Entre os dias 01 e 03 de setembro, de sexta a domingo, acontece no Teatro Paulo Eiró, zona sul de São Paulo, a segunda edição do Festival SP Choro in Jazz, que traz 10 shows com expressivos nomes da música brasileira
O Festival vai homenagear o pianista e compositor João Donato, um dos maiores artistas da música brasileira, falecido recentemente.
Nos três dias do festival, uma sessão de projeção mapeada na fachada externa do Teatro Paulo Eiró antecede os espetáculos noturnos, juntamente com a performance aérea - site specific - do Grupo Ares, que se apresenta ao som de músicas de Donato.
Filó Machado e Alaíde Costa, fazem os shows de abertura do Festival (1/9, sexta, às 20h30). No sábado (2/9), o Beba Trio apresenta-se, às 18h, e Cida Moreira, às 20h.
No domingo (3/9), tem Fabio Bergamini Ensemble, às 11h, e Joabe Reis, às 13h, seguidos por grupos de choro - Rafael Beck e Rafael Schmitt, às 16h, Ensemble Choro Erudito, às 17h, Choro pro Santo, às 18h - e, encerrando a programação, Ayrton Montarroyos, às 19h.
O Festival SP Choro in Jazz é uma realização Secretaria Municipal de Cultura da Cidade, da Prefeitura de São Paulo, com idealização e direção musical de Adriana Belic e produção da Belic Arte.Cultura, que busca evidenciar criações da música instrumental brasileira, do chorinho e do jazz.
Nesta segunda edição o evento reúne mais de 30 instrumentistas e artistas de destaque na cena paulista. Segundo a idealizadora Adriana Blic, “entre outros motivos, a realização de um festival com esse perfil contribui não só para o reconhecimento da importância desses gêneros musicais bem como para a difusão junto às novas gerações de apreciadores da música brasileira”.
Festival SP Choro in Jazz
Local: Teatro Paulo Eiró
Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro. SP/SP. Tel: (11) 5546-0449.
Ingressos: Gratuitos – Retira na bilheteria 1h antes das sessões.
Duração/shows: 60 minutos. Classificação: Livre.
Nas redes: @festivalspchoroinjazz | @teatropauloeiro.
20h - Homenagem a João Donato (parte externa): Site specific com Grupo Ares e projeção mapeada
20h30 - Show: Filó Machado e Alaíde Costa
18h - Show: Beba Trio
19h30 - Homenagem a João Donato (parte externa): Site specific com Grupo Ares e projeção mapeada
20h - Show: Cida Moreira
11h - Show: Fabio Bergamini Ensemble
12h30 - Homenagem a João Donato (parte externa): Site specific com Grupo Ares
13h - Show: Joabe Reis
16h - Show: Rafael Beck e Rafael Schmitt
17h - Show: Ensemble Choro Erudito
18h - Show: Choro pro Santo
19h - Homenagem a João Donato (parte externa): Site specific com Grupo Ares e projeção mapeada
19h - Show: Ayrton Montarroyos
Filó Machado e Alaíde Costa – Dois espetáculos em uma apresentação. Filó Machado (violão e voz) - acompanhado por Vitor Cabral (bateria), Felipe Machado (voz e violão), Fábio Leandro (piano), Carlinhos Noronha (baixo) e Raphael Ferreira (sopros) – apresenta repertório que pontua sua trajetória em busca da originalidade, com acordes inspirados e uma liberdade despretensiosa na qual as linhas melódicas são elementos de ligação entre as perspectivas e as influências recebidas. Artista premiado e reconhecido mundialmente, Filó é cantor, compositor, multi-instrumentista, arranjador e produtor com 13 discos gravados. Filó Machado recebe a convidada Alaíde Costa, que canta ao som do seu violão, além de fazer performance solo. Acompanhada pelo violonista Gabriel Deodato e o flautista Alexander Souza, Alaíde Costa interpreta músicas do show 50 Anos Depois Daquele Disco com Oscar. O espetáculo foi concebido para celebrar os 50 anos do disco Alaíde Costa e Oscar Castro Neves (Odeon – 1973) que ela considera o mais bonito de sua carreira, recriando o repertório na íntegra. Músicas como “Amigo Amado” (parceria de Alaíde com Vinicius Moraes), “Noturno em Tempo de Samba” (de Custódio Mesquita) e “Retrato em Branco e Preto” (Tom Jobim e Chico Buarque) compõem o programa. O violonista Oscar Castro Neves teve uma Importância fundamental na carreira de Alaíde, sendo autor de dois grandes sucessos gravados por ela nos anos 60: “Onde Está Você” e “Morrer de amor”. Alaíde figura entre os precursores da bossa nova, compondo com nomes como Vinícius de Moraes, Johnny Alf e Antônio Carlos Jobim, sendo considerada uma de maiores intérpretes da MPB. Aos 86 anos, lançou O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim, produzido por Marcus Preto, Pupillo e Emicida.
