Jon Batiste
Blick Bassi
Texto e fotos: Eugênio Martins Jr
Fotos: Dayse Marchiori
Blick Bassi abriu o segundo dia do festival no palco da Tenda Heineken. E abriu devagar. O cantor e instrumentista camaronês fez um show morno para um festival desse tamanho. Como disse no diário no primeiro dia, essa é uma opinião baseada no meu gosto pessoal. Não se trata de uma crítica ao músico e nem ao festival. É que hoje em dia a gente tem de explicar tudo, toda hora, pra todo mundo. E é muito chato isso.
Voltando. O som tranquilo, a voz é suave, assim como as melodias de Bassi foram engolidos pela porrada que veio em seguida: Russo Passapusso & Nômade Orquestra Com BNegão e Kaê Guajajara. Uma coisa chamou a atenção, os equipamentos eletrônicos misturados aos instrumentos tradicionais, a Kalimba, por exemplo.
Blick Bassi
O show começou com a Nômade entortando tudo em um tema instrumental, seguida por Kaê cantando em seu idioma. E a cada música um revesamento entre os três cantores deu um colorido ao show. O público se divertiu a valer.
Mas também houve protesto. Em determinado momento Guajajara pergunta pra galera se estava tudo bem? E todo mundo respondeu que sim. Então ela mandou essa: "Não, não está tudo bem em viver em um território roubado". São os novos tempos. Se por um lado a extrema direita vem ganhando espaço em todo o mundo, a reação dos roubados, estuprados, oprimidos, minorias, artistas, etc, vem em tamanho proporcional. E isso é lindo, mesmo que seja em um festival patrocinado por um banco.
Kaê Guajajara e BNegão
Sacrifiquei o show de Mdou Moctar em detrimento do Kraftwerk. O único show desse dia que assisti na plateia externa do Auditório Ibirapuera. Model 500 e Underworld foram os que eu não vi.
Kaftwerk, como todos sabem, é aquilo, os quatro malandros paradões lá, mandando nos pads e teclados e projetando os filmes no paredão. O forte mesmo é o som que sai das caixas, todos aqueles temas que nós amamos há décadas: The Model, Computer Love, The Robots, Autobahn, Tour de France, e tantas outras. A única imagem que fiz desse show foi com o telefone celular. Os alemão não permitiram registros da apresentação. Uma parada que não faz muito sentido na era do telefone celular.
Espaço destinado a foto do Kraftwerk
Jon Batiste
Outro comentário engraçado que ouvi foi que o show do Jon Batiste paracia show de banda de cruzeiro marítimo. Se o Julian Lage faz country jazz, Jon Batiste faz aeróbica jazz. É tudo muito exagerado, na primeira música ele cantou, tocou saxofone, guitarra, piano e pulou junto com as dançarinas. E foi assim todo o tempo, uma mistura de Prince, James Brown e Tina Turner. Um show agitado, pra quem quer dançar e funquear a lot. Tem todos os ingredientes de um show de New Orleans - e acredite, já vi muitos shows desses - sua família é de lá, todos músicos da big easy, mas acostumados aos palcos do mundo. Enfim, um show pra danlçar e cantar a vontade. E o publico do sábado aprovou.
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