Quando eu era moleque tinha um truta
Lá na minha rua era o Batuta
Nasceu em um terreiro de macumba
Filho de mãe Celinha e do ogã Araruta
Batuta ele não tinha opinião
Gostava de fumar e ficar doidão
Na samba era desconsiderado
Tido como um tremendo vacilão
Cresceu no Marapé bairro de luta
Mas nunca foi chegado na labuta
Foi pego com um revólver na cintura
E uma pacoteira da erva pura
Depois de passear no camburão
Foi passar as férias na prisão
Onde encontrou a facção
Que anda o dia inteiro com a bíblia na mão
Ja tinha vocação pra sacanagem
Batuta agora diz que é pastor
Não demorou entrou pra politicagem
Passou a usar o nome de Agenor
Aí vem a eleição endireita o Batuta
Se diz homem de família, patriota e cristão
Mas renegou Celinha e o Araruta
Elegeu-se mais um filho da puta
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