sábado, 18 de junho de 2022

Diário de Rio das Ostras Jazz e Blues 2022 – 2º dia

 

Greg Wilson - Blues Etílicos (foto: Eugênio)

Texto Eugênio Martins Jr
Fotos: Eugênio e Cezar Fernandes

O sol apareceu forte na sexta-feira 17, segundo dia de festival aqui em Rio das Ostras. Prato cheio para a Blues Beatles fazer o que faz melhor, um show vigoroso, com os clássicos dos fab four fazendo a galera cantar e dançar na Lagoa do Iriry. Nesse show a formação de banda que varia foi Marcos Viana (voz), Bruno Falcão (baixo), Flávio Naves (teclados), Fred Barley (bateria), Denilson Martins (saxofone) e Lancaster (guitarra). Entre Help, We Can’t Do That, Stand By Me, Hey Jude em formato blues, muita manifestação política. O longo e maravilhoso solo de baterista do Fred Barley foi todo tempo acompanhado pelo famoso “Olê, olê olê olá, Lula Lula! No ritmo. Foi lindo. 
Mas chegou uma hora que ficou chato. Toda momento que a banda dava uma pausa e o cantor Marcos Viana ia falar alguma coisa era FORA BOLSONARO. Na quarta vez ele se emputeceu e mandou: “Pessoal, deixa a política para depois. Pelo amor de deus!”.
Olha, concordo que o país está passando por uma crise política grave, acredito que a pior delas desde que me entendo como cidadão. Que esse é um governo genocida e que esse presidente já deu provas que ele e sua família são psicopatas e seus seguidores são analfabetos políticos. Também concordo que os shows musicais são um espaço para a manifestação da população descontente com tudo isso. Mas ali em Iriry, naquele determinado momento a audiência já havia se manifestado e ficou clara a maioria esmagadora de pessoas que são contra esse desgoverno. Dito isso, vamos protestar e deixar o artista fazer o seu trabalho. Essa é a minha opinião. E reitero aqui: FORA BOLSONARO!

Blues Beatles (foto: Cezar)

Preferi ficar na pousada dormindo do que assistir ao show de Ida Nielsen na Boca da Barra. São a idade e os acidentes de moto cobrando a conta. Vejo no sábado no palco Costazul.
Quando cheguei ao palco principal o show do Marvio Ciribelli havia terminado, a organização deu uma adiantada para que o último show da noite não termine tão tarde como ontem.
O Takuya Kuroda fez um show com muito mais solos do que o anterior, e muito mais jazz também. Claro que teve o groove com baixo e bateria em sintonia perfeita, fazendo a galera dançar. Mas o japa biriteiro estava a fim de tocar e solou bastante. Boa apresentação. Com Rashaan Carter (baixo), Adam Jackson (bateria), Craig Hill (saxofone) e Takahiro Izumikawa (teclados).
Assisti a um show da Deanna Bogart em Paraty, com o Eduardo Ponti na guitarra, em um palco um pouco menor, mas já havia gostado da energia que ela coloca em suas apresentações. 
Aqui não foi diferente, já recuperado da Covid, Big Joe Manfra, responsável pela turnê de Deanna no Brasil, juntou a cozinha Master Chef para os shows em Rio das Ostras, Cezar Lago (baixo) e Cláudio Infante (bateria).
Deanna ataca em duas frentes, teclas e saxofone. Além de cantar e compor, claro. O show começou com Vegas e In The Rain e, na segunda, um super solo de Deanna desandou para um duelo com o Manfra de arrepiar. Agora, de quebrar mesmo foi o solo do Infante terrible (sou dado a trocadilhos desgraçados, mesmo), em Ethels Place. Hoje tem mais em Iriry.

Deanna Bogart e Big Joe Mnfra (foto: Cezar)

Quando a Blues Etílicos subiu ao palco já era pra lá da uma da matina e acho que os caras acharam que tinham de acordar a plateia. Pensem em um som alto. Então, estava mais alto. Mas com a qualidade de CD que o Jerubal Matuzalem Liasch, o produtor técnico de som mais respeitado dessas paradas, está costumado a entregar. 
Em mais de uma hora de som, a Blues Etílicos, a banda de blues brasileiro mais longeva do país, somando 35 anos, emendou uma clássica atrás da outra, Misty Mountain, Puro Malte, Dente de Ouro, 3º Whiski, 3000, Safra 63, Cerveja (essa o Takuya gosta), a inédita Waterfalls e encerrando com Espelho Cristalino. Não tenho a conta de quantos shows já assisti dessa banda que tenho a honra de produzir a cerveja oficial, mas posso garantir, esse foi um dos melhores. Longa vida a Blues Etílicos.
No final do shows fiz uma foto com os blueseiros do Rio que estavamo por ali pra ver a banda: Cláudio Bedran, Flávio Guimarães, Ângelo Nâni, Raphael Castrol, Caru de Souza, Beto Werther, Big Joe Manfra, Eduardo Coimbra, Cesar Lago, Rabicó, Otávio Rocha, Marcus Kenyatta e Murilo Brugger. 

Deanna Bogart (foto: Eugênio)

Deanna Bogart e cozinha Master Chef, Cezar Lago e Cláudio Infante (foto: Eugênio) 

Cláudio Bedran - Blues Etílicos (foto: Eugênio)

Otavio Rocha e Greg Wilson - Blues Etílicos (foto: Eugênio)

Flávio Guimarães - Blues Etílicos (foto: Eugênio)

Takuya Kuroda (foto: Eugênio)

Cláudio Bedran, Flávio Guimarães, Ângelo Nâni, Raphael Castrol, Caru de Souza, Beto Werther, Big Joe Manfra, Eduardo Coimbra, Cesar Lago, Rabicó, Otávio Rocha, Marcus Kenyatta e Murilo Brugger (foto: Eugênio)

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