Beba Trio - Formado por Beba Zanettini (piano, teclados, direção musical), Gudino Miranda (bateria) e Victor Kutlak (contrabaixo), o Beba Trio atua na formação consagrada pelos trios de jazz e bossa nova: piano, contrabaixo e bateria. No repertório, um som vibrante, cheio de samba, grooves, suingue e alegria sonora, em composições autorais e músicas que são referência no universo do som instrumental. O trio, formado em 2019, executa com originalidade a música brasileira, passando por influências rítmicas que vão da música latino-americana e caribenha ao jazz e pop. Na discografia, quatro singles nas plataformas digitais - Espera (2019, faixa selecionada para a playlist Jazz Brasileiro, no Spotify), Chorando em 3 (2019, participação especial do acordeonista Gabriel Leviy), Iawareté (2020) e Chacarera dos Esquecidos (2020. – e o álbum, Beba Trio e Convidados (2021). No Festival SP Choro in Jazz, o trio toca, entre outras, “Túneis” (Victor Kutlak), “Na Gaveta” (Beba Zanettini), “27 de Dezembro” (Beba Zanettini), “Vagalumeando” (Beba Zanettini) e “Café com Pão” (João Donato), uma homenagem ao grande compositor, falecido recentemente.
Cida Moreira – Em show solo, de piano e voz, Cida Moreira apresenta um repertório de canções emblemáticas ligadas ao jazz e também temas brasileiros de natureza nobre em estética e conteúdo, como o chorinho. No programa da apresentação, compositores como George Gershwin, Cole Porter, Kurt Weill, Tom Jobim, Waldir Azevedo, Chico Buarque, João Bosco, Luiz Melodia e Heitor Villa-Lobos. “São autores potentes em peculiaridade, beleza e significação poética”, comenta a artista, que acrescenta a esse repertório sua verve dramática, aquela que a define como cantora e atriz. “Será uma bela oportunidade para ousar e experimentar uma grande liberdade musical e poética, como a música sempre nos conduz. Assim será… e será especial toda a programação do Choro in Jazz, com tantos artistas extraordinários”, finaliza Cida Moreira.
Fabio Bergamini Ensemble – O grupo - formado por Fabio Bergamini (percussões e bateria, Fábio Oliva (trombone), Reynaldo Izeppi (trompete), Rosa Garbin (voz), Ricardo Zoyo (baixo acústico e alaúde), Sidney Ferraz (piano) e Marcus Simon (percussão) - a apresenta o concerto Yatra, que traz músicas do primeiro álbum solo de Bergamini, Nandri (Belic Music), além temas de choro e uma homenagem a João Donato (1934-2023). Yatra, em sânscrito, significa “jornada de transformação”. O concerto foi concebido para promover uma experiência que parte do nosso nascimento, segue pelos ritos de passagem e vai até a velhice, passando por momentos que simbolizam nossa vida. Um minucioso roteiro criado pelo artista conduz a plateia por essa jornada recheada de música, sons, instrumentos étnicos e tradicionais. O programa de Yatra é dividido em quatro movimentos: Movimento 1 - Infância; Movimento 2 - A jornada; Movimento 3 - Celebração; Movimento 4 - Partida.
Joabe Reis – Mestre do trombone e compositor, Joabe Reis apresenta o show de sua nova turnê, intitulada 028, nome do álbum autoral lançado recentemente, que o artista concebeu em homenagem a cidade sua cidade natal - Cachoeiro de Itapemirim (ES), cujo DDD é 028. Acompanhado por Josué Lopez (saxofone), Sidmar Vieira (trompete), Daniel Pinheiro (bateria), Douglas Couto (baixo) e Agenor de Lorenzi (teclados), Joabe interpreta músicas do disco como “IBC”, “Vila Rica”, “Aquidaban” e “Partido Alto” (Roberto Bertrami e Alex Malheiros), além de suas composições mais ouvidas - “Primeira Dose”, “I Just Wanna Breathe” e “Pamplona”.
