terça-feira, 10 de julho de 2012
Clube do Choro de Santos promove espetáculo celebrando a música de Jacob Do Bandolim
Na sexta-feira, dia 03 de agosto, às 20h30, no Teatro Guarany, o Clube do Choro de Santos promove o espetáculo Noites Cariocas – Evocação a Jacob. O bandolinista e compositor é um dos maiores nomes do Gênero.
O evento vai contar com os músicos convidados Luizinho 7 Cordas e Mauro (violão), Miltinho (cavaco), Carlinhos (pandeiro), Agnaldo Luz, Monteiro, Jean e Lopes (bandolim), Arnaldinho e Osvaldinho do cavaco (cavaco) e Júlia Alves (flauta).
O repertório inclui Doce de Coco, Evocação a Jacob, Horas Vagas, Reminiscência, Dolente, Nosso Romance, Falta-me Você, Vibrações, A Ginga do Mané, Santa Morena, Benzinho, Mágoas, Entre Mil, Você e, claro, Noites Cariocas.
Jacob Pick Bittencourt - Nasceu em 14 de fevereiro de 1918 no Rio de Janeiro. Era filho do farmacêutico Francisco Gomes Bittencourt e da dona de casa Raquel Pick Bittencourt, de quem ganhou um violino, mas não se adaptou ao instrumento.
Ironicamente, uma amiga de sua mãe o presenteou com um bandolim e, gênio que era, começou a tocar de ouvido aos 15 anos.
Apresentou-se pela primeira vez na Rádio Guanabara, mas exerceu diversas atividades fora da música, entre elas, prático de farmácia, corretor de seguros e vendedor. Era contador formado, mas nunca exerceu a profissão.
Na década de 40 foi nomeado escrevente juramentado chegando, tempos depois, ao cargo de Escrivão da 11° Vara Criminal da comarca do Rio de Janeiro, o que lhe permitiu certa estabilidade financeira, pois, como ele mesmo dizia aos músicos: "Tenham sempre uma profissão paralela, viver de música no Brasil é um perigo".
O primeiro choro que Jacob aprendeu a tocar foi É do que Há, de Luis Americano. Em 1966 vem à luz o lendário conjunto Época de Ouro, criado por Jacob e, além dele, integrado pelo seu grande amigo e parceiro Cesar Faria (violão 6 cordas), Carlinhos Leite (violão 7 cordas), Jonas (cavaquinho) e Gilberto D'Ávila (pandeiro).
Além de grande músico e compositor, Jacob era também pesquisador e um incansável caçador de partituras, seu acervo, atualmente sob a guarda do MIS do Rio de Janeiro reúne algumas pérolas da Música Popular Brasileira.
Realizava grandes encontros em sua casa de Jacarepaguá grandes encontros musicais, onde sempre rolava um churrasco e, apesar do seu temperamento forte e de alguma intolerância, muita gente importante frequentou esses inesquecíveis saraus.
Em uma ocasião, o jornalista Lúcio Rangel, amigo particular de Jacob, foi ao sarau e deu-lhe vontade de ir ao banheiro que ficava ao lado da sala onde se executavam os choros. Lúcio ficou numa dúvida cruel, pois se utilizasse o sanitário teria que puxar a descarga e faria barulho, coisa que Jacob não admitia em hipótese alguma. Conclusão, resolveu fazer o "serviço" no quintal, só que Jacob viu. Rangel foi suspenso pelo sisudo mestre do bandolim por trinta dias.
Em 1968, Jacob protagonizou ao lado de Elisete Cardoso, o Época de Ouro e o Zimbo Trio um espetáculo inesquecível realizado no Teatro João Caetano, gravado a princípio, em dois LPs. Depois de muitos anos foi lançado um terceiro, e, por fim, o lançamento em CD, só que fora do Brasil. Seu lançamento aqui aconteceu recentemente e integra uma coletânea de Elisete intitulada A faxineira das canções.
Jacob, que era magro, alto, voz grossa, 1,90 metro de altura e fumava perto de cinco maços de cigarro por dia, faleceu em 13 de agosto de 1969 vítima de infarto, no portão de sua casa, quando retornava da casa de Pixinguinha após um encontro musical.
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