Me deparei com o nome Chick Corea na capa de In A Silent Way, álbum de Miles Davis lançado em 1969, mas que comprei aqui em Santos no começo dos anos 80. Foi meu primeiro Miles.
O nome Chick Corea estava ao lado de outros dois, Joe Zawinul e Herbie Hancock. Jovem e roqueiro, não entendi porque uma banda precisava de três tecladistas.
Só quando a agulha começou a ler os sulcos mágicos do vinil que eu comecei a entender a revolução que aquela música produzia.
E ela já havia acontecido há, no mínimo, quinze anos. Eu é que estava chegando atrasado.
Mergulhei no mundo desses caras, os filhotes elétricos de Miles, Weather Report (Zawinul), VSOP (Hancock) e Mahavshnu Orchestra (do guitarrista John Mclaughlin). Curiosamente, não conheci o Return To Forever, mas a super banda nova de Chick Corea, cujos discos Elektric Band e Light Years haviam acabado de chegar ao Brasil.
Com Dave Weckl (bateria), John Patitucci (baixo), Frank Gambale (guitarra) e Eric Marienthal (saxofone), a Elektric Band fazia um som despudoradamente moderno, com equipamentos altamente tecnológicos e uma abordagem jazzística que apontava para o futuro. Muitos chamaram de pop. Qual o problema?
Buscando e buscando, conheci a maravilha Now He Sings, Now He Sobs, segundo álbum de Corea, um trabalho irrepreensível do começo ao final. Com ele no piano Miroslav Vitous (baixo) e Roy Haynes (bateria) é um dos álbuns mais importantes gravados por um power trio de jazz. Sim, o termo power trio se aplica.
Ontem fiquei sabendo da morte de Chick Corea. Ele teria morrido dia 09 de fevereiro, mas a família só divulgou sua morte por um câncer raro aos 79 anos dois dias depois.
O mundo da música perdeu mais um dos gigantes do jazz. Mas, como sempre, a obra fica. Vou ouvir hoje.
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