dos grandes da guitarra

 

Joe Louis Walker (Foto: perfil do artista no Instagram)

“Devido a circunstâncias imprevistas, o show de Joe Louis Walker no sábado, 26 de abril, no The Bayou, foi cancelado. Estamos trabalhando para remarcar o show em breve. Fiquem ligados para atualizações.”
Esse aviso foi postado no dia 25 de abril de 2025 no perfil oficial de Joe Louis Walker no Instagram sem muitas explicações. 
Mas na noite de 30 de abril a comunidade do blues foi sacudida com a notícia da morte de um dos grandes, e ainda remanescentes da guitarra moderna no blues.
A repercussão nas redes sociais foi enorme. Nomes como Debbie Davies, Bob Corritone, Rick Estrin, D.K. Harrell, Sewyn Birchwood, Shemekia Copeland, entre tantos artistas do blues postaram fotos com Walker lamentando a sua passagem. 
Com uma carreira de mais de seis décadas, Walker deixou uma marca indelével na cultura de seu país. Seu trabalho não se limitava só ao blues, compositor e guitarrista de mão cheia, transitou pelo, soul, funk, rock, jazz chegando até a gravar alguns discos com música gospel.   Além de guitarrista brilhante, seu estilo de cantar foi outra marca registrada, o que o levou a se apresentar nos quatro cantos do mundo. 
Também ao longo de sua longa e prolífica carreira musical, imprimiu parcerias que nomes importantes do blues, entre eles, Ike Turner, Bonnie Raitt, Taj Mahal, Steve Cropper e B.B. King. Abriu shows para Muddy Waters e Thelonious Monk e foi amigo de Jimi Hendrix, Freddie King, Mississippi Fred McDowell e Mike Bloomfield.
Gravou discos épicos, Cold is The Night, Hellfire, Great Guitars, Silvertone Blues e o mais recente Weight of the World (2023), entre tantos outros.  

Em 2017 estive com o homem no Bourbon Street, em São Paulo, onde pude vê-lo e ouvi-lo ao vivo e realizar uma entrevista com esse que é um dos meus ídolos do blues: https://mannishblog.blogspot.com/2017/09/o-blues-contemporaneo-de-joe-louis.html

E no Mannish Blog uma resenha exclusiva sobre Great Guitars: https://mannishblog.blogspot.com/2020/09/great-guitars-1997-joe-louis-walker.html

Aos 75 anos de idade, Joe Louis Walker faleceu pacificamente ao seu lado de sua esposa Robin e suas duas filhas, Leena e Bernice. A causa foi uma doença cardíaca.

No camarim do Bourbon Street Music Club com Joe Louis Walker