Duo Rafael Beck e Rafael Schimidt – O duo Rafael Beck (flauta) e Rafael Schimidt (violão), referência do choro contemporâneo de São Paulo, vem se apresentando, desde 2012, em várias unidades do Sesc São Paulo; participou do Instrumental Sesc Brasil; tocou no Festival de Jazz de Iguape, Festival de Pedra Bela, Ipatinga Live Jazz, Festival de Inverno de Atibaia, Lençóis Jazz e Blues Festival e em outros espaços pelo Brasil. Em 2017, os instrumentistas lançaram o CD Rafael Beck e Rafael Schimidt Interpretam Altamiro Carrilho, pela gravadora Galeão. No repertório da apresentação: “Cochichando” (Pixinguinha), “Feira de Mangaio” (Sivuca), “Deixa o Breque pra Mim” (Altamiro Carrilho e Ary Duarte), “Noites Cariocas” (Jacob do Bandolim), “Um a Zero” (Pixinguinha), “Tempo de Criança” (Dilermando Reis) e outras. Paulistano vivendo em Atibaia, Rafael Beck iniciou seus estudos de flauta doce aos seis anos. Aos sete, gravou seu primeiro CD com músicas de Pixinguinha, Tom Jobim, Dorival Caymmi e outros, no qual dividiu solos com Dominguinhos. Aos nove anos, trocou a flauta doce pela transversal e pelo piccolo. Participou de shows de Hermeto Pascoal, Dominguinhos e Ivan Lins. Rafael Schimidt é paulista de Santo André, vivendo em Atibaia. Começou a tocar bandolim com habilidade, na infância, e logo passou para o violão, aos 7 anos. Solista nato, já gravou quatro CDs instrumentais, com composições próprias. Com técnica apurada, navega em diversos estilos como choro, samba, MPB, flamenco, tango, Jazz e outros. Já se apresentou ao lado de Inezita Barroso Proveta e Yamandu Costa.
Ensemble Choro Erudito - Pensar a música como uma linguagem universal é o que define o trabalho do Ensemble Choro Erudito, grupo formado pelo vibrafonista Ricardo Valverde, pela violinista Vanille Goovaerts e pelo contrabaixista Marcos Paiva. O grupo – que lançou seu primeiro CD, em 2020 – inspira-se no choro e na música erudita ‘plantada nos quintais’ brasileiros para traçar sua trajetória. A partir de um convite do Sesi São Paulo, em 2018, para apresentação de um repertório que ilustrasse a diversidade brasileira e, ao mesmo tempo, remetesse a uma linguagem erudita e popular, o trio traçou sua expressão artística. O trabalho do trio parte do universo da música instrumental, criando um repertório que propõe diálogos entre Villa-Lobos, Altamiro Carrilho, Lô Borges, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Camargo Guarniere, Jacob do Bandolim, Caetano Veloso e Lorenzo Fernandez.
Choro pro Santo – Com 18 anos de história, o trio Choro Pro Santo - formado por com Adriano Dias (violão de 7 cordas e rabecolão), Thadeu Romano (acordeon) e Fábio Bergamini (bateria e percussão) - apresenta no Festival SP Choro in Jazz um repertório de música brasileira que funde obras de compositores clássicos de várias épocas. O show tem músicas que vão de Pixinguinha, Hermeto Pascoal, Baden Powell e Ataulfo Alves a compositores eruditos como Heitor Villa-Lobos, Albinoni, Tchaikovsky e Stravinsky, além de composições autorais.
Ayrton Montarroyos - Considerado pela crítica uma das grandes vozes da nova geração da música brasileira, Ayrton foi finalista do The Voice Brasil de 2016 e já se apresentou ao lado de grandes nomes: Cauby Peixoto, Ângela Maria, Lulu Santos, Luiza Possi, Alice Caymmi, Filipe Catto, Claudette Soares e Edu Lobo. Gravou vários álbus. O primeiro, homônimo, contou com sete arranjadores ilustres, entre eles Arthur Verocai e Vitor Araújo, e o segundo, Um Mergulho no Nada (2019), é parceira com o violonista Edmilson Capeluppi, gravado ao vivo. No Festival SP Choro in Jazz, Ayrton apresenta o repertório de Chorinho Essência Brasileira (Biscoito Fino, 2021), um dos muitos álbuns que gravou ao vivo, na pandemia, durante suas famosas lives. Acompanhado pelo violonista Gustavo de Medeiros, o intérprete passeia por clássicos do choro como “Brasileirinho” (Waldir Azevedo), “Carinhoso (Pixinguinha), “Noites Cariocas” (Jacob do Bandolim) e Flor Amorosa” (Joaquim Callado), entre outros.
Grupo Ares - Criado em 2010, dirigido por Monica Alla, o Ares é um núcleo artístico de pesquisa e criação que tem como principal objetivo buscar a verticalidade em cena por meio dos mais diferentes aparelhos aéreos, unindo-os à dança, ao teatro físico e ao circo contemporâneo para a criação de espetáculos, performances e intervenções. Usando estas linguagens, as criações sempre buscam mudar a perspectiva da cena e contrapor o virtuosismo e a força do movimento à sensibilidade e leveza do voo, do salto. O Grupo Ares faz da busca por novas possibilidades estéticas e de estados corporais o seu grande desafio, colocando os corpos e as ideias no ar. A escolha de locais inusitados para as apresentações também é uma característica do trabalho do grupo, que já performou em fachada de prédios de São Paulo (e de outras cidades), em piscinas, galerias de arte, espaços públicos diversos, além de teatros convencionais.
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